Um amigo

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Chloe fazia chá para acalmar Linda e Trixie que andavam de um lado a outro na sala. A madrugada estava silenciosa e fria, o que tornava tudo mais agoniante.

-Quanto tempo eles saíram daqui? – Perguntou Trixie.

-Tem umas três horas. – Chloe olhou aflita o relógio, pensando com temor na amiga, em Lúcifer.

-E se algo ruim acontecer? Como aconteceu com o vovô? – a menina perguntou, os olhos se enchendo de lágrimas.

-Não vai, filha. Eu sei que não. – a mulher foi até a menina e a abraçou. Não suportaria mais perdas. Então alguém bateu a porta, Linda pulou do sofá para atende-la, mas murchou ao ver Dan.

-Pai! O que faz aqui? – perguntou Trixie.

-Dan, tudo bem? – perguntou Chloe.

-Eu estou tentando falar com a Maze, ela sumiu da cena do crime. O celular dela não atende e ela não estava na Lux e nem na cada da Linda então eu estranhei. Está acontecendo algo? – ele olhou em volta. -Cadê Amenadiel e Lúcifer? –

-Dan, não é o melhor momen...

-Estamos aqui! – eles ouviram a porta da cozinha se abrir. Lúcifer e Amenadiel puxavam Miguel ainda ferido para a sala, as asas pendendo sob o chão.

-Mas que porra é essa?! – falou Dan em choque. Lúcifer suspirou sem paciência.

-Asas! Esse é Miguel, meu irmão.

-Miguel? Tipo...

-Tipo de anjo, Daniel! Qual parte de Lúcifer você não entendeu em quase cinco anos? – Lúcifer abriu as asas brancas.

-Lúcifer! – gritou Maze aborrecida. – Eu ia contar de outra maneira. – Mas Daniel já estava em estado de choque olhando para Maze.

-Então... aquele lance de que conheceu ele no inferno e ser demônio é... Meu deus, eu achei que vocês transavam só!

-Também, mas isso não convém agora, é claro. – acrescentou Lúcifer fechando as asas.

-Será que dá pra ajudar aqui? – Pediu Amenadiel deitando Miguel no sofá. – Linda? – pediu o anjo.

-Ah, certo! Eu posso dar um jeito no cara que queria sequestrar meu filho e levou minha amiga. – a mulher balançou a cabeça tentando se convencer. – Chloe, tem álcool e linha de costura?

-Vou pegar! – a mulher correu para a cozinha e pegou uma caixinha no armário.

-Todo mundo sabia? Tá tipo, todo mundo de boa com um anjo ferrado na sala? – perguntou Dan ainda assimilando a situação. – Okay, então tudo bem! – ele se aproximou de Miguel. – Detonaram com ele. Quem fez isso?

-Eu. – Lúcifer sorriu levantando a mão. – De vez em quando acontece, mas é normal entre irmãos, não é mesmo?

-Ainda bem que sou filho único. – murmurou Dan para si e então olhou para lado, vendo Trixie fazer careta a cada agulhada que Linda dava no homem. – Até você sabia disso?!

-Óbvio né, pai. Como vocês adultos demoraram tanto tempo para enxergar, eles literalmente gritavam a verdade. – a menina riu deixando Dan sem resposta.

A Ascensão de Lúcifer (Depois do Adeus)Onde histórias criam vida. Descubra agora