Finalmente depois de um tempo gastando o mínimo possível do dinheiro que eu estava ganhando com a venda dos livros, resolvi esbanjar um pouco. Desde o filme em que Harry apareceu voando em uma Firebolt, fiquei com vontade de comprar uma para mim.
Não era muito barata, mas valia muito o investimento. Pedi papai para ir comigo ao Beco Diagonal, pois queria comprar uma vassoura nova para Teddy também. Ele estava aprendendo a voar nas que tínhamos em casa, certamente nada adequadas para a idade dele.
Foi uma verdadeira festa quando cheguei com o presente, e Teddy queria sair voando na mesma hora, mas consegui convencê-lo a esperar pelo dia seguinte, um Sábado, e assim aproveitar o dia todo. Ele concordou e quis convidar Harry para se juntar a gente, por isso emprestei Amata para que ele pudesse enviar a mensagem.
Na manhã seguinte tivemos uma aula de voo com Harry. Claro que eu não iria deixar de aproveitar a oportunidade de aprender com ele e prestei muita atenção em tudo o que foi dito.
Enquanto papai e Tonks preparavam o almoço, passamos horas voando no campo aberto em frente da casa. Um dos benefícios de se morar em um lugar isolado, era a magia ser usada com a tranquilidade de não ter nenhum trouxa por perto.
Depois do almoço a diversão continuou, mas de forma diferente. Dividimo-nos em duplas para disputar quem pegaria o pomo de ouro mais vezes. Teddy quis jogar com Harry e eu fiz dupla com Tonks.
Já podem imaginar que nem com toda minha destreza e de Tonks juntas seriam páreos para Harry. Mas nós não perdemos de zero. Depois de duas horas jogando e capturando o pomo apenas 5 vezes, contra 20 da dupla Harry e Teddy, pedi para sair.
— O Teddy é bom nisso também — comentei ao lado de papai sobre o fato do meu irmão ter conseguido capturar o pomo em 7 vezes.
— Talvez ele entre para um time em Hogwarts — Tonks parou a meu lado.
— Será — olhei para cima vendo ele e o padrinho disputando um com o outro.
— Só com o tempo iremos descobrir — respondeu papai.
Nós duas sorrimos para ele.
— Acho que vou preparar uma limonada para a gente — anunciou Tonks. — Estou com muita sede e com certeza eles também estarão quando terminarem.
— Boa ideia — concordei. — Vou te ajudar.
Entramos juntas em casa e deixamos nossas vassouras do lado da porta. Depois de lavar as mãos e pegar alguns limões na cesta de frutas recém-colhidas ficamos de pé ao lado da pia de frente uma para a outra e começamos a cortar as frutas.
— Por que a gente não tá usando magia pra fazer isso? — perguntei.
— Não sei... — minha madrasta riu. — Acho que deixamos isso para as atividades mais desagradáveis como lavar a louça.
Revirei os olhos concordando com ela.
— Fazer uma limonada, ainda mais com ajuda não é algo tão ruim assim.
— Eu gosto de ajudar — sorri. — Apesar de agora eu ser cada vez menos necessária por aqui.
— Não diga uma coisa dessas, Lana — Tonks parou de cortar um limão que já estava pela metade e olhou para mim. — Você sempre será indispensável para nós.
— Claro Dora! Não quis dizer que vocês não me querem por perto. Acho que me expressei mal, — sorri para ela que sorriu de volta e continuou o que estava fazendo. — É que nosso bebê já está bem grande e independente. Não precisa de alguém para dar de comer e trocar as fraldas...
— O tempo voa tão rápido... Ontem mesmo estava com o Teddy nos braços e hoje já estamos pensando como será a passagem dele em Hogwarts.
— Por favor, não vamos chorar — pedi enxugando uma lágrima que descia pelo meu rosto. — Não estamos cortando cebolas.
Tonks riu do comentário.
— Eu não quero só viver da venda dos livros. Quero fazer algo mais — terminei de cortar o último limão.
— Já pensou em escrever outro? Você parece ter o dom da escrita tão afiado quanto seu pai.
— Obrigada — sorri. — Mas não tenho nem ideia sobre o que poderia escrever e nem se venderia bem. Não que esse primeiro seja exatamente um best-seller.
Peguei uma jarra de vidro no armário e comecei a espremer os limões dentro dela.
— Estou pensando em arrumar um trabalho, mas já faz tanto tempo que saí de Hogwarts que nem sei para o que me candidatar...
— Tenho certeza que você consegue entrar em um dos programas de trainee no Ministério da Magia. Quando você conversou com a professora McGonagall, qual foi o resultado do seu aconselhamento?
— Na época meu resultado indicava habilidades para trabalhar com poções ou lidar com animais. Cheguei até a pensar em uma vaga no Departamento para Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas.
— Já imagino em qual sessão.
— Sim, desde que o ministro Kingsley Shacklebolt reabriu o serviço de Apoio aos Lobisomens que estou pensando em me candidatar.
— Vou olhar como estão as coisas em relação a vagas e te falo — Tonks terminou de espremer o último limão e foi buscar o açúcar.
— Mas, por favor, não conte a ninguém meu interesse por enquanto. Quero pensar bem antes. Tenho medo de estragar tudo — terminei com a última metade do limão e comecei a juntar os restos para jogar na caixa de compostagem nos fundos da casa.
— Estragar como, Lana? — Tonks sorriu. — Desconheço alguém com mais habilidade e conhecimento para cuidar de lobisomens do que você. Acho que nem seu pai estudou tanto sobre o assunto.
Nós duas rimos enquanto eu usava a varinha para deixar a água que colocara na jarra gelada. Com o refresco em mãos e uma bandeja com cinco copos fomos para o lado de fora da casa.
***
Decisão difícil de se tomar. Ainda bem que tenho a tranquilidade de que se escolher a profissão errada, posso começar tudo de novo.
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Livro 6 - Lana Lupin e o Menino de Cabelo Azul
FanfictionRemus e Tonks foram salvos na batalha de Hogwarts, mas que tipo de consequência essa alteração dos fatos poderá trazer? A família estará em perigo? E o mundo bruxo? Será exposto através das histórias publicadas pela JK Rowling? Mas nem tudo gira em...