Demônio Leal

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Chloe acordou sonolenta, tivera um sonho onde Lúcifer voltara, mas partia depois. Seu coração doía ao lembrar, mas à medida que ia tomando consciência, sabia que tinha algo estranho. Acordara no quarto do sr. Morning Star e um grande ataque de pânico lhe acometeu, Lúcifer estava aqui e o perdeu mais uma vez.

-Não. – gemeu desesperada levantando da cama. Olhava toda a sala, o bar e não havia vestígios dele. Pensou em ligar para Amenadiel na esperança de Lúcifer estar com ele, mas não teve tempo. Um som forte, como uma rajada de vento lhe chamou a atenção na varanda, a mesma que o havia perdido. Sentiu seu corpo amolecer, quase fraquejar, ao ver o anjo repousando ali. Seu corpo estava úmido, as asas se recolhendo, Lúcifer caiu de joelhos no chão e os olhos vermelhos, como se tivesse chorado.

-Lúcifer. – Chloe murmurou e se ajoelhou ao seu lado. A manhã ainda estava raiando, o céu um pouco enegrecido com luzes laranjas pintando Los Angeles. Lúcifer puxou Chloe pela cintura e a abraçou com força contra si, repousando sua cabeça em seu ombro. – Está tudo bem! Eu estou aqui. – Chloe tentou tranquiliza-lo.

-Obrigado, Detetive. – Lúcifer comentou e respirou fundo, se recompondo. – Achei que fosse voltar antes de acordar você.

-Achei que não mentisse para mim. – Chloe sorriu, tentando deixar ele melhor.

-Não menti, na verdade nem mencionei se iria ou não. – Lúcifer se defendeu. Ele ergueu-se e estendeu a mão ajudando a mulher a ficar em pé.

-Está molhado. – ela comentou tocando seu terno.

-Pois é. Meio dramático, mas estava chovendo quando saí. – ele bufou. – Meu torno italiano.

            Chloe tirou o terno encharcado e o colocou sob a poltrona, mas não conseguia desviar os olhos do tórax de Lúcifer, a camisa branca de linho úmida deixava a mostra seu peitoral e sentia todo o desejo reprimido, todos os sonhos eróticos que já teve em segredo e agitando-se em seu corpo.

-Tudo bem, Detetive? – Lúcifer perguntou olhando com cautela a loira.

-Sim. Eu estava pensando se o Diabo fica resfriado também. – ela comentou sorrindo nervoso, mas Lúcifer riu e sua risada foi tão gostosa que ela voltou ao normal.

-Claro que não! Mas fico feliz pelo interesse. – ele comentou voltando ao seu estado normal. – Estava pensando, que tal tomarmos um café da manhã numa cafeteria antes de irmos à delegacia ver nosso caso com os humanos?

-Claro! – ela sorriu.

-Vou tomar um banho, já volto! – Lúcifer saiu às pressas e Chloe sentiu seu corpo desmoronar no sofá. Como pôde ficar tão carente desse jeito? Principalmente num momento onde Lúcifer estava fragilizado.

                A dupla andava pela ensolarada Los Angeles a caminho da uma cafeteria com uma ótima vista da praia. Lúcifer estava revigorado, seu humor pretensioso havia voltado ao normal e Chloe seguiu o embalo. Os dois sentaram numa mesinha com um guarda-sol na parte aberta do café. Uma mocinha se aproximou com os cardápios.

-Bom dia! O que desejam pedir? – ela perguntou sorrindo, Lúcifer sorriu para a menina e ela arregalou os olhos e ficou vermelha.

-Que tal bacon e ovos, Detetive? – ele perguntou sem nem reparar no efeito que causou.

-Pode ser. – disse Chloe mais para dispensar a menina.

-E então. – Lúcifer cruzou as pernas e tirou os óculos de sol. – Conte-me o que fez nesses meses. Quantos caras maus pegou sem mim!

A Ascensão de Lúcifer (Depois do Adeus)Onde histórias criam vida. Descubra agora