UM

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- Casa comigo? - Vicente tirou o anel do bolso surpreendendo Diana, sem caixinha, somente o anel. - Eu sonhei em fazer esse pedido de tantas maneiras diferentes. - sorri, emocionado. - No meio do oceano ou no avião em pleno voo enquanto você estivesse trabalhando. - Diana sorria, tão feliz e emocionada. - Com violinos tocando. Pétalas de rosas caindo. Cada hora eu pensava de uma maneira diferente. Surpreendente. Pra te fazer o pedido. - Lágrimas dos olhos dela começavam a se formar. - Mas eu percebi que de todas as coisas boas que eu tenho na vida, a melhor delas é amar você. - e com isso as lágrima scaíram. - Eu não quero mais perder tempo. Quero ser feliz hoje. Agora. Quero viver tudo o que for bom. Que for bonito. E eu sei que só vou viver assim se for com você. Não quero perder mais nenhum segundo de felicidade.Mesmo não sendo no meio do oceano. Ou no céu. Com chuva de pétalas e violinos tocando. Por isso que agora, aqui nesse restaurante eu te peço pra ser feliz comigo. Diz sim pra mim, meu amor. Eu te amo tanto. Tanto. Tanto. Você dá sentido a minha vida. Você é a mulher. A companheira. Você é a parceira que eu quero ter por todos os dias da minha vida. - os dois choravam, emocionados. - É do seu lado que eu quero acordar todas as manhãs e dormir todas as noites. - ela sorriu em meio às lágrimas.  - Esse teu sorriso lindo é a primeira coisa que eu quero ver quando acordar. Sua alegria. Sua força. Sua presença. É tudo o que eu desejo pra todos os meus dias. Eu percebi que eu não preciso de um lugar especial pra te pedir em casamento porque contigo qualquer lugar se torna especial. Então, Diana, você aceita se casar comigo.

Ela deu vários beijos nos lábios de Vicente.

- Eu te amo, meu amor. Te amo muito. É claro que eu aceito. - sorria e chorava ao mesmo tempo.

***


Abro a janela do meu quarto e inalo o ar salgado que vem do mar explendoroso à minha frente. Há dez meses fixei residência em Cabo Frio, mais precisamente num chalé a beira mar na Praia das Conchas. A calma dessa vila de pescadores me revigora a cada dia. 

Meus pais compraram esse chalé assim que descobri minha gravidez, justamente para fugir da agitação do Rio de janeiro, pelo menos foi isso que me disseram. Mas sei que era pra tentar trazer calma a minha vida depois de uma separação conturbada. Eventualmente eu vinha passar finais de semana, mas agora virou meu lar. Meu e do Bernardo.

Vou em direção ao quarto do Bê e ele ainda dorme seu soninho gostoso. Está tão lindo e grande. Faz um aninho daqui a dois dias e está cada vez mais parecido com o pai. Suspiro resignada. Sei que tenho que contar ao pai do meu filho sobre a existência dele, mas quando lembro das coisas que Vicente me disse, meu corpo esfria e o medo abate a minha alma. Não gosto de lembrar dele. Não depois de  tanto amor não ter valido nada. Suspiro mais uma vez e vou pra minha mesa de trabalho. 

Depois que descobri a gravidez, não podia continuar trabalhando como comissária de bordo. Não é permitido comissárias grávidas, então minha licença começou bem antes do Bê nascer. Mas então eu tinha tempo suficiente pra voltar pra minha paixão antiga: escrever. Já publiquei três romances e tenho vendido bem. Atualmente estou escrevendo meu quarto livro. Depois que o meu filho nasceu, deixei meu trabalho ca companhia aérea. Não conseguiria ficar dias sem meu bebê.

- Bom dia, Diana. - Cida chega com seu habitual bom humor.

- Bom dia, Cida.

Eu odeio meu ex-marido (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora