Livro 6 - Lana Lupin e o Menino de Cabelo Azul

Capítulo 17 - O sigilo em perigo

1999

No início do mês de Julho daquele ano foi lançado um livro com o nome Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. Ainda não se tinha pistas de quem poderia estar contando a história à JK Rowling, e a comunidade bruxa estava preocupada. Nós estávamos na casa dos Weasleys exatamente conversando sobre o assunto.

— Os trouxas continuam acreditando que tudo não passa de fantasia, não acho que seja assim tão perigoso, além do fato que eles podem aprender algo de útil com a nossa história — comentou papai.

— De acordo, Lupin, — continuou Harry que também estava na reunião. — Mas mesmo o tio Valter está incomodado com isso principalmente envolvendo o nome dele. Apesar do fato de que ele não considera fazer amizade com quem lê esse tipo de história.

— Eles ainda moram na mesma casa Harry? — perguntou Hermione sentada no sofá ao lado de Rony.

— Sim, mas o endereço que está nos livros não é exatamente o mesmo do lugar onde eles moram. Se fosse provavelmente eles mudariam. Fariam de tudo para provar que não são os Dursleys dos livros.

Então o Harry que contou a história para a escritora durante a viagem de trem havia omitido alguns detalhes de propósito. Sabia decisão, pensei.

— Eu fiquei fora dessa história... Era meu primeiro ano em Hogwarts — comentei ao lado de papai com um exemplar do livro nas mãos. Mamãe tinha me dado aquele de presente também.

Não fiz aquele comentário à toa. Eu sabia o motivo de não estar nas histórias. Havia pedido isso a Harry antes dele viajar no tempo e colocar em prática o plano, mas precisava passar a ideia que estava tão surpresa quanto eles. Fiz esse acordo com papai e Tonks e estávamos seguindo à risca.

— Acho que você e o Harry não passaram muito tempo juntos, e o foco central é ele — respondeu Hermione raciocinando exatamente da forma que eu tanto queria.

— Verdade. Eu tinha um pouco de vergonha de me aproximar dele — sorri sem graça.

Harry sorriu de volta. Aquele sentimento há muito tempo havia sido extinto entre nós, principalmente por ele ser o padrinho do meu irmão. Sempre que podia ele aparecia lá em casa. Às vezes com Rony, Ginny ou Hermione e em outras, sozinho.

— Já pensaram na possibilidade da magia ser a responsável por isso? Pode não ser uma pessoa, mas um artefato mágico que fez seu caminho até a JK Rowling e permitiu que ela visse tudo — sugeriu o senhor Weasley.

— Tonks teve essa mesma ideia, e concordamos com ela que é uma possibilidade bem plausível — comentei.

Do outro lado da sala, acompanhada da senhora Weasley, vovó e Teddy, ela concordou com um aceno de cabeça.

— A gente tem a impressão de estar no controle, mas para mim a realidade não é bem assim — confirmou a bruxa.

— Mas o que importa aqui é o que nós vamos fazer? — perguntou Harry.

— Acho que por enquanto nada — respondeu Hermione. — Mas continuamos vigilantes tentando descobrir o que está acontecendo. Quanto aos trouxas não há motivo para ficarmos preocupados. Duvido muito que eles acreditem em magia só porque está escrito em um livro.

— Nem com uma bruxa dentro de casa eles têm certeza de que é real — comentei me lembrando do ceticismo do Wesley em relação à mamãe e eu.

— Meus pais também passaram um bom tempo impressionados com tudo até se acostumarem — concordou Hermione sorrindo.

Aquela reunião me tranquilizou, mas a cada lançamento acho que eu viveria toda aquela tensão mais uma vez. Nem queria pensar o que aconteceria se a história chegasse a ir para o cinema. Os filmes sempre têm menos detalhes do que os livros, mas a divulgação traria para eles uma atenção ainda maior e meu medo é que em algum momento o mundo bruxo decidisse agir e acabar iniciando uma nova guerra. Prometi para mim mesma que nunca mais na minha vida, mesmo que tivesse a oportunidade eu alteraria qualquer coisa no passado.

***
Esse sentimento vai me seguir para sempre. Um medo de que descubram o que eu fiz. Meu medo é além de ser punida, magoar pessoas que não tiveram a mesma oportunidade de salvar seus entes queridos.