Capítulo 14 - Pontas Soltas

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1999

Estávamos no final do mês de Junho. Teddy era uma surpresa a cada dia, pelo menos para mim. Ele não parava quieto. Engatinhava para todo lado e sempre que tinha oportunidade segurava na mobília e ficava de pé. Inclusive já estava se soltando a arriscando os primeiros passos.

A habilidade de metamorfomago também ia aos poucos melhorando. Agora além de imitar a cor do meu cabelo, ele também conseguia deixá-lo comprido.

Quando Tonks contava histórias para ele, usava sua habilidade para representar os personagens das histórias, e quando era papai quem contava, Teddy tentava fazer o mesmo. As tentativas dele de imitar a mãe sempre terminavam em boas risadas de todos.

— Quando Teddy estiver pleno das habilidades dele, como vamos fazer para não o perder no Beco Diagonal?

Papai deu uma gargalhada enquanto ajeitava a gravata.

— É sério! Ele vai poder copiar o rosto de qualquer pessoa!

— Vamos deixar para nos preocupar com isso quando chegar a hora.

Sorri para ele enquanto ganhava um beijo sobre os cabelos.

— Tem certeza que não tem problema ficar sozinha com ele?

— Tudo bem papai. Pode ir tranquilo.

Ele precisava comparecer a uma reunião no Profeta Diário e Tonks já havia saído para o trabalho.

— Sua avó vai vir para cá mais tarde.

— Nem precisava incomodar a vovó. Teddy ainda vai dormir por um bom tempo — desde que Tonks o amamentara, ele estava dormindo profundamente. A verdade é que eu ficaria entediada ali sem fazer nada.

— Não é incomodo nenhum para ela cuidar dos netos — ele tocou meu nariz com o dedo indicador e seguiu para o quarto de Teddy. Eu fui junto com ele.

Papai tocou o filho com carinho para se despedir sem acordá-lo. Depois me deu um abraço rápido quando passou por mim na porta e saiu de casa. Eu sentei na poltrona ao lado do berço e fiquei olhando para Teddy.

Se eu já tinha um significado grande na vida de papai imagina ele. Era a segunda chance personificada em um bebê completamente saudável. Uma pena papai não querer correr o risco de ter mais filhos. Tenho certeza que todos seriam igualmente saudáveis.

Resolvi pegar um livro para me distrair enquanto meu irmão dormia. Acabei indo para o meu quarto, mas sempre atenta a qualquer barulho que ele fizesse.

Não sei quanto tempo se passou até que eu ouvi algumas batidas na porta. Achei estranho, pois além de vovó ter a chave, não precisaria bater já que estava sendo esperada. Deixei o livro de lado e caminhei até a sala.

— Vovó? — chamei.

— Tinha certeza que você estava aí! Abra essa porta!

A voz era masculina e totalmente desconhecida. Fiquei em silêncio sem saber o que fazer. Óbvio que abrir a porta não era uma opção. Mas me intrigou o fato de quem quer que fosse não ter aberto a fechadura usando magia.

— Não vou abrir! Não sei quem você é.

— Ah, você sabe quem sou eu sim. E se preza pela vida do seu irmãozinho aí dentro, vai vir conversar comigo aqui fora.

Eu não fazia ideia de quem poderia ser, mas certamente me conhecia, e a minha família. Arriscaria dizer que estava nos observando há algum tempo.

— Você tem um minuto para sair daí, senão eu vou entrar! Meu assunto é com você e mais ninguém!

Meu primeiro instinto foi correr para o quarto de Teddy. Ele ainda dormia tranquilamente. Quem poderia ser? Greyback? Mas tinha ouvido dizer que ele morreu na Batalha de Hogwarts, porém não estava certa disso. No entanto, se fosse ele eu reconheceria a voz.

Livro 6 - Lana Lupin e o Menino de Cabelo AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora