O Amor Machuca
''O amor é como uma nuvem
Contém muita chuva
O amor machuca, oh, o amor machuca''
( 1975 - Nazareth)
Vinte e nove
Sinto um ventinho gelado refrescar minha pele aliviando o calor que estou sentindo, sinto minha boca seca e meu coração um tanto acelerado ainda. Respiro fundo abrindo meus olhos observando em volta, notando que estou em meu quarto, deitada em minha cama um tanto soada. Percebo Calebe adormecido na beirada da minha cama agarrado a minha mão, sorrio aconchegando minha cabeça no travesseiro notando a rosa branca no vaso lilás na escrivaninha. Pego o copo de água na cabeceira da cama e tomo alguns goles e miro o resto da água acima da cabeça dele e jogo água, ele acorda assustado eu rio e ele quando percebe o que aconteceu me observa passando a mão pelos cabelos dizendo:
— Você é danadinha às vezes.
Sorrio de canto enquanto vejo-o pegando uma toalha de rosto esfregando seus cabelos, tento forçar minha memória a se lembrar do que aconteceu na noite anterior e só consigo lembrar-se de estar me sentindo com muito medo e que Simon parecia estar lá. Enxergo que continuo com o vestido em meu corpo passo a mão pelo vestido perguntando sem conseguir encará-lo, tentando controlar meus batimentos e não acreditar que ele realmente esteve lá, que tentou me pegar:
— O que aconteceu? Não consigo me lembrar de nada.
Ele para de secar seus cabelos retira a toalha de sua cabeça suspira e começa:
— Victor drogou você, você começou alucinar depois de um tempo e para podemos acalmar você. Pedi que ela lhe sedasse com algum medicamento que a mãe toma quando sente muitas dores. E quando você apagou em meus braços, liguei para seu pai e ele veio nos buscar.
— Ainda me sinto estranha Cal.
— A droga está passando, como não sei quanto ele lhe deu os efeitos podem durar mais.
— Entendo. — respondo esfregando o tecido do meu vestido em meus dedos.
— Não se preocupe você vai ficar bem. — coloca sua mão em cima da minha tentando amenizar minha tensão.
Sorrio forçado para ele e o mesmo percebe mudando de expressão na hora noto suspirar e completar:
— Não foi culpa sua.
— Acabei com a festa dela Calebe.
— Não, não acabou. Ela só terminou a festa mais cedo do que o esperado, mas ela disse que tudo bem.
— É claro que ela vai falar que tudo bem — balanço minhas mãos indignada. — É isso que ela sempre faz, dizer que está tudo bem da mesma forma que eu faço Cal. — bufo esfregando meus olhos amenizando a dor de cabeça.
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Uma Vida - Inacabada
Teen Fictionvolume:1 * ''Nosso sobrenome é Oliveira, igual à árvore oliveira que nasceu há mais de 3.000 anos antes de Cristo e que demora quase 10 anos para poder cultivar. O sobrenome Oliveira está na nossa família desde século XVIII e nunca mais morreu''. É...