Capítulo 18 - Um presente insuperável

109 11 2
                                    

29 de Julho de 1999

Finalmente 17 anos. Agora sem rastreador tinha a magia livre para eu usar quando quisesse, contanto que não houvesse trouxas por perto. A não ser Wesley, ele sabia de toda história e era um trouxa com o qual eu não precisava me preocupar.

Assim que acordei peguei minha varinha e com poucos toques de mágica minha cama ficou arrumada como nunca antes. Em seguida abri as portas do guarda-roupa e sem tocar nele fiz a roupa que eu escolhi sair voando lá de dentro repousar sobre minha cama.

— Parece que alguém acordou encantada hoje! — comentou mamãe parada ao lado da porta.

Abri um grande sorriso para ela.

— Magia livre! — segurei a varinha perto do rosto.

— Feliz aniversário minha filha — ela me deu um abraço apertado que eu correspondi da mesma forma. — Termine de se trocar e venha tomar café com a gente. Wesley está te esperando.

— Pena que eu não sei aparatar...

— É só um corredor até lá Lana!

— É que eu queria chegar com estilo mãe!

Mamãe deu uma gargalhada e saiu do quarto ainda rindo, fechando a porta atrás de si me dando privacidade para trocar de roupa.

*

Na hora do almoço foi à vez de papai, Tonks, vovó e Teddy aparecerem para me dar os parabéns. As duas me trouxeram presentes, mas papai e mamãe estavam muito misteriosos e disseram que entregariam meu presente mais tarde. Depois do almoço papai e Tonks tiveram que voltar ao trabalho e mamãe convidou Andrômeda para ir ao shopping levando Teddy também.

Foi muito divertido ir com meu irmão nos vários brinquedos que eles tinham para oferecer. Prometi a ele que voltaríamos outras vezes para brincar mais. Teddy estava começando a entender seus poderes de metamorfomago e respeitar quando dizíamos para ele não usá-los nos garantindo um passeio tranquilo entre os trouxas.

Perto do final da tarde, mamãe levou vovó e Teddy para casa. Eu estava esperando no máximo um jantar com ela e Wesley ao final daquele dia, mas não foi o que aconteceu.

Mamãe me recomendou tomar um banho e vestir novamente uma roupa para sair. Quando estávamos os três prontos seguimos, com Wesley dirigindo, para o meu destino misterioso. Os dois não quiseram me contar nada sobre para onde íamos nem o que faríamos quando chegássemos ao local.

Aquele mistério todo estava me deixando nervosa e não fosse o pó compacto mágico eu teria borrado toda a maquiagem. Wesley nos levou até nossa casa de final de semana e parou o carro em frente ao portão.

— Chegamos.

— Vamos pegar alguma coisa aqui e ir para outro lugar? — perguntei.

— Não. Esse é nosso destino final — foi a resposta de mamãe descendo do carro.

Wesley fez o mesmo e eu segui os dois. Entramos na casa escura e por alguns segundos eu imaginei que quando acendesse a luz encontraria uma festa surpresa, mas a sala estava vazia. Não estava entendendo nada e olhei de mamãe para Wesley esperando uma resposta.

— Esse é o seu presente — disse mamãe.

Será que eu tinha me comportado tão mal que meu presente seria uma casa vazia. Aquele pensamento me fez rir até que uma ideia muito excêntrica me passou pela cabeça. Respondendo as minhas suspeitas, mamãe tirou um envelope de papel pardo de dentro da bolsa contendo alguns documentos.

— Não é o que eu estou pensando — falei sem acreditar.

— Se você está pensando que essa casa é sua, é exatamente isso. Só precisamos ir ao cartório para assinar alguns papéis.

— Mãe! — meus olhos se encheram de lágrimas e em pouco tempo elas rolaram pelo meu rosto. Joguei-me sobre a mamãe e a abracei com força. — É, é... Muito — me faltavam palavras para agradecer.

— É o justo, minha filha — ela respondeu se afastando um pouco e me segurando pelo rosto com carinho. — Eu e seu pai compramos essa casa e vivemos aqui por alguns anos até nos separarmos. Eu ainda usava como casa de campo, mas ela nem é tão afastada da cidade assim e estamos vindo cada vez menos para cá.

Olhei para as paredes ao meu redor como se nunca tivesse visitado a casa antes. Era surreal imaginar que ainda tão jovem eu já tinha minha própria casa.

— Obrigada mãe — sorri para ela. Depois olhei para Wesley que ainda estava de pé perto de nós — obrigada — agradeci o fato dele ter concordado com aquilo tudo.

— Por nada, filha. Como sua mãe mesmo disse, é o justo.

Dei um mais um abraço em mamãe e abracei Wesley também.

— Vejo que você gostou do presente — disse papai chegando na sala vindo pelo corredor aos fundos embaixo da escada.

— Pai! — corri para abraçá-lo. — Eu amei! Não sei se mereço isso tudo.

— Merece isso e muito mais — respondeu ele. — Vem comigo — papai esticou a mão e eu a segurei. O que mais eles haviam planejado? Mamãe e Wesley vieram logo atrás de nós.

A porta dos fundos estava fechada e quando eu abri tive uma grande surpresa. Havia sim uma festa surpresa me esperando. Sorri ao ver a família Weasley, Harry, Hermione, vovó e Teddy embaixo da tenda armada no quintal. A tia e os avós de Jimmy também estavam entre os convidados. Fiquei muito feliz ao abraçá-los. Traziam lembranças tão boas.

Quem organizou a festa também conseguiu encontrar Thomas e Jerry, meus amigos da Lufa-Lufa com quem eu agora passava boa parte do meu tempo em Hogwarts. Meu coração estava acelerado e algumas lágrimas acabaram rolando pelo meu rosto mais uma vez.

Para completar a surpresa papai e Wesley trouxeram da cozinha, não sei onde estava escondido, um bolo de aniversário azul no formato de um Occamy. Era a coisa mais linda que eu já tinha visto.

Era tão realista que dava pena de cortar, mas valeu à pena porque era muito saboroso. O recheio de chocolate era de se lamber os dedos. Há muito tempo em minha vida que eu não ficava tão feliz no meu aniversário.

***
Só de lembrar desse dia me emociono e ainda fico chocada por ter ganho uma casa de presente. É surreal. Mas as comemorações do meu aniversário não acabam por aqui. Ainda tem mais nos próximos capítulos!

Livro 6 - Lana Lupin e o Menino de Cabelo AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora