Vidigal

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A L I N A

Eu já não sei mais o que estava sentindo dentro de mim, um misto de sensações que não pode descrever.

Só ouvia o Kaká falar tudo, mas eu mesma não conseguia falar absolutamente nada.

Minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento.

Kaká: E é isso, só preciso que fique longe dela até eu conseguir resolver. - falou e eu balancei a cabeça.

Ainda não conseguia entender como ela teve coragem de matar o nosso pai, sendo que o Fernando fez de tudo por ela.

Alina: Pode me deixar em casa? - perguntei limpando o meu rosto.

Kaká: Claro, vou pegar a chave da moto. - saiu do quarto e eu respirei fundo.

Ele me deixou em frente de casa e eu entrei, segui direto para o meu quarto, precisava de um banho.

Sai do banheiro e o Delucca estava sentado na cama, olhei pra ele fui vestir a minha roupa. Coloque só um vestido e sentei na cama.

Alina: Você já sabia? - perguntei e ele balançou a cabeça.

Me ajeitei na cama e o Delucca ficou apenas me olhando. Se aproximou de mim e pegou na minha mão.

Delucca: Eu iria te contar, mas o Kaká falou que isso era com ele. - O que você está sentindo com tudo isso?

Alina: Estou tão... tão... confusa agora. - e era verdade, a minha mente estava me matando. - Eu só preciso dormir.

Delucca: Vem cá. - falou me puxando para deitar no peito dele. - Não está com fome?

Eu só balancei a cabeça negando, não estava com vontade pra nada, nem mesmo sono e já estava ficando tarde.

Alina: Tá com o isqueiro no bolso? - perguntei e levantei.

Delucca: Tô sim, vai acender agora? - afirmei e levantei da cama.

Andei até a cômoda e peguei a maconha que eu já tinha enrolado, já fazia tempo que eu não usava nada.

Mas agora era necessário ou eu não iria relaxar tão cedo.

Alina: Bora pra laje. - ele sorriu e levantou da cama.

Pegou na minha mão e saímos do quarto, subimos a escada e sentamos no sofá da laje.

Sempre gostei de vir aqui, traz uma paz do caralho e de quebra com uma ótima vista do morro.

Da laje de casa eu posso ver o mar, o fundo azul que me faz ter alguns minutos de paz.

Delucca: Pega. - me deu já pronto.

Alina: Tu ainda conheceu ela? - perguntei e ele balançou a cabeça afirmando.

Delucca: Era moleque demais, mas quando assumi o morro ela foi uma das primeiras a querer tomar o meu lugar.

Soltei a fumaça enquanto olhava pro céu.

Alina: Nunca pensou em ser outra coisa? Algo que no fim não acabe te matando?

Ele me olhou e deu um sorrisinho, mas logo ficou sério e apertou a minha coxa.

Delucca: Confesso que nunca planejei isso pra mim, meu sonho de cria era ser advogado, mas olha onde eu tô agora.

Alina: A vida é uma vadia mesmo. - falei dando um riso em emoção alguma.

Delucca: Ela me deu tu, me deu o Vidigal. Tô no lucro.

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