Amor e vingança

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Depois de acomodar a mãe, num dos quartos do andar de baixo e tomar todas as providências para que que ela fosse muito bem atendida, Martina subiu. Murilo ficou no escritório, resolvendo alguns assuntos e respondendo a e- mails que ficaram pendentes naquela terça-feira. Ela trazia no coração uma certa expectativa faceira.
Pôs a banheira para encher, jogando alguns sais de banho dentro, apagou a luz principal, deixando apenas os spots, que davam uma iluminação especial ao ambiente. Tirou a roupa e afundou na água morna cheia de espuma a espera dele.
Seu corpo derretia só de pensar em fazer amor com Murilo. Era algo que não conseguia controlar e então, fechou os olhos para relaxar até que ouviu a porta sendo fechada.
Não abriu as pálpebras, sabia quem era. Podia sentir a energia que emanava de Murilo a centímetros de distância.
__ Lugar para mais um aí dentro? - ele perguntou com a voz baixa.
Martina sorriu, ainda de olhos fechados.
___ Estou à espera há 20 minutos... Achei que iria me trocar por aqueles e-mails todos... 
Um silêncio se fez entre eles  e então, ela abriu os olhos se deparando com ele já nu a sua frente.
Imediatamente, seu sexo se contraiu ao senti-lo deslizar para dentro d'água, tomando posição por trás, lhe abraçando pela cintura.
Martina suspirou quando sentiu sua boca roçar em seu pescoço e as mãos fortes dele deslizarem ensaboadas pelos seios e descerem por sua pele, buscando caminhos para acariciar também as suas coxas. O sabão dava mais sensualidade ao toque e Martina gemeu baixinho sentindo sua ereção cutucar em seu quadril.
__ Há dias, sonho com esse momento... - ele sussurrou enquanto rodeava o bico do seio com o dedo indicador, fazendo com que o sexo de Martina se apertasse latejando de desejo.
Ela se mexeu e se abriu, esperando os dedos hábeis dele para lhe darem prazer. As mãos morenas e fortes de Murilo desceram por sua barriga, parando em seu ventre, fazendo círculos ao redor de seu umbigo, procurando caminho até  o Monte de Vênus, acariciando a vulva e introduzindo um dedo dentro dela; ele gemeu baixinho em seu ouvido ao sentir o quanto ela estava apertada e preparada para recebê-lo.
Ela perdeu o fôlego, só queria senti-lo sem reservas, queria que ele a deixasse louca e subjugada ao seu amor.
Murilo esfregou o dedo delicadamente pela extensão de seu ponto máximo, repetidas vezes, enquanto acariciava o bico de um dos seios com a outra mão, fazendo  com que Martina delirasse se contraindo em ondas de prazer e êxtase.
Era sempre assim, Murilo conhecia cada parte dela e a tocava numa sintonia de tirar sua sanidade mental, a fazendo se entregar inteira, a deixando sem forças para resistir a ele. 
Murilo afastou os dedos de seu sexo e subiu as carícias por sua cintura, numa nítida tortura, a fazendo mover seu corpo para que ficasse atravessado sobre o seu quadril.
Martina esperou com a respiração doendo no peito, o momento em que ele pôs um dos seios na boca, brincando sensualmente como mamilo, mordendo de leve, arrancando gemidos baixinhos e suspiros, num misto de dor e desejo.Sua pele nua e ensaboada estremeceu de prazer com aquele contato.
Ele subiu os lábios por seu pescoço, à procura de sua boca, faminto, insistente, com a língua brincalhona e safada, pedindo passagem para deixá-la ainda mais excitada.
Eles incendiaram de paixão e amor, e tudo acontecia como se fosse a primeira vez entre eles. Os mesmos anseios e desejos...
Murilo apertava enérgico suas coxas, deslizando as mãos por suas nádegas subindo e descendo por suas costas em movimentos sensuais e provocantes.
Martina forçou seu sexo sobre a sua rigidez, queria senti-lo inteiro dentro dela com urgência, não aguentava mais esperar e apoiando as mãos trêmulas sobre seus ombros fortes, deslizou devagar em seu membro, que abriu passagem dentro dela, sendo apertado por suas paredes quentes e lisas,  proporcionando indescritível prazer aos dois. 
Ele soltou um gemido sôfrego e quis se movimentar, o que foi impedido por Martina, que avançou sobre seus lábios; ela agora, estava no comando de tudo, o surpreendendo, tamanha era a voracidade com que o queria.
Murilo segurou sua bunda enquanto ela o beijava enérgica, com vontade e cheia de paixão.Tê-lo dentro dela sob seu comando era algo inimaginável, uma sensação de poder como nunca tinha sentido antes. Sabia que o amor contava muito, mas como ele mesmo havia lhe dito certa vez, não há amor sem sexo e ela queria dar a ele, os dois, o melhor que pudesse.
Ela começou os movimentos lentos, sensuais, subindo e descendo...parando e recomeçando, o deixando louco com aquela tortura.
Sorriu quando ele implorou que ela acabasse com aquele suplício de prazer, mas Martina queria prolongar aquele momento, brincando, sentindo todo o prazer de tê-lo inteiro pulsando dentro dela.
Conforme o desejo aumentava, Martina cavalgava, de início, lentamente, depois com urgência sentindo o orgasmo se aproximar, a deixando totalmente inebriada pelas ondas de prazer que se aproximavam, a fazendo estremecer, delirando nos espasmos de um orgasmo intenso.
Murilo veio logo em seguida, se desmanchando inteiro dentro dela, entre toques, carícias e gemidos.
Ofegantes, esperaram alguns minutos, abraçados, os corações se acalmando aos poucos, enquanto trocavam beijos leves de puro amor e carinho, uma forma de agradecimento pelo prazer que tinham acabado de proporcionar um ao outro.
___ Amo fazer amor com você! - Murilo confessou, ao seu ouvido, afastando os cabelos que agora, tinham uma boa parte das pontas molhadas.
___ Não via a hora de estar assim novamente, de me entregar sem medo e sem reservas a você. -ela esfregou o rosto em sua barba, numa carícia. 
___ Prometo a você que será sempre assim. Parece incrível que a garota arrogante, acabou me conquistando totalmente, me deixando assim... sem forças para resistir ou retrucar a sua língua afiada! Pra mim você era um desafio. Me encantou com aquele jeito de não levar desaforos pra casa... de não se deixar ser subjugada... Aquilo tudo me excitava de mais e  agora, vejo que dei asas ao seu desejo...sem pudores... Sabe exatamente, onde está meus pontos fracos e estou totalmente em suas mãos, Martina... Sempre estive, desde a noite do iate...Nunca mais passei um dia sem pensar em você... sem desejar fazer amor... - desabafou, como rosto escondido na curvatura de seu pescoço.
___ Se soubesse quantas noites passei em claro, imaginando que você e Paula faziam amor... - Martina expôs seu sentimento com a voz triste. ___ Passava as noites em claro, em tortura.
Ele a abraçou com força, subindo e descendo as mãos por suas costas. 
__Eu sinto tanto ter feito você sofrer assim. O meu maior erro foi achar que tudo ficaria bem,  que Paula já tinha superado tudo... Nunca prometi nada a ela... nunca disse que a amava. Nunca a amei...em nenhum momento, sempre foi apenas desejo... que por fim, acabou da minha parte!  
Martina saiu de cima dele, sentando entre suas pernas, escorando as costas em seu peito forte. Murilo passou os braços por sua cintura, acariciando sua barriga.
__Já parou pra pensar se são meninos ou meninas?
Martina fechou os olhos e sorriu pensativa.
___ E você tem preferência?
___ Ainda não sei... Menininhas iguais a mãe, bravas e geniosas...quanto trabalho vão me dar. - brincou.
___ Ah, é? E menininhos por acaso são menos sapecas?- replicou.
___ Acho que não. Mas seria bom se fossem meninos ...ao menos, não precisarei ficar de plantão quando começarem a namorar.
Martina riu com gosto.
___ Com certeza, se forem meninos vão puxar ao papai...que pegava todas na faculdade...Luisa me contou! - ela beliscou sua coxa
___ Eu sabia que ela iria falar disso! 
___ Ah, propósito...quando vai me levar para conhecer a Mel?- virou o pescoço para ouvir a resposta.
___ Assim que for a Toledo, vamos até a casa da mãe de Suárez e Luisa. Você vai amar a Melinda! Ela é tão carinhosa! 
___ Luisa me contou... O pai nunca quis saber dela.
___ É um babaca, se ele soubesse o doce de criança que Mel é...se ao menos, a conhecesse direito! - lamentou. 
___ Luisa sofreu muito com tudo... Acha que ela ainda gosta dele?
___ Não mais. Luisa tem uma outra pessoa, um homem que realmente  merece e que trata Mel como sua própria filha...sem preconceitos.  
Por isso, meu amor, quando me falava que você iria, com certeza, se refazer eu ficava sem chão, estava com as mãos atadas com a chantagem de Paula.
Estava entre a cruz e a espada... Ou eu cedia aos caprichos dela e salvava você, mesmo sabendo do seu sofrimento, mas ao menos eu te manteria viva e quem sabe lutando, eu tivesse ainda uma chance de ter novamente...ou contava tudo e a perderia de vez; eles a matariam sem dó e nem piedade !
Eu sabia que aos poucos, acabaria te perdendo.
Com Luisa foi assim, sofreu tanto que o amor acabou. E era claro, que com você, aconteceria o mesmo! Por isso fiquei louco quando te encontrei com aquele professor. Ele a queria e você cairia na dele por estar carente...
___ Você estava enganado, meu amor, eu jamais amaria ou amarei outro homem! Até poderia me casar novamente, mas meu coração jamais deixaria de amá-lo.
Ela se virou, ficando de frente para ele e ajoelhada, com a água morna pela cintura, segurando seu rosto, passou a mão pela barba escura, contornando os lábios grossos com o polegar, fixando seu olhar no dele.
___ Nenhum outro homem vai me fazer sentir assim como você me faz. Teve dias em que preferi a morte a te ver com Paula, feliz. O que me salvou foram essas crianças que carrego dentro de mim...elas me impediram de cometer uma loucura!
Murilo a puxou para junto dele, como se quisesse expressar todo seu amor no calor daquele abraço forte.
___ Eu te amo tanto! Nunca mais farei você sofrer assim. Nunca mais!
Se afastou para beijar demoradamente seus lábios, selando assim o amor que existia entre eles.

UM TEMPO PARA AMAR 1° Lugar na Categoria, Cena Dramática #CDouradosnaliteraturaOnde histórias criam vida. Descubra agora