Íris
''E tudo que posso sentir é este momento
E tudo que posso respirar é a sua vida
E cedo ou tarde isso vai acabar
Eu só não quero sentir sua falta essa noite''
(Goo Goo Dolls - 1998)
Trinta e seis [antepenúltimo capítulo]
6 meses depois
Caminho vagarosamente pela calçada enquanto seguro a mão de Calebe, eu e ele estamos muito felizes hoje, hoje será um dia muito especial para nós. Ele analisa uma rosa branca em um vaso de flor encostado ao um poste de luz ele cuidadosamente retira à rosa branca e coloca em minha mão fazendo reverencia esticando a rosa para mim, eu sorrio discretamente pegando a rosa com os dedos, toda delicada entrando na brincadeira e ele me abraça beijando meus lábios enquanto sinto minhas costas baterem a parede. Tento dizer nos meios dos beijos:
— Cal... Eu... Tenho que... Chegar... Para Cal! — rio. — Tenho horário para chegar ao grupo, vamos. — falo rapidamente puxando-o para andar mais rápido.
— Ah. Nadia. Você não precisa ir. Vamos curtir mais um pouquinho. — segura minha cintura tentando entrar na minha frente impossibilitando de eu continuar deslocar-me.
— Preciso sim! Agora vamos. — questiono entre risos tentando atravessá-lo.
Ele bufa entrelaçando nossas mãos e caminha até a porta de entrada do grupo de apoio, onde nitidamente pelo vidro consigo ver Pedro conversando com a balconista no tempo em que outros adolescentes então a observar os globos de neves. Observo à rosa em minha mão quando ouço perguntar beijando minha orelha:
— Vai ao baile?
Elevo meu olhar para ele notando um ligeiro brilho em seu olhar arqueio minha sobrancelha retrucando:
— Não. Vou com a Paula.
— Que? — sua expressão fica séria.
Eu gargalho beijando seus lábios sentindo certo gosto de menta e suspiro tornando a dizer:
— Claro que vou com você, bobinho.
— Ah bom.
— Muito bom. — sorrio maliciosamente.
Cheiro a rosa no tempo em que o noto se afastando de mim dizendo:
— Vou esperá-la na sorveteria, ok?
— Vai me pagar cascão depois! — brado enquanto observo-o cruzando a rua o vendo fazendo sinal de positivo com os dedos.
Coloco a mão em meu bolso arrugando minhas sobrancelhas tentando pegar a bala pregada no fim do bolso, observo em volta sentindo meu corpo inesperadamente arrepia-se. Inclino minha cabeça para o lado vendo uma espécie de sombra no fim da rua deduzo que seja só miragem minha e retiro a embalagem da bala jogando no lixeiro quando me viro para voltar ao grupo de apoio. Meu corpo colide com alguém tento pedir desculpas, no entanto, quando percebo quem é eu não consigo reagir, apenas observo seus olhos na brecha percebo ele pressionar algo em meu peito e eu ouço o disparo. No momento eu não sinto a dor, mas reparo o sangue golfar e deslizar por debaixo da minha blusa. Eu começo a sentir meu peito queimar no momento que percebo Calebe me segurando em seus braços. Eu começo a dar risada notando meus olhos encherem-se de lágrimas e eu sussurro:
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Uma Vida - Inacabada
Teen Fictionvolume:1 * ''Nosso sobrenome é Oliveira, igual à árvore oliveira que nasceu há mais de 3.000 anos antes de Cristo e que demora quase 10 anos para poder cultivar. O sobrenome Oliveira está na nossa família desde século XVIII e nunca mais morreu''. É...