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A L I N A

Entramos na casa e eu pude olhar ao redor, e devo confessar, ela sabe bem como viver no luxo mesmo estando no morro.

Lisandra: Gostou da casa, Alina? - olhei para ela e respirei fundo.

Alina: É bonita sim. - tentei não demonstrar tanta emoção assim.

Eu sei, podem me chamar de idiota. Mas essa é a primeira vez que fico frente a frente com ela sabendo que ela é a minha mãe.

Mesmo com tudo o que acontece, não posso negar que é muito sentimento surgindo de uma vez só.

Kaká: Tem certeza que precisa deles aqui? - perguntou se referindo aos seguranças dela.

Lisandra: Vocês são os meus filhos, mas eu não vou dar total confiança assim. - sentou no sofá e eu olhei pro Kaká.

Olhei para os 6 seguranças que estavam na sala, sabia que eu e o Kaká poderíamos cuidar deles quando chegasse a hora certa.

Alina: Por mim tudo bem. - sentou no sofá na frente ao dela.

O Kaká sentou do meu lado e ficou calado, ele sabia que eu queria falar, até porque era eu que planejei tudo, eu iria fazer toda a atenção.

Alina: Ok, nós estamos aqui, como você pediu. - encarei o Kaká e voltei a olhar pra ela. - Diga o que você quer.

Lisandra: Eu sei que não é o momento certo, mas eu quero me reaproximar de vocês, eu sei que fiz coisas erradas, mas ainda sou mãe de vocês e mereço uma chance.

Ela falou com tanta convicção que eu senti náuseas. Se ela pedisse isso a um mês atrás, eu com toda certeza iria abraçar essa oportunidade.

Mas agora é tarde, não vou aceitar depois de tudo o que ela me fez passar.

O Kaká riu e eu apertei a mão dele.

Kaká: Tá de sacanagem né? - ela negou e ele tentou levantar, mas eu segurei ele. - Só depois de fazer a merda, tu acha que tuas palavras vão apagar a porra toda.

Alina: Eu não sei se isso é possível, Lisandra. - olhei para ela e sentia meu peito doer. - Eu juro pra você, eu sempre quis ter uma mãe, queria poder compartilhar todas as minhas inseguranças e dores, mas você não estava lá.

Levantei do sofá e olhei pra porta, eu não queria mais olhar pra ela. Ficou uma puta dor no peito e um nó na garganta.

Lisandra: Eu sinto muito por isso, mas eu não estava pronta pra ser mãe, eu era nova demais, imatura.

Eu ia falar, mas o Kaká foi mais rápido que eu.

Kaká: Era nova demais? Essa é a sua melhor desculpa? - me olhou e eu balancei a cabeça. - Eu cuido da Alina desde que me entendo por gente, eu fui o pai e a mãe dela, era eu o tempo todo, eu que ficava acordado com ela quando chovia e ela sentia medo, eu precisei virar homem antes da hora pra cuidar dela, larguei boa parte da minha adolescência pra ficar cuidando dela e sendo o que você não teve coragem de ser, eu entrei pra esse mundo por ela, mesmo que o nosso pai tentasse, nem eu e nem ele podíamos fazer nada quando ela perguntava onde você estava. Então não me diga que você não tinha maturidade suficiente pra cuidar de nós, escolha outra coisa como desculpa.

Eu fiz de tudo pra segurar a vontade de chorar, mas era um pouco difícil quando vi o Kaká lagrimar.

Alina: Bom... eu realmente precisei de você, droga. Mas você preferiu o morro, eu vim porque pensei que você fosse a mulher que eu pedia nas orações.

Cheguei perto dela.

Lisandra: Filha, eu..

Alina: Não me chame assim, você é a responsável pela morte da minha melhor amiga e isso Lisandra, isso não tem perdão.

A Lisandra tentou me tocar, mas eu me afastei, eu não queria ser tocada por ela. Já era dor demais estar no mesmo lugar que ela.

Mas tudo por um único motivo, e eu preciso terminar o que eu comecei.

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Vamos de maratonaaa

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