A Ascensão de Lúcifer (Depois do Adeus)

Epílogo

Chloe estava repousada num tipo de céu particular, ainda de olhos fechados apreciava a cama que praticamente engolia seu corpo e o acomodava a si. Lúcifer não mediu esforços para que tudo, exatamente tudo fosse perfeito. Na semana anterior, quando chegaram ao resort, ele fez questão de trocar a cama.

-Quero uma León Rambine para o quarto.

-O preço aumen...

-Só faça o que pedi, por favor, não me importa o preço. – ele interrompeu a atendente com delicadeza. A mulher, encabulada com o homem mais sexy que provavelmente já vira, só concordou afobada.

Uma semana longe de Los Angeles, longe da delegacia, longe de homicídios; Chloe se conectou com uma parte dela que talvez nunca soube que existia e deixou descansar a mulher certa e superprofissional e mãe solteira que era. Ali ela era um tipo de deusa em um oásis particular, olhava-se no espelho e sentia-se cada vez mais linda, feminina e forte. Entre as amigas ela ouvia que o sexo deixava a pele mais viçosa, um semblante mais radiante; talvez esse seja o efeito de deitar-se com um anjo com frequência. Ao pensar nisso a mulher sorriu instintivamente, a cada toque, a cada gesto, a cada momento de amor era único com Lúcifer; quando ela achava que não podia superar ele facilmente se superava.

Criando coragem, Chloe abriu os olhos. O quarto era enorme, praticamente sua casa inteira cabia naquele quarto. A cama, que Chloe sabia ser de um tal León Rambine agora, dava duas da sua cama de casal normal, mas o que ela mais amava era a vista, ah! A vista sem dúvida superava qualquer coisa material.

Eles estavam numa ilha paradisíaca na Tailândia, o resort situado em toda área costeira possibilitava uma casa bem reservada dentro da praia. Chloe podia ver a noite inteira o mar, ouvir as ondas se quebrando e acordar com o sol nascendo no horizonte marítimo de cor cristalina. Era, sem dúvida, o lugar mais lindo que já esteve.

No momento, o céu estava negro, um tom arroxeado com pequenos feixes laranjas começando a surgir. Era de madrugada ainda e se perguntava onde seu recém esposo estaria. Sentando na cama, Chloe fez um coque despojado no cabelo e vestiu um robe de seda para cobrir a nudez. Descalça, abriu devagar a porta do quarto e pode apreciar uma melodia calma e suave. Lúcifer estava ao piano de caldas, tocando de forma envolvente de olhos fechados a melodia. O homem estava com o cabelo despenteado de um jeito bem sexy, vestia uma calça de moletom e o peito nu exposto. Num determinado momento, Lúcifer abriu os olhos e viu a presença da mulher ao canto, apreciando-o.

-Acordou cedo. – ele murmurou sorrindo, sem parar de tocar. Chloe deslizou e sentou-se ao lado do homem no banco, repousando a cabeça em seu ombro.

-Senti falta do meu marido na cama. – comentou, ele abre um sorriso ao ouvir "meu marido". – Está sem sono? – preocupa-se a mulher.

-Não, estou bem. Recebi uma ligação de Lilith e depois quis ficar aqui para não acordá-la.

-Algo sério?

-Não, ela conseguiu pegar o favor que o ministro estava me devendo. Sem guerra ou retaliações com a França, assim espero. – Chloe deslizou os dedos pelo braço do homem e depois entrelaçou suas mãos.

-É tão bom ver você se encontrando. – ela sussurra. Então Lúcifer para de tocar e direciona toda a sua atenção a esposa.

-Eu amo trabalhar com a polícia, em parte por você? Sim. Mas junto com a dra. Linda eu descobri que o que eu realmente gostava era da justiça, era de punir os caras maus e vingar as boas. Então, depois da conversa com o padre Frank foi como uma epifania para mim. Uso a polícia, mas uso as artimanhas que só o diabo consegue para amenizar ao máximo o caos humano.