Capítulo 3 - E a família aumentado...

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1998

Finalmente fiquei livre do castigo. Não sei se era porque mamãe queria ir passear no shopping, se achava que já era tempo suficiente ou que eu já aprendera a lição e nunca mais sairia no meio da noite para ajudar alguém.

De todo coração esperava que ela não estivesse acreditando na última opção, porque eu não pensaria duas vezes antes de fazer aquilo de novo. No entanto, se acontecesse, pelo menos deixaria um bilhete.

Eu esperava mamãe pegar o ticket do estacionamento olhando ansiosa para as lojas no final do corredor à nossa frente. Eu amava toda aquela luz e a forma como o chão brilhava. Pareciam encantados. Ri sozinha do meu próprio pensamento.

— Vamos? — mamãe passou por mim.

Comecei a andar ao lado dela e me animei ainda mais em meio a tantas lojas. Fomos direto para uma loja de roupas de cama. Mamãe queria aproveitar uma promoção de lençóis e eu me encantei por uma manta para bebê na cor azul com bolinhas brancas e cachorrinhos desenhados nas bordas. Não foi muito difícil convencer mamãe a me deixar levar.

— Agora quero ver umas roupas naquela loja.

Caminhamos para a loja de departamento e enquanto ela experimentava alguns vestidos, passei pelas araras tentando encontrar alguma roupa que me agradasse.

Nada conseguiu me conquistar até eu chegar a sessão infantil. Quase tive um treco com tantos macacões, blusinhas e calças com de personagens de filmes e desenhos além de outras peças igualmente lindas apenas pelas cores e padrões.

— Vou levar esses dois vestidos — mamãe me encontrou com as roupas em um dos braços.

— Olha que lindo esse, mãe! — eu segurava um macacão felpudo que mais parecia uma fantasia de urso panda. — O Teddy ia ficar tão fofinho nesse aqui!

Ela sorriu em resposta — pode pegar algumas roupas para ele. Mas não exagere, porque bebês crescem rápido e acabam perdendo as roupas antes de conseguir usar.

— Não quando fazem parte de uma família bruxa — eu já estava com cinco peças nos braços.

— Tem razão — mamãe me acompanhava na escolha. — Leve esse aqui também — ela pegou um macacão de veludo azul marinho com detalhes brancos na gola e nos punhos das mangas e das pernas compridas.

Saímos da loja cheias de sacolas. Continuamos andando pelos corredores parando para ver com mais detalhes algumas vitrines. Esse não era o shopping que eu costumava vir com Jimmy. Era bem mais longe de casa e um tanto maior.

Deve ter levado quase duas horas até conseguirmos percorrer ele todo. Mamãe ainda parou em uma loja de artigos de decoração e eu não resisti à tentação de entrar em uma loja de brinquedos. Antes eu gostava de escolher coisas para mim, mas agora eu só pensava em Teddy.

— Não vai comprar nada para você não? — mamãe perguntou enquanto pagava por alguns brinquedos para bebês que eu havia escolhido. Dessa vez contive a empolgação para não pesar muito o cartão de crédito dela.

— Não estou precisando de nada — respondi sorrindo.

Ela passou o braço em volta da minha cintura quando saímos da loja com mais uma sacola.

— Que tal fazermos um lanche?

— Acho uma boa ideia.

Na praça de alimentação escolhi um combo de hambúrguer, batata frita e refrigerante de uma rede de fast food e mamãe optou por um pedaço de torta e um copo de suco.

— Mãe, a Tonks falou que no Beco Diagonal tem uma loja de artigos para bebês?

— Tem sim. Eu inclusive fui lá algumas vezes, mas depois que passei a viver como trouxa, tive que me virar com o que eles tinham a oferecer. Confesso que senti falta dos produtos bruxos.

Livro 6 - Lana Lupin e o Menino de Cabelo AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora