Capítulo 37

6.5K 492 41
                                    

Quatro meses tinham se passado desde o dia que Valentina foi na sala de Sophia terminar tudo com ela. Valentina seguiu sua vida com os irmãos e se jogou de cabeça no processo de divórcio de Lucas. Tinha conseguido provar a inocência dele e faltava muito pouco para eles assinarem os papéis e Valentina ganhar o bônus.

Valentina estava ansiosa, já que sua formatura estava chegando ia aproveitar esse dinheiro para abrir seu próprio escritório, ela sabia que ser a advogada principal nesse processo milionário ia abrir várias portas e ela iria aproveitar. Sair da empresa seria um alivio assim ela nao precisaria mais ver Sophia o que também era um alívio.

Valentina evitava ao máximo encontrar com Sophia, mas em certas reuniões era impossível. Desde o dia em que Valentina fora a sua sala elas não tinham conversado mais. Era difícil para Valentina não pensar nela, Sophia era tipo uma droga e Valentina estava muito viciada, por isso vivia um dia de cada vez.

Várias noites acabou adormecendo de tanto chorar ao lembrar do que Sophia tinha lhe dito a última vez que se viram, mas ela precisava superar e esperava que ter a sua própria agência ia ser um novo passo em sua vida. Durante esse tempo, Lucas acabou se tornando um amigo e muitas vezes eles saiam para jantar.

Juliana a incentivava a sair, conhecer pessoas mudar o disco, mas era difícil para Valentina, Sophia ainda preenchia todos os seus pensamentos ao acordar e ir dormir. Muitas vezes ficava imaginando o que ela estaria fazendo em determinado momento, tinha vontade de ligar para ela, mas sabia que não podia.

Já Sophia nas primeiras semanas sumiu da agência os funcionários achavam que ela estava doente, o que não deixava de ser verdade. Passou trancada em casa bebendo e se alimentando muito mal. Sentia uma dor que ela não sabia explicar, e a única forma que ela encontrava de diminuir aquela dor era bebendo. Um dia Rodrigo a pedido de Julio foi até a sua casa e a encontrou em um estado deplorável. Ajudou a abrir a casa, mandou ela tomar um banho e comer direito.

Sophia chorou no ombro do amigo e prometeu que no dia seguinte ia tentar seguir em frente. Assim o fez, apareceu na empresa no dia seguinte e voltou para o trabalho, estava magra e abatida com toda aquela situação. Tentava não encontrar com Valentina, mas as vezes não conseguia devido as reuniões. Passados quatro meses elas nunca mais haviam conversado uma com a outra.

Sophia não tinha vontade de sair e os encontros causais com mulheres não existiam mais. Ela ia da casa para a empresa, da empresa para a casa. Sentia muita falta de Valentina e o pouco que sabia sobre a sua vida era através de Bianca com quem conversava todos os dias.

Um dia estava voltando para casa tarde da noite quando viu Valentina e Lucas em um restaurante. Sentiu uma dor forte no peito ao ver aquilo e lágrimas escorreram do seu rosto, foi quando ela percebeu que havia perdido Valentina para sempre.

Decidiu que precisava tomar uma atitude.

- Julio, preciso falar com você. - disse ela entrando na sala de Julio.

- O que foi Sophia? - disse ele.

- Preciso tirar uns dias, quero visitar meu pai.

- Algum problema? Você nunca visita seu pai. - disse ele.

- Eu sei, mas preciso de um tempo para botar a cabeça no lugar. - falou ela.

- Você anda péssima nos últimos meses, essa garota pegou você de jeito, nunca te vi assim

- Você segura as pontas aqui, Júlio?

- Claro, pode ir.

Entrou em contato com a secretária do meu pai e descobriu que eles estava em uma viagem de negócios na Espanha. Pegou o endereço do hotel e pediu para secretária reservar um vôo, precisava falar com seu pai e esclarecer algumas coisas só assim poderia seguir em frente.

Foi até sua casa e organizou as coisas, pegou o avião e foi para Espanha. Chegou lá e foi direto para o hotel, a recepcionista era uma mulher espanhola muito bonita, que não queria dizer em que quarto o pai de Sophia estava. Sophia começou a jogar seu charme e a mulher lhe deu o telefone e informou o quarto. Sophia achou graça depois de meses ainda tinha um poder sobre as mulheres. Guardou o número, mas sabia que nunca ia ligar, já que só uma mulher preenchia seus pensamentos.

Bateu a porta do quarto, bateu de novo e finalmente seu pai apareceu.

- Sophia? - disse ele espantado ao vê-la.

- Oi pai, preciso falar com o senhor. - disse ela entrando no quarto.

Havia um homem sentado na sala da suíte onde seu pai estava.

- Estava em reunião. - disse ele sem graça.

- Este é Horácio. - falou ele.

- Prazer Horacio, sou Sophia. - disse ela.

- Prazer, Sophia, seu pai fala muito em você. - disse o homem se levantando para cumprimenta-la. Sophia achou estranho ja que nunca ouvira falar em qualquer Horácio amigo de seu pai, mas nada disse.

- Vou deixar os dois conversarem. - disse o homem se retirando.

- Como soube onde eu estava hospedado? - disse Eduardo.

- Isso não vem ao caso, eu preciso ter uma conversa seria com o senhor.

- O que houve? Problemas nos preparativos do casamento? - perguntou ele.

- Não. Mas antes pai, o senhor precisa se sentar.

Ele obedeceu

- O que houve Sophia? Nunca te vi assim. - disse ele.

- Preciso lhe dizer que não vai haver casamento.

- Como assim? Eu já estava preparando a papelada para a minha aposentadoria. - disse Eduardo.

- Pai não vai ter casamento, porque eu não gosto de Júlio, eu não o amo. - disse Sophia.

Amor Improvável (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora