Como tê-la em meus braços sem ficar em suas mãos?

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O Maître apontou a mesa do restaurante, onde Murilo tinha feito as reservas para aquela primeira noite em Paris. Nada mais, nada menos, do que na Torre Eiffel.
A vista dali, era maravilhosa e os olhos de Martina brilharam encantada com as luzes lá de cima. Agora, entendia porque Paris era chamada de Cidade Luz.
Murilo a observava o tempo todo e um brilho diferente se via em seu sorriso. Parecia estar mais feliz do que ela.
__ Nossa!!- Martina exclamou, os olhos grudados nas paredes de vidro. __ A visão é de tirar o fôlego!!
Ele sorriu de leve, com aquele jeito sedutor, que desmontava as suas barreiras, puxando a cadeira para ela se sentar.
__ Nenhuma visão é mais linda do que você neste vestido! - elogiou, quando tomou o assento a sua frente.
Martina tinha escolhido a dedo o vestido da noite.
O tubinho preto com decote em V, acentuava suas curvas e o comprimento valorizava as coxas bem torneadas. Nos pés, uma sandália nude, de salto alto e tiras finas.
Sua beleza era ainda enaltecida pela corrente de prata fininha, que se acomodava delicada, no início do vale de seus seios. O par de brincos compridos, também de prata, eram evidenciados pelos cabelos presos de um lado, que deixava à mostra o pescoço delicado e o maxilar perfeitamente desenhado.
__ Você está me comparando a Paris? Não seja bobo, Murilo! - refutou ela, sem jeito.
__ Estou. - afirmou. __ E é só correr os olhos pelo recinto para contar quantos homens deixaram para segundo plano a vista daqui.
Martina alargou o sorriso, enquanto o observava. O elogio veio misturado com um quê de ciúmes na voz. 
__ Então, o que gostaria de comer?- ela indagou, procurando desviar o assunto. Provocar seu ciúme não era bom.
__ Podemos pedir alguma sugestão ao Chef. - sugeriu. __ Prefiro algo bem leve, pretendo estender a noite. - ele avisou, pegando o cardápio.
Martina ergueu a sobrancelha em dúvida.
__ Não me disse que sairíamos depois para algum lugar.
__ E não vamos. - afirmou, enquanto corria os olhos pela pasta dourada. __ Esqueceu do que me propôs no quarto hoje? É nossa noite de núpcias...e eu sei que deve ter uma surpresa para mim. - sorriu, malicioso.
Martina sentiu seu estômago se contrair só de pensar em fazer amor com ele. O poder que Murilo exercia sobre ela e seus desejos era inacreditável e ele sabia bem disso!
__ E tenho. - alegou. __Toda lua de mel tem que ter e a nossa não será diferente só porque não é um casamento convencional.
Ele soltou o cardápio, chamou o Sommellier, pedindo a bebida e logo a encarou, como se precisasse de um tempo para responder.
__ Como, não é? Casamos, estamos em lua de mel...Paris... Nos damos bem na cama...
__ Você sabe, Murilo, a gente não se conheceu como todos os casais. - falou sem rodeios.
 __ Você... quero dizer, a gente não se ama. Casais normais, casam por amor! O que aconteceu conosco foi um negócio vantajoso para minha família e para você.
__ Só para nós? E você não está gostando? - questionou.
__ Claro que estou! Seria hipócrita se dissesse que não! - ela suspirou, contornando a taça de cristal com as pontas dos dedos. __ Estive pensando... Acho que foi melhor assim, sou obrigada a admitir. Por mais que tenha me ressentido, no início, hoje vejo, que foi uma sorte ter sido você... A maioria dos homens com quem meu pai tem negócios não são gente de bem. Você sabe.... Se devesse para qualquer um outro, talvez, tivessem a mesma ideia sua...  de me tomar como esposa. Seria horrível!
__ Sei melhor do que ninguém, Martina. Você não sabe como eles podem ser cruéis...E fico feliz, que conseguiu assimilar isso. Eu não sou um ogro, ao menos, até aquela noite... - se recriminou, baixando o olhar.
Ela o tranquilizou, com a voz suave.
__  Me pediu para perdoar e isto significa por uma pedra em cima do que aconteceu lá. Não quero e não vou ficar relembrando o que aconteceu. Passei 20 dias pensando nisso e agora, o que mais quero é esquecer. 
Mudou de assunto.
__ Não entendo bem sua intenção...Porque quer  ter um filho assim, comigo? 
__ Já disse irei unir o útil ao agradável! Ter você é excitante! É linda! Qual homem aqui, não a está desejando neste momento?
Aquela sensação de ser apenas uma mercadoria cara, para expor aos outros, se apresentou novamente, em seu íntimo, após ouvir as palavras dele.
 __ É de boa família, saudável... o laudo da médica me garantiu isso. Um filho me é cobrado, preciso de um herdeiro e escolhi você para ser a mãe dele. Simples.
___ Falando em médica, gostei da Dra. Paloma. Vocês são bem íntimos, né? Me deixou muito à vontade, depois que me examinou. Aliás, até ela achou ridículo ter que dar um laudo de virgindade ao noivo. Te chamou de machista!
__ Só queria ter certeza. Nunca levei em conta este tipo de coisa em meus relacionamentos. Só posso te dizer que você se tornou ainda mais especial depois que me confessou que ninguém a tinha tocado.  Assim como para vocês, em relação aos homens, algumas coisas são especiais, ser o primeiro na vida de uma mulher é ser especial pra ela. Estou errado?
__  Quando se pode escolher com quem se quer perder a virgindade, é isto mesmo e muitas  vezes não é tão bom como imaginamos.
__ E foi ruim pra você?
__ Não. - afirmou, desviando o olhar. __ Foi como você disse que seria: inesquecível. - confessou a voz mais quase inaudível. Não conseguia encará-lo. __ Você me fez sentir especial, sem nenhuma dúvida.
Estava ficando difícil esconder o que sentia. O olhar de Murilo parecia arrancar as palavras de sua alma, cada vez que o relacionamento deles era o assunto principal. 
Martina abriu a boca para perguntar sobre Paula, tinha ganas de saber mais sobre os dois, escrutinar se o que ela lhe falara antes de saírem em lua de mel fazia sentido ou se era apenas um blefe de sua parte, mas foram interrompidos pelo Sommelier,  que trazia o vinho pedido, para Murilo degustar e aprovar a escolha.
O assunto morreu ali, mas o fato é que ambos estavam mais envolvidos do que esperavam naquela situação. A expressão de Murilo não deixava enganar.
Depois do jantar, resolveram voltar caminhando para a suíte.
Murilo passou o braço por cima dos seus ombros.
Quem os visse assim, rindo e conversando animadamente, diriam que estavam loucamente apaixonados, o que de todo era uma verdade, ao menos da parte dela.
O hotel era perto e a noite de verão parisiense era animada. Os bares cheios de turistas e alguns bem atrevidos, não disfarçavam seus olhares de admiração por ela, quando passavam, o que desgostou um pouco Murilo.
Martina notou seu semblante e riu.
__ É impressão minha ou está com ciúmes?
__ Por acaso, eu olho para as mulheres deles? Poderiam ao menos me respeitar!
__ Relaxa, bonitão, estamos em Paris! - brincou. __ Eles não devem respeito a você e sim as suas acompanhantes. Elas que devem se sentir ofendidas com seus pares. E eu agradeço a você!
Ele sorriu diante daquela expressão de puro feminismo, não entendendo a declaração.
__ Agradece?
__ Sim, no momento, em que não tem o mesmo comportamento deles, está me respeitando. - disse parando a sua frente, passando os braços em volta de seu pescoço, sorrindo. __ Começamos bem, está cumprindo a sua promessa.
Murilo examinou seu rosto, parando o olhar negro em seus lábios, que agora, mal se via a cor do batom, prendendo um mecha de cabelos que insistia em cair do prendedor prateado. Os beijou de leve. Sua vontade era lhe dizer que, no momento, em que a conheceu, nunca mais teve olhos para outra mulher, que ela tinha se infiltrado em sua mente e que sentiu a sua falta nos dias, em que ficaram sem se ver.
__ Eu costumo cumprir minhas palavras, Martina. Nestes dois anos, eu serei só seu.
__Ah, Murilo, eu gostaria muito que fosse assim, porque eu não me vejo pertencendo a nenhum outro homem, a não ser a você. - o abraçou.
Algo dentro de Murilo se acendeu de repente, como se um sentimento leve e feliz o invadisse naquele momento.
Aquela descoberta tomou seu coração sem pedir licença. Estava apaixonado por ela! 
Agora, tudo era muito claro, a amou desde aquele encontro no jardim, na sua festa de aniversário! Como uma feiticeira, ela se apossou de sua mente e de seu coração.
Todo aquele desespero para não deixar Martina cair em mãos erradas...agora, tudo fazia sentido!
Ela contornou a barba escura, parando o indicador no seu lábio inferior, seu olhar transmitindo todo seu amor por ele. __ Vou confiar em você, Murilo!
De repente, ouviram uma algazarra de jovens que vinham pela rua e se afastaram um pouco, para perto da parede e ele aproveitou para tomar sua boca, num beijo cheio de amor e carinho.
Martina percebeu que algo estava diferente entre eles, o beijo era mais calmo e a sensação que tinha era que o clima de Paris o deixava assim, mais sensível a tudo. Um ponto a mais nos planos para conquistar o seu amor.
Se Paris tinha sido bom junto de Paula, com ela as lembranças seriam imortais, sentiu esse clima no modo como estava sendo beijada.  
__ Acho melhor a gente voltar para o hotel, estou ansioso pra fazer amor com você novamente. - disse, desgrudando sua boca da dela, a abraçando pela cintura, seguindo pela calçada da avenida movimentada.
Mais tarde, quando estivessem entre os lençóis falaria daquele sentimento pra ela. Sua vida dependia de conquistar o amor de Martina. Sabia que estava no caminho certo. Assim como ele, que estava fascinado, ela também demonstrava aquele brilho no olhar cada vez que se amavam. Seria possível transformar aquele desejo todo que ela sentia, em amor? Lutaria pra isso.
Uma hora mais tarde, Martina sorria, se olhando no espelho do banheiro.
Queria só imaginar a cara daquela bruxa se a visse assim, vestida para matar Murilo de tesão, sem dúvida teria um ataque de histerismo.
O corpete de renda, tomara que caia, prá lá de sensual, branco, fazia conjunto com uma pequena calcinha fio dental. O toque final, para deixar qualquer homem babando, eram as meias presas por uma cinta liga e sandálias de salto alto.
A ideia de comprar algo assim para sua noite de núpcias partiu de Ana, que nos últimos dias, tinha se tornado sua confidente. Lembrou dela com carinho e de suas palavras.
" Quer conquistá-lo? Use suas armas, Martina! Inexperiência não é motivo pra perder um homem como aquele!
Deixe as noites, que passarem juntos, marcadas para sempre em sua memória."
Retocou o batom, soltou os cabelos e borrifou de leve seu perfume preferido em alguns lugares estratégicos de seu corpo.
Rodou espreitando suas costas refletidas no espelho. Estava e, principalmente, se sentia poderosa.
Apontou, saindo do banheiro e se recostou no batente da porta.
Murilo de costas, sentiu sua presença, denunciada pelo perfume, que já estava marcado em sua mente.
Virou-se e correu os olhos por seu corpo, de alto abaixo extasiado com a visão dela vestida assim. Seus olhos negros cintilaram de desejo e ele se aproximou e a abraçando pela cintura, afastou os cabelos, descobrindo seu pescoço. Encostou sensualmente, o nariz aspirando seu perfume que lhe tirava os sentidos.
Martina estremeceu com o arrepio que subiu pela sua coluna.
__ Esta noite e essa sensualidade toda merece um brinde. - ela anunciou em seu ouvido, a voz baixa e rouca de desejo.
Fez menção de se afastar para servir o champanhe que gelava num balde, sobre uma pequena mesa.
Murilo pela primeira vez na vida, se sentiu embasbacado pelo jeito poderoso e seguro de uma mulher. Tão diferente da garota que tremia em sua primeira vez. Ele havia transformado Martina numa mulher que aprendeu rapidamente, a usar sua sensualidade e a libido para conquistar.
Estava magnífica vestida daquele jeito e foi realmente, uma surpresa para ele. 
Sorriu e sentou no sofá, seu membro doía de tanto tesão, só de imaginar o que viria depois do brinde. Estava pagando pra ver até onde sua ousadia iria. 
Martina desarolhou a garrafa e serviu uma porção do liquido borbulhante nas taças de cristal e se aproximando, entregou uma a ele, sentando em seu colo, sentindo a protuberância de sua excitação em sua coxa. Aquilo a deixava ainda mais animada para fazer o que tinha em mente.
__ A esses dois anos...e a muitas noites como esta! - ela encostou sua taça na dele e bebeu um gole, os olhos castanhos grudados nos dele.
Murilo não resistindo a beijou com voracidade, a língua atrevida pedindo passagem para invadir sua boca.
Ela se desgrudou dele, levantando. Não o deixaria tomar a iniciativa, não desta vez.
Tirou o copo de sua mão e foi até a mesa, caminhando com sensualidade, devolveu os copos. Sentia o olhar dele queimar em suas costas e tinha consciência que  estava  o deixando desatinado.
Murilo se deixou levar, assumindo o papel totalmente de passividade. Ela voltou e se abaixou a sua frente, tirando seus sapatos, meias e subindo, abriu sua calça, puxando, o deixando só de camisa e boxer.
Sorriu pervertida, ao observar seu membro pulsar sob a cueca e passou a mão afagando, arrancando um suspiro de Murilo.
Numa só puxada  libertou seu membro e Martina extasiada o massageou lentamente. Não tinha experiência, mas o extinto de fêmea, a guiava.
Aproximou a boca e passou a língua de leve, sentindo o gosto do pré-gozo em língua. Murilo gemeu e ela pôs na boca o que cabia e o sugou com vontade, dando atenção a glande, passando a língua, se divertindo com o seu desejo, arrancando dele, palavras desconexas .
Murilo segurou seus cabelos, para que não tapasse a visão dela lhe dando prazer. Quando sentiu que não poderia aguentar mais, a afastou e a trouxe pra cima dele apoderando-se de sua boca com paixão, sentindo seu próprio gosto naquele beijo.
Martina desabotoou sua camisa e o ajudou a tirar, correndo a língua por seu peito, se deliciando em poder tocá-lo, sentindo seu coração bater acelerado.
__ Que loucura foi essa, meu amor! - ele indagou ofegante, beijando seu pescoço.
__ Loucuras a gente não explica.- respondeu ofegando. __ Me chama de novo de meu amor, por favor! - implorou, baixinho, segurando seu rosto entre suas mãos, os olhos fixos nos dele.
__ Você é  meu amor, Martina. - confessou sem desviar seu olhar do dela. __ Só quero que saiba que a partir de hoje, você será o meu amor. Eu te amo, Martina! Nunca pensei que um dia ficaria assim, a mercê de uma mulher irritadinha, mas adorável! Eu te amo! Mesmo que não seja recíproco, eu sei que posso te fazer feliz neste tempo, em que estivermos juntos, talvez venha a me amar. Acha que isso é possível?
Martina arregalou os lindos olhos castanhos, piscando os cílios várias vezes, o coração querendo saltar do peito, tentando acreditar que aquelas palavras não eram fruto de um sonho. Um sorriso largo surgiu em seu rosto.
__ Se eu acho possível? Já é uma realidade, Murilo! Desde aquele primeiro beijo, no dia, em que ficamos noivos, que sua imagem assombra meus pensamentos, atormenta minhas noites de insônia... Eu te amo e foi por isso que me entreguei tão facilmente a você. Se não tiver você ao meu lado, minha vida perderá o sentido. 
Ele a beijou com amor, enquanto abria o zíper do corpete, o tirando, deixando seus seios à mostra.
Murilo os encarou com desejo e passou a língua sobre um dos  mamilos, o deixando entumescido, imediatamente, ao seu toque.
Ela suspirou profundamente, diante daquela carícia e seu sexo latejou , desejando ser penetrada por ele.
Murilo não tinha pressa, continuava a brincar sensualmente com o outro seio e Martina enterrou os dedos em seus cabelos, se deliciando com aquela tortura toda.
Num gesto rápido ele a colocou de joelhos sobre o sofá, tomando posição por trás, tirou sua calcinha com cuidado, a deixando apenas de sandália e meias.
A visão dela assim, o deixava ainda mais excitado e se abaixou beijando suas coxas, desenrolando as meias, primeiro uma, depois a outra.
Subiu com a língua por elas, mordendo  suas carnes levemente, chegando até suas nádegas, onde as carícias se demoraram mais. Tinha ciência do que mais lhe excitava. A virou delicadamente, ela se recostou no sofá. Murilo afastou suas pernas, tendo a plena visão do paraíso, seu sexo úmido, apertado e quente.
O que se seguiu levou Martina ao limite do prazer. Ele conhecia aonde acariciar com a língua, sabia o exato momento de parar  e recomeçar, prolongando os momentos de prazer, que proporcionava a ela.
Martina não aguentando mais, gemia desesperada e segurou sua cabeça entre suas pernas,  forçando sua boca para que não abandonasse mais o seu ponto máximo de prazer. E o êxtase chegou intenso, sacudindo em tremores todo o seu corpo, a deixando praticamente, sem respiração.
Murilo então, a segurou pela cintura e virou, a deixando de quatro. Penetrando devagar, se afundando inteiro em seu sexo e arfou de prazer ao senti-lo apertado ao redor de seu membro. Os movimentos iniciaram lentos, segurando suas nádegas, deixando marcas na pele alva. Martina sinalizou que queria mais e ele acelerou até senti-la estremecer em contrações, se segurando no sofá, enquanto gemia de puro prazer.
Murilo a inundou em seguida, se contraindo num êxtase alucinante, derrubando o peito por cima de suas costas, ofegando, praticamente sem forças.
Quando tudo se acalmou, ele a carregou até a cama, onde Martina dormiu feliz, em seus braços.


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