A Batalha do Céu

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-Olha quem quer voltar para casa! – gritou Miguel. Sua voz forte retumbou aos quatro ventos. Suas asas beges cintilavam ao sol e seus olhos estavam negros, cheios de raiva. Então ele olhou para a multidão e gritou. – Foram milênios protegendo os humanos, certificando de glorificar a mais querida criação de nosso Pai e ele – apontou para Lúcifer. – Ele quis arruinar tudo! Revoltou e se rebelou! Armou contra os nossos uma rebelião para impedir! Ele quis a discórdia e a justiça foi feita porque Deus me permitiu! Eu fui o único que podia pará-lo! – ele se aproximou, estava a centímetros de Lúcifer e sorria ao ver o irmão naquela posição. – E será sempre assim. – ele murmurou para Lúcifer que não respondeu. Não se via no direito de responder, ele estava certo sobre tudo. Miguel se afastou, os anjos murmuravam, mas pareciam em dúvida do discurso de Miguel.

-Isso é mentira! – gritou Eva se levantando e caminhando decidida em direção a Miguel. Amenadiel levantou para impedi-la – Não! – ela gritou para Amenadiel. – Isso é mentira! Lúcifer foi o anjo mais doce e amável que já conheci! Ele se encantou comigo e procurou entender a gente. – Eva gritou.

-A gente sabe o porquê. – Miguel riu olhando da cabeça aos pés Eva. Alguns anjos começaram a rir. Eva sentiu as bochechas corarem e não sabia se ficava sem graça ou com raiva. Mas Lúcifer segurou no braço de Miguel.

-Pare, você não tem o direito. – ele murmurou.

-Vai defender sua amante? Já cansou da humana, irmão? – Miguel riu.

                Lúcifer sentiu a raiva crescer, estar ali veio à tona tudo o que os dois passaram, tudo o que Miguel fez Lúcifer sentir, o humilhou e o expulsou. Ele sabia que não tinha direito de nada, que realmente criou um grande tumulto, mas Miguel não era melhor do que os outros, ele não tinha o direito de diminuir ninguém.

-Nunca mais mencione a Chloe. – Lúcifer murmurou, sentindo o corpo esquentar. Os anjos começaram a se assustar e a fazer barulho. – Nunca mais ouse a humilhar alguém, assim como fez comigo! – ele gritou e com o pensamento jogou Miguel para longe, o anjo abriu as asas, mas a força era mais forte e não impediu de fazer o anjo ser arremessado e fincado na terra. Ele ergueu-se furioso.

-Então é assim?! Vai querer se chutado daqui de novo?! – Miguel riu tirando a terra da roupa. Lúcifer olhou para Castiel e ele balançou sutilmente a cabeça; era a hora.

-Quem o elegeu o melhor? Quem o elegeu para decidir quem deve ou não permanecer aqui, Miguel? Achei que esse mérito pertencia a nosso velho Pai! – gritou Lúcifer.

-Porque eu sou o mais forte. – Miguel abriu os braços. – Porque eu derrotei o filho favorito! Mesmo sendo metades de um todo! – Miguel riu e com os braços erguidos escureceu o ambiente, uma densa névoa circundou os dois. O maior dom de Miguel era a manipulação, foi assim que os dois construíram o multiverso. Miguel fez a terra subir e a jogou contra Lúcifer que levantou voo.

-Você é fraco, Samael! – Miguel gritou e então desdobrando a velocidade surgiu a frente de Lúcifer o socando no rosto.

                O anjo caiu levantando poeira com o impacto no solo. Lúcifer sentiu dor nas costas onde pendiam as asas e se levantou com dificuldade. Ele escutava ao longe chamarem seu nome, gritarem, mas Miguel cuidou para que ninguém interferisse, e Lúcifer preferia assim.

-A verdade é que o Pai teve pena de você. O filho rebelde, amargurado e mau amado que queria chamar atenção. Ele quis lembrar o quanto é benevolente perdoando você, devolvendo suas asas e o deixando entrar, para que servisse de mula a todos os que se arrependessem. Afinal, se o diabo teve perdão, quem não pode ter? – Miguel riu e desceu veloz acertando o peito de Lúcifer. O anjo da luz sentiu o corpo fraquejar, mas o que o tornava fraco eram as palavras mais do que a força bruta de Miguel, a ideia se enraizava em seu ser e o enclausurava. – No fim das contas percebi a verdade! A humana foi só um brinquedinho para que você ficasse quieto. Como uma criança precisa de chupeta. - Miguel ia esmurra-lo novamente, mas Lúcifer reagiu rápido, como se uma onda de adrenalina tivesse dominado seu corpo, mencionar a Detetive mudou toda a perspectiva, ele lembrou do porque estava ali. Lúcifer o pendeu no ar, Miguel com a força do pensamento evocou rochas na direção de Lúcifer, mas ele as paralisou também.

A Ascensão de Lúcifer (Depois do Adeus)Onde histórias criam vida. Descubra agora