Capítulo 15 - A Magia cobra o preço

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1999

— Deixa de ser ridícula! Eu sou foragido do Ministério da Magia desde que a guerra acabou. Mais cedo ou mais tarde eu vou ser preso e enviado para Azkaban. Eu vou arriscar o tempo que me sobra de liberdade duelando com você? Vim aqui para te matar!

Ao ouvir sua intenção, levantei e saí correndo o mais rápido que a dor permitiu. Evitei correr em linha reta me tornando um alvo difícil. Os estilhaços das árvores atingidas por seus feitiços voavam para todos os lados e alguns acertaram meu rosto e braço.

Quando falhei em me esquivar, acabei usando magia para me defender conjurando um escudo. O Ministério da Magia não deixaria isso passar despercebido, e havia grandes chances de Tonks logo estar por ali para me ajudar, mas esse devaneio tirou minha atenção tempo suficiente para Dolohov me desarmar.

Crucio!

Ele conjurou o feitiço mais de uma vez e eu caí no chão. Dava para sentir o prazer na voz dele enquanto fazia isso. Eu não tinha mais como me defender e tentava me arrastar para longe dele cada vez que o ouvia pronunciar a maldição, porém os poucos centímetros que conseguia me deslocar não serviam para nada.

Aos poucos fui parando de reagir e permaneci encolhida no chão apenas sentindo dor, dor e mais dor. Não sei dizer quanto tempo se passou até que ele finalmente se cansou.

— Já chega. Hora de acabar com isso.

Naquele momento eu realmente quis que ele cumprisse sua palavra. A dor era forte demais para conseguir conviver com ela. Olhei para Dolohov praticamente implorando pelo feitiço de morte.

— Quanto tempo será que vão levar para encontrar seu corpo no fundo do lago?

Não entendi a pergunta até perceber para onde eu o havia trazido. Não fora essa a intenção, mas dei a ele tudo o que precisava para me matar, desaparecer com qualquer evidência e fugir. Até mesmo o bilhete idiota teria servido para alguma coisa agora.

Imperio!

Não fazia ideia da sensação de não conseguir controlar meu próprio corpo até ser atacada com aquele feitiço. Achei que fosse desmaiar de dor quando fiquei de pé, mas aparentemente o feitiço bloqueava essa possibilidade. Dolohov me forçou a andar.

— Eu poderia usar um feitiço mortal em você, mas depois teria eu mesmo que esconder seu corpo. Dessa forma você pode acidentalmente se afogar.

Ao ouvir aquilo tentei fugir, mas meus músculos não me obedeciam. O bruxo riu ao ver o desespero nos meus olhos. Todo aquele ódio e raiva só porque tinha levado um feitiço estuporante pelas costas? Ou era por terem perdido a guerra e as promessas do Voldemort?

Senti meus tênis encharcando a medida que eu avançava para dentro do lago, mas não fui submersa de imediato. Dolohov me fez flutuar com os pés rentes à superfície até o meio do corpo d'água procurando o ponto mais fundo onde finalmente começou a me deslizar para baixo.

Eu estava de frente para ele enquanto afundava cada vez mais e sentia a água fria molhar minhas roupas e chegar perigosamente perto do meu rosto. Minha única esperança era Tonks ter sido avisada sobre alguém menor de idade fazendo magia perto de sua casa e viesse em meu socorro.

Eu queria prender a respiração quando a água chegou à minha boca, e depois em meu nariz, mas o pânico não me permitiu. Estava completamente submersa e uma força invisível continuava me empurrando cada vez mais para baixo até que senti meus pés tocarem a lama no fundo do lago.

O reflexo de tentar respirar me fez engolir uma grande quantidade de água, mas o pior era quando entrava pelo nariz. Sentia arder tanto que meus olhos lacrimejavam.

Livro 6 - Lana Lupin e o Menino de Cabelo AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora