Capítulo 31 - A tempestade

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Agosto 26 - Domingo à noite

Quando voltei para a casa de papai domingo à noite, fiquei um tanto contente com o que vi. Apesar da aparência fragilizada, papai estava bem. Se alimentando pouco, porém suficiente para mantê-lo fora da cama na maior parte do dia.

Eu cheguei acompanhada por mamãe que quis ver de perto como papai estava. Ela queria ir de carro, mas acabei convencendo que aparatar seria bem mais rápido e econômico.

— Lana, Anne, entrem — disse Tonks ao abrir a porta.

Além de papai e Teddy, vovó Andrômeda também estava à mesa terminado de jantar. Dei um beijo em cada um.

— Estão servidas? — perguntou vovó.

Mamãe e eu agradecemos e recusamos, pois tínhamos acabado de jantar.

— Só vim dar uma passadinha rápida para ver como Lupin está — mamãe terminou a frase olhando para papai.

— Nunca estive mais saudável! — respondeu ele repousando a xícara de chá sobre o pires.

— Não exagera papai... — passei meus braços por cima dos ombros dele descansando meu queixo sobre sua cabeça.

— Não estou tão mal quanto a Lana possa ter contado, mas tirando algumas dores esporádicas e a falta de apetite eu estou bem sim.

— Se é o que você diz, só posso concordar — mamãe sorriu.

— Desse jeito não vamos conseguir educar esse menino! — retruquei em tom irônico. — Vocês concordam com tudo que ele faz.

— Que eu fiz? — perguntou Teddy sem entender o que acontecia.

— Nada amor, o menino que sua irmã está falando é o papai — respondeu Tonks.

Teddy olhou para nós por um instante e um tempo mais demorado para papai antes de começar a gargalhar. Nós rimos junto. Era compreensível a confusão dele já que toda vez que alguém se referia a um menino estava falando dele e não de um dos adultos da casa.

Foi nesse clima de descontração que mamãe foi embora e um pouco mais tarde vovó também seguiu para casa. Papai tomou sua dose diária de wolfsbane e foi para o quarto enquanto Tonks foi fazer Teddy dormir e eu fui juntar os brinquedos dele espalhados no chão da sala. Nada trabalhoso com a ajuda da varinha. Logo estavam todos dentro de uma caixa que deixei ao lado do sofá.

— Boa noite aluadinha — disse Tonks saindo devagar do quarto do filho.

Ao invés de me despedir, fiz sinal para que ela viesse até meu quarto. Depois que ela entrou, fechei a porta e nos sentamos na minha cama uma de frente para a outra.

— Dora, como o papai está? De verdade. Não acho que ele está sendo totalmente sincero comigo.

Ela suspirou alto antes de responder.

— Ele não quer parar o tratamento. Tem muita esperança de que algo realmente bom possa acontecer ao final desse sacrifício todo.

— Eu não devia ter dado esse tipo de esperança para ele.

Tonks me puxou para perto dela e me abraçou com carinho.

— Todos nós queremos ver seu pai livre desse tormento mensal. Se eu tivesse no seu lugar, faria exatamente a mesma coisa.

Apoiei minha cabeça sobre o ombro esquerdo dela enquanto minha madrasta acariciava meus cabelos.

— Não vou deixar de estudar sobre a licantropia, mas tomarei mais cuidado com o que proponho a ele de agora em diante — levantei a cabeça e olhei para ela. — Mas, me diga. O que papai esconde de mim?

Livro 6 - Lana Lupin e o Menino de Cabelo AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora