Capítulo 13 - Nem Tudo é o que Parece

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2 de Maio de 1999

Já acordei naquela manhã com vontade de chorar. Apesar da Batalha de Hogwarts estar completando um ano, tudo parecia ter acontecido a bem menos tempo. Vesti meu uniforme da Grifinória, mas por cima da roupa coloquei o cachecol da Lufa-Lufa que tinha pertencido a Jimmy.

Imaginei como ele deveria estar e onde estaria. Não tinha muitas certezas a não ser que ele havia ido embora com os pais e muito provavelmente estava feliz. Senti o cheiro dele que ainda se fazia presente no cachecol e acabei dando um sorriso. Hoje passaríamos o dia juntos.

O grande salão estava enfeitado com as flâmulas das quatro casas reconhecendo a contribuição de cada uma para que aquele momento de paz que estávamos desfrutando fosse conquistado.

A professora Minerva fez um discurso lindo sobre a importância da nossa união quanto comunidade bruxa e alunos. Ao final brindamos em homenagem aos que lutaram por nós e acabaram perdendo a vida com a promessa de que não havia sido em vão.

— Er, Lana — ouvi meu nome em uma voz que já achava ter esquecido. Precisei olhar para a pessoa e me certificar de que não era minha mente pregando uma peça. Pelas caras de Thomas e Jerry a minha frente do outro lado da mesa, eu não estava enganada.

— Penélope — disse dando a ela a certeza de que havia reconhecido sua voz. Ao seu lado a fiel escudeira, Anastácia.

— Eu e minha amiga queríamos pedir desculpa pelo que fizemos com você. Foi errado. Nada justifica.

— Sentimos muito — continuou Anastácia. Ela não parecia totalmente arrependida, mas aceitei o pedido das duas.

— Tudo bem, sem ressentimentos — fiquei de pé e estiquei a mão para Penélope que a segurou e apertou. Fiz o mesmo para Anastácia que retribuiu o gesto.

— Reconhecemos que foi muita babaquice esse preconceito só porque você é da Grifinória e a gente da Sonserina. Durante a guerra nós entendemos que nem tudo é o que parece.

Não sei pelo que as duas haviam passado durante aquele período, mas não me senti à vontade para perguntar. No entanto, seja lá o que for, mexeu com as duas. Com Penélope principalmente. Acho que a amiga só resolveu concordar para evitar conflito.

Decidi também esquecer o detalhe de que uma das duas estava me perturbando desde o Expresso de Hogwarts, já que não lembrava quem era. Nós três sorrimos uma para as outras e as meninas de afastaram.

— O que colocaram no leite essa manhã? — perguntou Jerry em tom de zombaria quando voltei a me sentar.

— Deixa de ser trouxa — eu sorri para ele. — A guerra muda as pessoas.

— De uma maneira ou outra, sempre muda — concordou ele.

*
Além dos N.O.Ms., não houve preocupações naquele ano letivo. Prova feita agora era esperar pelas notas em casa aproveitando as férias. Depois de desembarcar do Expresso de Hogwarts com meu malão, saí à procura de papai, que era quem viria me buscar. Com mamãe e Tonks trabalhando, a tarefa de cuidar dos dois filhos ficou para ele o que papai fazia com satisfação e um sorriso sincero no rosto.

Não muito distante do trem, avistei ele com Teddy no colo apontando o braço na minha direção. Quando meu irmão finalmente me viu começou a pular de empolgação no colo dele. Tentei acelerar o passo o máximo que pude em meio a multidão e arrastando a bagagem pesada.

— Hey! Oi! — fui abraçar papai e Teddy praticamente se jogou no meu colo. — Nossa! Quanta saudade! — encostei minha bochecha na dele e antes de me afastar dei um beijo nela.

Papai se aproximou e deu um beijo na minha testa antes de pegar o malão para seguirmos nosso caminho.

— Lala — ouvi a voz fininha perto da minha orelha.

Fiquei com uma expressão boba no rosto olhando para meu irmão.

— Quem é Lala?

Teddy apontou a mãozinha para mim. Não resisti e dei um gritinho o qual ele respondeu com uma risadinha.

— E ele, quem é? — apontei para papai.

— Papá! — respondeu Teddy.

— Isso! Você é um menino muito esperto sabia?

Ele respondeu com um gritinho e eu sorri.

— Daqui a pouco estarei trazendo seu irmão para o primeiro ano em Hogwarts — comentou papai.

— Exagerado — não contive a risada.

— Eu ainda não credito que você está quase terminando.

— Parece mesmo que foi ontem que tudo começou...

— Por falar em conclusão, e as provas, como foram?

— Acho que bem, agora é esperar para saber quantos N.O.Ms. eu fiz.

— Estou certo de que você se saiu bem.

Havíamos chegado ao ponto da travessia para Kings Cross.

— Cubra a cabeça dele com o capuz — pediu papai.

Teddy ainda não estava no controle total de suas habilidades de metamorfomago e a cor de seus cabelos mudava com frequência dependendo do seu humor.

Isso chamava um pouco a atenção dos bruxos, mas podíamos explicar tranquilamente as habilidades de Teddy para quem perguntasse. Já para os trouxas além de não podermos explicar, uma criança de cabelos coloridos era quase considerado um crime para eles.

Fiz o que papai pediu e atravessei com Teddy a barreira. Ele veio logo atrás de nós e seguimos para a casa de mamãe onde eu passaria os primeiros dias das férias.

***
Saudade. É o que eu sinto de Hogwarts e do tempo bom que vivi lá. Está sendo maravilhoso revisitar tudo isso nas minhas memórias. Espero que vocês estejam gostando também. Não se esqueçam de curtir o capítulo e dizer o que estão achando!

Livro 6 - Lana Lupin e o Menino de Cabelo AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora