Um bom filho a casa torna

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-O corpo do Ryan Bayle, que era um dos desaparecidos, foi encontrado com vida numa boate do outro lado da cidade. Estou indo junto a uma patrulha até o local. – Dan me atualizou por ligação.

-Certo, estou chegando na delegacia para ter mais notícias.

-Ok, vamos nos falando. – Dan então desliga.

            Estacionei o carro e corri para dentro da delegacia onde tinha uma Ella concentrada numa ligação.

-Por Dios, Mateus! Só faça o que pedi! Não ouse a desligar na minha... Idiota!

-Problema com seu irmão? – pergunto.

-Não com ele, mas ele pode ajudar no caso. Uma senhora, Olívia Evans, teve um infarto ontem de manhã e era um dos corpos sumidos. Olha ela lá. – ela apontou para a senhora do outro lado do corredor na sala do interrogatório. – O parecer médico declarou morte, como pode ela estar viva? É loucura! O Mateus mora próximo a senhora, queria confirmar a morte dela.

-Eu vou lá checar. – disse indo até a senhora na sala.

            Quando eu entrei me deparei com uma mulher idosa, o rosto muito abatido e olhos fundos e avermelhados, ela me olhou e estava visivelmente assustada ainda.

-Senhora Evans, certo? – disse sentando.

-Sim, querida.

-O que aconteceu com a senhora?

-Ontem eu dormi depois da novela e tive uma sensação estranha, similar a um pesadelo, parecia que eu estava no inferno. Eu... eu... – ela hesitou antes de falar. – Quando mais jovem, eu fui enfermeira e num momento de crise financeira eu fiz alguns abortos do qual não me orgulho. Eu vivi num lupe cortando barrigas a sangue frio, vendo bebes sem vida e a morte de algumas mulheres junto... um castigo pelo meu pecado, eu nunca me importei de fato se elas morressem junto.

-Céus! E o que houve?

-Eu vi o diabo. – ela sussurrou. – Ele perguntou se eu estava arrependida do que tinha feito e eu disse que sim, mas ele riu e falou que eu não estava arrependida. Fiquei por horas eternas nesse lupe até ver uma imensa luz e eu a segui como um inseto segue a luz, quando dei conta de mim estava numa sala hospitalar, me deram como morta! – ela disse horrorizada. – Eu devo ter desmaiado e batido a cabeça. – Estão achando que eu sou louca. Você acha que sou louca?

-Não acho, não. Mas, preciso que me dê detalhes. Como tudo aconteceu?

-O lugar que eu estava era escuro, meio tenebroso, mas ficou ainda mais, num breu absoluto. Então a luz me chamou.

-Como era essa luz?

-Era como uma corredor cumprido, e tinha uns sons estranhos, como gritos, mas não era os gritos do sonho, era quase como uma... guerra.

-Mas é claro! Já solucionamos, Detetive! – ouço uma voz no mega fone da sala e viro assustada para a saleta de observação e lá estava Lúcifer. A senhora olha para ele como se tentasse se lembrar, mas Lúcifer saiu da sala. Fui a seu encontro.

-Achei que iria me esperar com respostas na Lux! – o repreendi.

-Não podia esperar. Além disso somos uma dupla! – ele comentou. – Minha mãe é muito esperta. – comentou Lúcifer sorrindo. – Acho que sei como vamos chegar até ela.

-E como?

-Voando para a Cidade Prateada! – ele concluiu sorrindo enquanto voltávamos para a Lux.

-Mas você não pode ir para a Cidade Prateada! – Amenadiel declarou quando contamos as novas.

-Aí é que está, meu irmão. Nossa mãe quer que eu suba. Ela abriu um caminho até mim, do céu a Cidade Prateada. – ela concluiu com o seu sorriso de sabichão.

A Ascensão de Lúcifer (Depois do Adeus)Onde histórias criam vida. Descubra agora