Família

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Três meses depois...

-Como você está, Lúcifer? – perguntou Linda fechando a porta de seu consultório enquanto o diabo se acomodava no divã.

-Estou bem, na verdade foi uma semana bem pacata.

-Tem certeza? Soube que fez uma visita ao Inferno esses dias.

-Sim, eu fui lá. Posterguei muito depois de todo aquele incidente com Miguel, mas nossa última sessão me deu ânimo e voltei.

-Imagino que todo o medo de ficar preso ainda seja intenso, mas como foi?

-Está tudo bem. Os demônios tiveram uma mudança depois do incidente, alguns estão até mais sérios e responsáveis, torturando de forma mais justa do que por prazer; outros continuam os mesmos, mas acho que o Padre Franck estava certo sobre a luz ter tocado as sombras do Inferno. Lilith de volta foi meu grande trunfo, tinha esquecido o quanto ela é destemida. Ela está aqui na Terra! Ela e Maze estão até caçando juntas, acredita? Maze tem ensinado bastante sobre os humanos perversos vivos.

-Nem consigo imaginar passatempo de mãe e filha ideal. – Linda riu. – E como está na delegacia?

-Excelente. Eu e a detetive continuamos uma dupla incrível, agora com o Dan conhecendo meu segredo fica até mais simples. Los Angeles está desenvolvendo uma justiça boa, quem sabe com o tempo essa proporção aumente.

-Falando em Chloe... como está? Ansioso?

-Claro que não. – Lúcifer cruzou a perna e riu. – Eu sou o Diabo, Linda! Acha que vou ficar ansioso por uma coisa dessas?

-Não sei, seria natural. – Linda recostou na cadeira, escondendo o sorrisinho que teimava em aparecer. – Se quer ter certeza, dará tudo certo. – Lúcifer bebeu um gole de água e ficou um pouco impaciente.

-Bom, doutora, queria ficar mais tempo, mas prometi buscar a Trixie na karatê. – Lúcifer olhou o relógio e levantou.

-Até mais tarde, Lúcifer! - Linda disse alto, rindo, enquanto o diabo fugiu porta afora. – Não se atrasem!

-Lúcifer! -a menina gritou ao ver o homem na entrada do ginásio. Ela correu e o abraçou.

-Oi, pequena. – ele sorriu. – Será que agora a gente consegue lutar sem eu te machucar?

-Você nunca me machucaria porque eu sou muito mais forte que você! – disse ela convencida.

-Ah, disso você está certa! – Lúcifer pegou sua mochila rosa de bichinhos e os dois entraram no carro.

                Lúcifer deu partida e os dois rumaram para a casa de Daniel. Ele estava muito concentrado na estrada, não falou nada e tinha até esquecido de ligar o rádio, era visível sua estranheza.

-Está nervoso, não está? – ela perguntou sorrindo quando Lúcifer estacionou em frente ao prédio.

-Claro que não. – ele sorriu tentando mostrar tranquilidade.

-Está sim. – disse a menina. – Bom, eu tenho algo pra você. – ela comentou abrindo a mochila. De lá tirou um cordão tipo militar, a chapa de prata estava cravada as iniciais “L, C, T” e um coração.

A Ascensão de Lúcifer (Depois do Adeus)Onde histórias criam vida. Descubra agora