Capítulo 10 - Natal feliz como deve ser

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24 de Dezembro de 1998

Desembarquei na estação para o recesso de Dezembro sem saber quem viria me buscar. Imaginei que seria papai, já que eu passaria o Natal na casa dele, mas me surpreendi ao ver mamãe me esperando.

— Esperava que fosse seu pai, não é? — comentou ela sorrindo depois que me soltou do abraço.

— Na verdade sim — não havia por que discordar. — Mudanças de planos?

— Não, passaremos o Natal na casa do seu pai, mas achei que poderíamos aproveitar um pouco o tempo juntas antes.

— Vai ser ótimo! — respondi animada.

Deixamos a estação e seguimos de carro para o Covent Garden. Mamãe sabia que eu amava a decoração de Natal de lá. Paramos na loja de cookies para um lanche e um chocolate quente e depois seguimos para um shopping. Não estava sendo tarefa fácil ficar em local aberto com o frio que estava fazendo. Eu quis comprar um presente para meu irmão que agora estava com 8 meses e mamãe me incentivou a comprar algo para papai, Tonks e Andrômeda também. Depois compramos roupas novas para usar na ceia de Natal e mamãe comprou um relógio muito bonito para ela. Ainda escolhemos uma camisa e uma gravata para Wesley. Terminadas as compras aproveitamos o tempo livre para assistir uma comédia natalina que estava em cartaz no cinema.

*
Chegamos à casa de papai por volta das oito da noite do dia 24 de Dezembro. Recebemos um convite para almoçar com os Weasleys no dia 25 e por isso revolvemos fazer nossa celebração mais íntima à noite. Depois de duas batidas na porta, papai nos recebeu com Teddy no colo.

— Teddy! — estiquei os braços para ele e o atraí para mim.

Imediatamente ele me reconheceu e se jogou na minha direção. Peguei meu irmão no colo e o abracei com carinho beijando e fazendo cócegas em seu pescoço.

— Parece que perdi meu posto nesse fã clube — comentou papai enquanto ria. — Entrem, está muito frio aqui fora.

— Deixa de ser ciumento papai! — passei por ele com Teddy no colo.

Mamãe e Wesley o cumprimentaram e também entraram. Meu padrasto havia trazido uma garrafa de vinho para a família e depois que eu disse à mamãe sobre papai sentir saudade da torta de maçã com canela que ela fazia, preparamos uma para levar.

— Não precisavam ter se incomodado — agradeceu Tonks enquanto recebia a bebida e a comida.

— É um prazer, e não deu trabalho nenhum porque tive uma ajudante muito eficiente — mamãe olhou para mim e eu sorri para ela.

— Eu também ajudei minha mãe a preparar o jantar de hoje — Tonks estava orgulhosa do feito. Geralmente era papai quem ajudava Andrômeda na cozinha.

— E onde vovó está?

— Foi para a casa tomar um banho e trocar de roupa. Logo vai estar aqui.

— Ela mora muito longe? — perguntou mamãe.

— Não, uns dez minutinhos de caminhada até aqui — respondeu Tonks. — Isso se ela vier andando.

Sorrimos uns para os outros com a certeza de que ela não atravessaria o trajeto a pé se podia voar ou aparatar. Apenas Wesley não captou aquilo de imediato.

— Será que eu posso segurar ele um pouco? — pediu mamãe se aproximando de Teddy e eu.

— Vai com a tia, pequeno — dei um suspiro e o entreguei para mamãe depois de dar um beijinho em seu rosto.

— Ah, agora acho que ganho meu abraço, não é? — papai estava de braços abertos me esperando.

Dei uma gargalhada e corri para abraçá-lo. Ele me segurou firme e meus pés deixaram de tocar o chão por alguns segundos enquanto ele me erguia no ar.

— Bem, apesar da saudade.

— Estudando para os N.O.Ms.?

— Muito — sorri.

— Por favor, fiquem à vontade — Tonks apontou para o sofá da sala incomodada com o fato de todos ainda estarem de pé.

Wesley e mamãe sentaram perto um do outro brincando com Teddy que ainda estava no colo de mamãe. Tonks sentou em uma cadeira de frente para eles enquanto papai e eu preferimos a poltrona. Como só cabia uma pessoa eu sentei no braço dela e coloquei minhas pernas sobre o colo dele.

— Papai, a wolfsbane que estou enviando...

— Está perfeita filha! Só o sabor que não é lá essas coisas — ele riu.

— Vou pesquisar um pouco mais e dar um jeito nisso.

— Não perca seu tempo com isso filha. Tudo o que está fazendo já está ótimo!

— Não vou parar — toquei o nariz dele com o indicador. — Seria muita maldade decepcionar o professor Slughorn agora. Você não tem ideia de como ele está empolgado com meus estudos. Acho que ele vê alguma chance de eu fazer uma grande descoberta e o nome dele ir junto.

— Foi ele quem te ensinou a preparar a poção, não foi?

— Comecei com o professor Snape, mas quando ele se tornou professor de DADA não quis continuar me ensinando poções então, a conselho do Jimmy, procurei o professor Slughorn.

— Não queria te dar esse trabalho, mas é muito mais fácil quando a poção é preparada dentro de casa. Já quase nem lembro mais que sou lobisomem.

Sorri e abanei a cabeça em negativa. O senso de humor de papai estava melhorando a cada dia.

— Por falar em nem lembrar mais que é lobisomem, e o trabalho, como vai? Ainda tem muitos alunos?

— Diminuíram um pouco, mas eu realmente consegui um emprego no Profeta Diário. Fui contratado para responder as cartas de bruxos com dúvidas sobre magia das trevas e como identificar os sinais da presença desse tipo de manifestação. E vez ou outra escrever uma matéria completa.

— Que ótimo papai! — dei um beijo na bochecha dele.

— Melhor ainda não precisar faltar serviço na lua cheia. Posso escrever os textos em casa e enviar para eles por uma coruja.

— Fico muito feliz por você!

— Também estou muito feliz, filha. Por tudo o que está acontecendo.

Olhei para papai e depois para cada pessoa naquela sala. Tão diferente do nosso último Natal cheio de medo pelo que estava por vir, àquele era de longe um dos mais felizes que eu já tive. Imagino que para papai também. Se algum dia eu me senti egoísta por ter de certa forma o obrigado a viver mais alguns anos sofrendo como lobisomem, aquele momento era a prova clara de que esse era apenas o probleminha peludo dele.

***
Já é Natal! Pelo menos publiquei esse capítulo depois do Halloween, senão a divulgação dele com imagens natalinas ficaria bem estranha. Gostaram do momento família no capítulo de hoje! Prometo que vai ter muito mais! Não se esqueçam de votar na história e comentem! Gosto muito de receber o feedback de vocês!

Livro 6 - Lana Lupin e o Menino de Cabelo AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora