Cure
''Tome meu passado e tome meus pecados
Como um veleiro vazio que pega o vento
E cure, cure
Me cure''
( 2013 - Tom Odell)
Dois
Eu me arrasto até ela e me lanço em seus braços a mesma me abraça forte, sua pele continua bem gelada. Eu consigo ouvir as batidas do seu coração que está descompassado. Ritmo cárdico um pouco anormal, porém, talvez seja o medo de estar aqui, o medo de não saber se vai sair desse lugar viva. Depois de um tempo abraçada a ela eu a olho no rosto, tiro sua franja que tampa seu olho direito e encaixo atrás da orelha dela. Noto a cor de seus olhos, eles realmente são de um castanho-escuro tão escuro que chega a ser preto. Sua pele é tão branca que parece um pouco com um papel. Parece que ela nunca mais saiu para vê à luz do dia e sentir sua pele ser aquecida pelo sol, e ficou acabando pálida, mas por outro lado é uma pele bem macia e infelizmente cheia de feridas no rosto e nos braços. Seus cabelos são liso e preto feito ébano, seu corpo é um pouco gelado e eu ainda não entendo o porquê é assim. Camila suspira e diz numa voz suave:
— Deita na minha perna.
Eu deito minha cabeça sob suas pernas dobradas a observo fazer carinho nos meus longos cabelos ruivo. Eu consigo notar ela sorrir de canto, no fundo acho que ela não se sente mais tão sozinha nesse lugar, agora eu estou aqui com ela. Eu pergunto depois de longos minutos tentando refletir na pergunta para não ser indelicada, e resposta que ela provavelmente me dará:
— Por que você é tão fria?
Vejo-a mudar de expressão num piscar de olho, ela suspira engolindo em seco demorando a me responder, certeza que está pensando em como me vai falar sobre:
—O porquê eu não sei, mas possivelmente seja porque eu nunca mais sair desse lugar e só fico aqui dentro nesse cubículo frio, sujo e escuro. Acho que eu estou doente ou algo do tipo. — Acaricia minha bochecha sorrindo.
— Entendi. Entendi agora. — respondo sorrindo para ela não perceber que sei que ela mentiu o verdadeiro motivo.
Ela acena com a cabeça voltando a fazer carinho em meus cabelos voltando a sorrir, para alguém que esta aqui há tanto tempo ela sorri bastante, porém eu já entendi o porquê dos sorrisos, sorrir é uma maneira de esconder seus verdadeiros sentimentos e é isso que ela está fazendo, sorrir para não fracassar para não chorar.
— Você conhece aqueles homens? — pergunto.
— Sim. — suspira.
— Como eles se chamam?
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Uma Vida - Inacabada
Teen Fictionvolume:1 * ''Nosso sobrenome é Oliveira, igual à árvore oliveira que nasceu há mais de 3.000 anos antes de Cristo e que demora quase 10 anos para poder cultivar. O sobrenome Oliveira está na nossa família desde século XVIII e nunca mais morreu''. É...