A Ascensão de Lúcifer (Depois do Adeus)

Soco no Nariz

Daniel tinha saído tarde da delegacia, decidiu fazer hora e adiantar o serviço para depois ir à Lux, estava tendo uma baita festa hoje, de acordo com a mensagem de Lúcifer, e ele estava precisando sair mais, quem sabe conhecer alguém.

Ele entrou no carro e dirigiu então ao coração de LA na tarde da noite. Quando Dan estacionou na esquina, ele viu do outro lado um homem apanhando na penumbra. Tirando a arma do coldre, ele atravessou a rua e a ergueu.

-Hey! Parado! – ele gritou ao homem encapuzado que esmurrava o bêbado. O homem se virou e tirou o capuz e revelou um rosto familiar.

-Maze?! Mas que droga! Larga ele! – Dan guardou a arma e foi ajudar o bêbado.

-Ele estava seguindo uma menina! Merecia a surra. – Maze comentou com raiva. Dan olhou a amiga e viu tristeza em seu olhar, ela não batia por diversão, como de costume.

-Certo. – Dan levantou o bêbado que estava com o rosto sangrando. – Vai embora e pense duas vezes antes de tentar alguma coisa outra vez. – o homem concordou murmurando coisas sem sentido e correu para longe.

-O que houve? – Dan perguntou cruzando os braços.

-Nada. – a mulher ajeitou as luvas de couro dando de ombros.

-Onde está sua parceira?

-Foi embora! – Maze gritou. – Chega dessa palhaçada! Mas que merda! – a mulher chutou a lata de lixo que voou para o meio da rua e depois gritou descontrolada. – Eu odeio ficar entre os humanos! – gritou. – Eu odeio sentir coisas que eu não queria!

                Dan deixou a mulher gritar e extravasar sua dor. Não foi ele mesmo que saiu esmurrando tudo quando perdeu Charlotte?

-O Lúcifer precisa me levar pra casa! – a mulher disse por fim, ofegante. – Já deu pra mim!

-Certo, me dá um soco. – Dan pediu colocando a mão na cintura e ficando de frente pra mulher.

-O que? Está louco! – Maze riu.

-Me dá a merda de um soco.

-Não, Dan!

-Me dá logo um soco, Maze! – ele gritou.

-Para! – ela gritou de volta e o esmurrou na cara. Dan sentiu o impacto e seu nariz começou a sangrar. – Merda, olha o que me fez fazer! – ela disse estressada.

-Está melhor? – ele perguntou cuspindo sangue. Maze olhou para ele indignada.

-Não!

-Porque você não vai! Acredite! – Dan limpou o sangue com a manga da camisa. – Vai esmurrar LA inteira ou vai voltar para sua casa, mas isso não altera o que está sentindo. – ele disse. A mulher parecia frustrada, prestes a ter outro surto. –Deixa eu te levar pra casa. – Dan pediu.

-Não quero que a Linda me veja assim. – Maze comentou. – Vou voltar pra Lux, beber até amanhecer e...

-Maze, não, sério! – Dan pegou no seu braço. – Então vamos lá pro meu apartamento. Dorme lá. Aproveita e me ajuda a estancar isso, não quer parar se sangrar! – ele mostro o nariz. Maze sorriu.

-Eu dirijo. – disse a mulher.

                Dan morava num AP pequeno, atrás da estação de trem. Não era muito luxuoso, mas ele gostava do bairro mais sombrio, parecia que vestia o dia inteiro a fantasia de herói e bom moço, mas quando voltava para casa podia se assumir como era.

                Eles entraram e Maze viu a sala minúscula acoplada com a cozinha. Dan foi até lá e molhou um pano na pia.

-Tem algodão? – Maze perguntou.