volume:1
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''Nosso sobrenome é Oliveira, igual à árvore oliveira que nasceu há mais de 3.000 anos antes de Cristo e que demora quase 10 anos para poder cultivar. O sobrenome Oliveira está na nossa família desde século XVIII e nunca mais morreu''.
É...
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Dezoito
Acordo sentindo o ar sumir da minha garganta e eu me contorço na cama gritando pelo meu pai enquanto choro, sinto seus toques em minha pele e ele dizendo que esta ali, que não vai me abandonar.
— Está doendo papai, está doendo. — choramingo.
— eu sei meu amor. — beija minha testa levantando-me pra aliviar a dores.
— Cadê a mamãe? — pergunto de repente. Sem me lembrar que ela não está mais conosco.
— Querida... Sua mãe não está aqui.
Começo a me lembrar dos sorrisos dela enquanto eu contava alguma piada sem graça, que pelo menos, ela achava engraçado. Lembro-me dos carinhos dela quando eu era pequena, os toques, as cheiradas no pescoço, à segurança que ela tinha comigo. As risadas, as malditas risadas que morreram, quando eu também morri para ela.
Agarro-me nele começando a chorar enquanto as lembranças me torturam cada vez mais. Agarro-me como se ele de repente pudesse sumir, como se tudo não fosse real, como se eu não fosse real.
— Ela me abandonou... Abandonou-me.
— Não querida...
— Não me abandone também papai. Ou eu vou enlouquecer mais do que eu já estou.
Ele apenas me abraça contra seu peito enquanto eu continuo a chorar, sinto sua mão acariciar toda minha face esquerda. E eu apenas sei que ele não fará isso comigo, que diferente dela, ele lutara por mim, lutara até o fim pela minha sanidade, pela minha felicidade que fora arrancada de mim, pelo meu direito de viver confortavelmente.
Sinto meu pai me dopar com um medicamento via injeção e eu logo consigo perceber a diferença entre a dor que eu estava sentindo para a dor que estou sentindo agora, ele alivia as dores do meu corpo machucado. E eu o amo por isso, por tentar de toda forma me proteger da dor, do perigo, mas todos nós sabemos; a dor e o perigo me alcançaram. E não há nada que ele possa fazer para mudar essa realidade, mas eu sei que se pudesse, mudaria tudo isso.
Eu adormeço tentando não perder a força da minha mão em segurar a sua, eu não quero que ele desapareça como tudo está desaparecendo na minha vida. Mesmo sabendo que eu não vou perdê-lo tão cedo.
