Capítulo 2

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VALENTINA

Espero que aquela mulher mal educada não seja a responsável pela seleção. - pensou Valentina.

Olhou no relógio e ainda tinha tempo até a entrevista, uma mulher sentou ao seu lado e não parava de mexer as pernas, Valentina sentiu que ela estava uma pilha de nervos. Não era aconselhável conversar com o "inimigo".

Mas que se dane - pensou Valentina.

- Tudo bem? - perguntou.

- Desculpe as pernas, mas estou uma pilha. - falou a mulher.

- Não se preocupe todos estamos. - falou Valentina.

A mulher levantou andou de um lado para o outro e sentou novamente.

- É que minhas opções estão se esgotando e eu tenho um filho pequeno. - disse ela.

- Ah entendo . - falou Valentina pensativa.

- Estou prestes a me formar e preciso muito desse emprego.

Filho pequeno para sustentar é uma barra e tanto, assumir as responsabilidades sozinha, eu sei como isso é difícil. - pensou Valentina.

- Desculpe meus modos, me chamo Carol. - disse a mulher.

- Oi Carol, sou a Valentina, não se preocupe acredito que tudo vai dar certo pra nós hoje.

- Tomara que você esteja certa. - sorriu Carol.

- Essa vaga já é minha, não percam seus tempos por aqui. - falou uma mulher sentada de frente para elas com um ar de arrogância.

- Que eu saiba a seleção não foi feita ainda. - vociferou Valentina.

- Não se iluda querida, eu sou a Bruna e a Bruna sabe das coisas.

Que garota petulante quem ela acha que é para falar aquilo pra gente? E que tipo de pessoa fala de si mesmo na terceira pessoa. Por favor. Ainda não são nem 10 horas da manhã e a arrogância impera por aqui é horrível, já estou me arrependendo de querer trabalhar nessa agência de advocacia.

- Ignora ela. - Valentina disse para Carol tentando deixá-la menos nervosa. Ela deu um sorriso tímido e começou a mexer em sua bolsa.

- Este é ele. - disse para Valentina mostrando a foto do filho.

- Que lindo. - falou Valentina ao escutar alguém bufando a sua frente.

- Concorrendo a vaga e ainda tendo filho pequeno? Vocês só podem estar de sacanagem com a minha cara. - falou Bruna.

- Por que você não fica na sua garota, o assunto não é com você. - se alterou Valentina.

Bruna riu sarcástica, o que irritou ainda mais Valentina. Ela estava preste a levantar e colocar aquela garota em seu devido lugar, mas foi interrompida por uma mulher chamando Bruna para a entrevista.

- Garota idiota. - falou Valentina.

- Tudo bem, já estou acostumada espero que ela não tenha razão. - falou Carol.

[...]

SOPHIA

Bruna, Bruna, Bruna o que você esta fazendo aqui garota, qual o seu problema? - gritava Sophia em sua mente.

Foi tirada de seus pensamentos aos ver mudar entrar na sala para a entrevista.

- Pode se sentar. - apontou Sophia.
Bruna sentou-se com um ar superior na cadeira.

Sophia esperou as duas ficarem sozinhas na sala e levantou-se da cadeira.

- Que porra você estava pensando garota? - falou.

- Eu quero o emprego ué, pode olhar meu currículo ele se encaixa perfeitamente.

- Qual a parte de eu não contrato pessoas que eu tenho relações pessoais você não entendeu? - bufou Sophia

- Para com isso gatinha, você sabe que comigo trabalhando lá nossos encontros serão diários e poderemos experimentar todos os cômodos da empresa. - riu Bruna maliciosamente.

- Você não vai trabalhar na minha empresa, eu não misturo trabalho e prazer e você sabe disso como ninguém. - Falou Sophia.

- Eu juro que me comporto. - sorriu Bruna

- Não, garota já chega eu te ajudo a pagar a faculdade pra você não precisar vir aqui mendigar emprego, porque eu já deixei claro inúmeras vezes que você não tem o perfil para trabalhar aqui e mesmo que tivesse eu não misturo prazer e trabalho.

Bruna bufou.

- Eu não sou sua prostituta pra você aparecer de vez em quando e me deixar dinheiro - bufou Bruna.

Então esse era o problema, Bruna não queria o emprego realmente Bruna queria me irritar e estava conseguindo.

- Bruna, eu sempre tive um carinho por você, mas você sabe muito bem como é a minha família e a minha vida, e isso não vai mudar. Eu nunca te prometi um relacionamento sério. Eu te ajudo com a faculdade porque eu quero e nunca te pedi nada em troca, então por favor tome seu rumo. - falou Sophia.

Bruna levantou bufando e saiu batendo a porta com força e raiva, deixando todos os outros candidatos que estavam sentados apavorados com a cena.

Sophia respirou fundo e tomou um copo d'gua, Bruna era extremamente mimada quando queria e aquilo a deixava muito mas muito irritada. Sua relação com Bruna se baseava em sexo e apenas isso e Sophia fazia questão de deixar aquilo bem claro, Bruna não era nem nunca seria a única mulher na vida de Sophia.

- Pode entrar. - disse Sophia.

A mulher sentou na cadeira e Sophia podia sentir seu nervosismo.

- Carol, certo? - pergunto Sophia.

- Sim. - disse a menina.

- Suas notas são ótimas, você é uma excelente candidata.

Carol sorriu tímida.

A entrevista ocorreu normalmente com Sophia fazendo perguntas pontuais para Valentina.

- Eu preciso dizer uma coisa, tenho um filho pequeno. - falou Carol.

- Tudo bem, a empresa não tem problema com isso, contratamos o profissional pelo seu talento e esperamos que a vida pessoal não interfira na relação profissional. Sendo assim, a sua vida pessoal não é do interesse da empresa e não é critério para contratarmos ou demitirmos alguém. - falou Sophia.

Os olhos de Carol brilhavam finalmente, ela não seria julgada por ter um filho. Se despediu de Sophia com lágrimas nos olhos e quando saiu da sala não conseguiu conter a emoção.

Valentina olhou a mulher chorando e rapidamente se levantou.

- O que aconteceu? - perguntou, mas não teve tempo de resposta pois seu nome foi chamado, era a vez dela ser entrevistada.

Amor Improvável (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora