Para Todas Vocês
''Para todas vocês, garotas americanas, é triste
Imaginar um mundo sem vocês''
(Syd Matters - 2005)
PRÓLOGO
Tiro o lápis do canto dos meus olhos e lavo meu rosto para que não fique nem uma mancha do lápis. Observo uma loira atrás de mim se trancar no banheiro eu penso talvez perguntar o que houve a ela. No entanto, faz um bom tempo que nós duas não se falamos, e provavelmente, eu sou uma péssima companhia para ela agora e sempre serei.
Saio do banheiro fechando a porta atrás de mim. Vejo meus amigos me esperando na porta, ela desencosta-se da parede e me pergunta:
- Queria entender por que você usa maquiagem se não gosta do incomodo que causa.
- Um dia eu me acostumo.
- Quando esse dia chegar, eu juro que vou lhe pagar cem reais numa boa. - ri pensativa.
Eu rio junto imaginando o quão divertido seria para mim e triste para ela. Despeço dela e saio andando para casa, o dia hoje está agradável não está tão quente como costuma ser. Observo os alunos indo para suas casas, olho para o céu e bem distante de mim eu consigo notar o céu começando a se por. Sempre quando o céu está se pondo eu saio para vê eu gosto muito do por do sol. Lembro-me muito eu e meu avô, ele era um bom homem. Sempre me agradando, e algo que tínhamos em comum é essa paixão inexplicável pelo sol, a alegria de cada amanhecer com ela.
Abro o portão de casa e observo minha mãe parada na porta me observando com aqueles lindos olhos que no fundo transmitem preocupação, sorrio de canto dizendo:
- Estou aqui mamãe.
Vejo-a estender a mão em minha direção e eu a seguro e logo me lanço em seus braços abraçando-me forte enquanto beija minha testa:
- Como foi seu dia?
- Foi ótimo, tive aula da matéria que eu mais gosto. Conversei bastante com o pessoal da sala.
- Que bom. - ela finaliza, deixando a porta meio entreaberta.
Vou até a cozinha, eu pego uma lata de refrigerante e vou para meu quarto jogo a bolsa pelo chão e tiro meus tênis com os pés, enquanto uso as mãos para abrir meu notebook, ligando-o. Entro na minha rede social e começo a olhar as postagens que têm disponíveis. Entro numa página que gosto e começo a ler lentamente a história que escreveram. O começo esta sendo muito bom, ouço leves toques na minha porta, olho para trás e vejo minha mãe encostando-se a batente envernizada da porta dizendo:
- Quero que faça um favor para mim.
- Okay. Manda vê. - volto os olhos para o notebook.
- Quero que você vá ao mercado agora.
- Está de brincadeira?... Ah. - faço cara feia para ela.
- É serio que você está com preguiça...
- Ahh mais que droga... entrega-me o dinheiro. - levanto da cama olhando-a nos olhos já com a testa franzida, quando ela começa a falar disso ela não para mais.
Ela suspira lentamente me olhando sério, provavelmente ela não gostou da palavra ''droga''. Sai da minha frente e se vira pegando um pote onde geralmente colocamos dinheiro para gastar no mercadinho perto de casa. É desse pote que tiro dinheiro para comprar lanche para mim, eu adoro quando eles me deixam gastar um pouco.
Estou um pouco cansada porque por mais que tive aulas que eu gosto, meu dia foi cansativo e ainda tenho mais coisas para fazer, como tarefas e um trabalho praticamente interminável. Pego dinheiro de sua mão e ela me cede um selinho na testa - o que virou mania - e eu saio porta afora de casa.
O sol, eu já não o vejo mais infelizmente se foi e agora ele só nascera no amanhecer. O sol já deve ter vividos mais de milhões de vidas, morre e nasce no dia seguinte em um novo amanhecer. Eu viro em uma rua na qual eu terei que virar novamente no final, e assim, chegar ao tão sonhado mercadinho careiro. Essa rua onde estou está vazia, nunca fui muito fã de ruas silenciosas e vazias demais, talvez por eu nunca ficar muito sozinha desde que eu me lembre. Eu fico com medo de ficar totalmente só em lugares como essa rua onde estou, é onde o perigo normalmente se encontra.
Sinto alguém atrás de mim e antes que eu me virasse para ver à pessoa que eu não consigo ver, coloca algo úmido tampando minha boca e meu nariz me impossibilitando de emitir qualquer som, porém antes de eu apagar com o cheiro forte. Eu consigo ver seus olhos escuros e sombrios, como se ele estivesse gostando do que estava fazendo.
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Uma Vida - Inacabada
Teen Fictionvolume:1 * ''Nosso sobrenome é Oliveira, igual à árvore oliveira que nasceu há mais de 3.000 anos antes de Cristo e que demora quase 10 anos para poder cultivar. O sobrenome Oliveira está na nossa família desde século XVIII e nunca mais morreu''. É...