Se Você Quiser Amor
''Se você quiser amor, você vai ter que passar pela dor
Eu queria que você me dissesse
Se você quiser amor,
você vai ter que aprender a mudar''
(2017 - NF)
Vinte e seis
Bufo enquanto jogo meus vestidos no chão, nada parece bom o bastante para mim. Calculo meu guarda-roupa esvazia-se em poucos minutos, quero achar algo confortável para mim e que não pareça curto demais para uma festa de aniversario, minha mãe está sentada na beirada da minha cama vendo o quanto nervosa estou ficando, primeiramente; por estar aqui, quando ela se recusou a ser a mãe que deveria ser. Segundo; por estar perdendo meu precioso tempo, faltam menos de treze horas para a festa dela. Terceiro; por ela esta atrás de mim me olhando como se não me conhecesse mais, claro, entendo seu olhar confuso com a minha aparência, estou muito diferente do que eu já fui, no entanto, o que não muda é o fato de eu ainda me cobrir das pernas aos braços.
— Olha isso! Nem cabe mais em mim! — resmungo enquanto meço um vestido que se encontra curto para meu tipo de corpo agora.
— Talvez você devesse deixar essa festa para lá, não parece estar boa para andar com essa perna por ai.
Observo minha perna de relance e tento analisar sua pergunta, ela não esta totalmente errada em questão de eu não estar mesmo podendo andar muito com minha perna. Só que eu me sentiria muito pior de ficar em casa, me embebedando de refrigerante e comendo pudim, enquanto assistia a um filme clichê.
— Não. Eu vou achar algo. Nem que eu tenha que ir de calça eu vou. — respondo franzido meu cenho, tentando desesperadamente apagar essa segunda opção.
Pego um rosadinho claro e coloco sobre meu corpo medindo de cima e embaixo.
— Ficou bonito. — comenta.
— É ficou. Mas não irei com algo que faça acender palavreado, prostituta. Passo. — jogo no montante.
Noto ela respirar fundo enquanto ouço meu pai buzinar do carro, peço para ela pegar uma sacola grande e eu junto todos os vestidos e roupas que eu ainda tinha naquele guarda-roupa e joguei dentro da sacola azul e esclareci para que ela doasse todas as minhas roupas, que por mais que pareça servir eu não queria nenhuma mais. E saio lentamente do quarto indo em direção ao carro do meu pai, jogo minha bengala no banco de trás do carro e entro sentando na frente confortavelmente. Acaricio minha perna ao sentir um desconforto notável. Ele me fita perguntando:
— Ainda dói?
— Não. — respondo ainda acariciando. — Só sinto um tipo de pressão dentro da minha perna, mas não dói não, só é uma sensação desconfortável.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Vida - Inacabada
Teen Fictionvolume:1 * ''Nosso sobrenome é Oliveira, igual à árvore oliveira que nasceu há mais de 3.000 anos antes de Cristo e que demora quase 10 anos para poder cultivar. O sobrenome Oliveira está na nossa família desde século XVIII e nunca mais morreu''. É...