A despedida

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A primeira coisa que ouço é o despertador, que avisa que um novo dia começou.

Me levanto, com um sentimento que conheço muito bem, sinto todos os dias, a rejeição que um dia me foi presenteado pelo alpha da minha antiga alcatéia.

Vou tomar banho e me arrumar,  chegando à cozinha sinto o cheiro de panquecas, uma das habilidades da minha querida amiga Kayla, ela e seu irmão Caio foram as únicas pessoas que deixei que se aproximassem de mim.

- A dorminhoca resolveu acordar?

- Não enche, Kayla - esqueci de avisar, eu fico puta quando acordo cedo.

- Já vi que está  de mau humor.
Não sei como a Kayla me aguenta.

-É hoje, kah.

-Hoje, o quê? Ficou louca?

-Lembra? É hoje que vou voltar para alcatéia . :(

- É hoje?

- Eu sabia que teria de voltar algum dia, mas só de pensar nos anos que passei lá, aghrr - faço uma careta .

- Não começa, Soh, você  já sabe o que tem que fazer, coloca uma roupa bem sexy, um batom bem sensual e mostra para o Thomas o que ele perdeu. - diz a Kah com aquele sorrisinho de quem aprontou.

-Algo me diz que você  está me escondendo alguma coisa. O que é?

-Surpresa!

Pisquei para ela, e sai para arrumar a mala, já sabendo que não dá para tirar nada da Kah.

A tarde, com as malas dentro do carro, fui me despedir da Kah e do Caio.

- Vou sentir saudades das suas habilidades culinárias -  disse fazendo biquinho.

- Hahahah - disse Kah, soltando uma risada debochada - Finjo que acredito, mudando de assunto, não falei que você  ia ficar sexy?

Olhei para baixo e dei uma olhada na surpresa que ela me preparou ( um vestido preto justo, com um casaquinho da mesma cor e para completar o look, uma bota de cano alto, combinando perfeitamente com meu cabelos ruivos).

- Adorei o presente, mas não acha exagerado?

-Óbvio que não, fala para ela, Caio?

Se pronunciando pela primeira vez, Caio fala, com um sorrisinho malicioso:

- Se o que você quer, é fazer esse idiota do Thomas, se arrepender do que te fez, com certeza escolheu a roupa certa.

-Não te falei?

-Ta bom, ta bom, enfim, vou sentir muita falta de vocês  - disse tentando segurar o choro.

-Também sentiremos - os irmãos falaram juntos e correram para me abraçar.

Já no carro, minha loba, Liz e eu, estávamos inquietas e ansiosas para nos encontrarmos com nossos companheiros, e ao mesmo tempo tristes, com as lembranças  do que aconteceu à dois anos atrás.

Repentance is killedOnde histórias criam vida. Descubra agora