volume:1
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''Nosso sobrenome é Oliveira, igual à árvore oliveira que nasceu há mais de 3.000 anos antes de Cristo e que demora quase 10 anos para poder cultivar. O sobrenome Oliveira está na nossa família desde século XVIII e nunca mais morreu''.
É...
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Vinte e quatro
Calebe
Passo a mão pelo manto fino que me cobre, pensando nos sorrisos de Nadia. Levanto-me da cama decidido que hoje a verei, e tentarei conversar com ela sobre as coisas que não conversamos ainda, sobre mim, sobre tudo que eu não consigo contar a ela. Nada mais justo que eu tentar me abrir sobre esse conflito que me corrói por dentro.
Passo a mão em meu corpo numa tentativa de não parecer desajeitado, ouço vozes do meu pai conversando com Daniela, franzo meu cenho em presumir que para sair vou ter que falar com uns deles, ainda mais pelo horário, já está anoitecendo. Respiro fundo saindo do quarto tentando passar sem ser notado, mas como nada me ajuda. Ouço a voz dela atrás de mim:
— Vai à casa da Nádia essa hora?
— Sim.
— Vai fazer o que lá querido?
Olho para ela incrédulo nota-a ficar sem graça com meu olhar e perceber que me chamou de ''querido'' novamente. Ergo a cabeça tentando ignorar e respondo-a:
— Vou conversar com ela, ela minha amiga mais próxima que tenho.
— Pensei que eu também fosse sua amiga.
— Não começa, por favor, Daniela.
— Calebe... — sussurra começando. — Sei que não sou sua mãe, mas, tudo bem não gostar de mim. Não o culpo por isso.
— O que está acontecendo aqui? Daniela? — pergunta meu pai entrando no meio da conversa. — brigando com sua madrasta de novo Calebe? — fuzila-me com o olhar.
Ignoro seu olhar, olhando para ela enquanto noto-a abraçando meu pai dizendo:
— Não aconteceu nada, ele só está me explicando que vai ver a Nadia. Eles precisam conversar, ainda mais agora com o acidente que ela teve. — tenta amenizar a tensão entre nós dois.
— Você tem sorte que ela te defende, você ainda há de aprender a respeitá-la como sua mãe.
Penso em dar uma resposta, mas lembro se eu começar uma briga não sairei daqui. Porque além de eu não ter conta da minha vida, sou menor de idade e o meu dever é respeitá-los por mais que eu os odeio. Odeio meu pai por ter casado com outra, odeio minha madrasta por querer ser minha mãe e odeio minha mãe por ter me abandonado com ele. Sorrio calorosamente e saio em passos largos, querendo o mais rápido possível sair desse clima familiar.
