Capítulo 28

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Aquelas duas palavrinhas,me devastou por dentro, pois elas poderiam ser as respostas que eu estava procurando.

Decifrava tudo que estava embaralhado em minha vida, mesmo sem saber a resposta, já havia sido mostrada para mim, a muito tempo.

Aquela cena que não saia da minha cabeça, a meses atrás, mas só que eu estava prestando a atenção nos indivíduos errados, enquanto que a peça principal dessa resolução estava lá, entre as pernas da mãe, aquele menino, tão parecido com o Thomas.

Como fui idiota !!!!!

Aos poucos fui me afastando daquele local, queria um tempo para pensar, um tempo para considerar como teria sido a minha vida, se o que eu descobri, for verdade...

Sai correndo para a casa dos meus pais, pois o meu único desejo naquele momento, foi de ter um "colinho" da minha mãe, porque apesar de tudo, ela foi quem me criou, ainda temos aquele laço que nos une, aquele que não pode ser desfeito, por um desentedimento.

Bati na porta, temerosa com que diriam, mas assim que a porta foi aberta, minha mãe apareceu com seu robe sendo abertado ao corpo para se proteger do ar gélido da noite.

- O q... - disse ela, mas não deixei-a terminar, pois me joguei em seus braços, buscando um conforto, que tenho certeza, que só uma mãe pode dar ao filho em momentos de necessidade, e foi justamente isso que recebi, ela me apertou em seus braços, onde me aconcheguei e por fim desatei a chorar.

Ouvi passos vindo em nossa direção, levantei o rosto para ver quem se aproximava, mas com os olhos nublados pelas lágrimas, foi difícil de ver,porém com os braços que me rodeou, foi impossível de não saber a identidade da pessoa, pois eram os mesmos braços que me rodeavam quando eu acordava no meio da noite, assustada com um pesadelo que havia tido, era a pessoa que eu sempre admirei, mas que apesar de tudo, da rebeldia, dos meus ataques de ódio, ainda me amava.

Senti meu corpo ser erguido do chão, e logo depositado em uma cama, uma cama em que dormir com meus pais durante anos.

Me deitei em posição fetal, ainda pensando se seria esse o motivo de tudo ter acontecido, pouco tempo depois minha mãe me alinhou em seu colo como um bebê, dizendo palavras de carinho, e foi assim que dormi: cercada por uma pessoa, que apesar de todas as discussões, estava óbvio que o amor era mútuo.

*********

Acordei como se tivesse saído de um pesadelo, não tinha ninguém no quarto, somente eu e meus pensamentos, o que era um grande descuido, pois juntos poderiam causar grandes problemas.

Levantei e presumindo que estava horrível, fui ao banheiro e quando me olhei no espelho, tomei um susto com a aparência que estava.

Meus cabelos, que antes estavam presos em um rabo de cavalo, agora estavam metade presos e metade soltos, com vários fios que se rebelavam, tinha grandes olheiras em meus olhos inchados, minha cara estava vermelha e amassada.

Dei um jeitinho, para pelo menos parecer um pouco viva.

Desci as escadas, mas parei quando ouvi vozes vindo da cozinha, reconheci algumas: a Isa, o Lucas , o Thomas, a Kah, que provavelmente tinha sido apresentada aos meus pais, que também estavam presentes.

Não queria a presença do Thomas, pois tudo isso é culpa dele.

No momento em que apareci na porta da cozinha a conversa cessou, e os olhares foram atraidos para a minha pessoa.

Dava a impressão de ouvir grilos, para ter noção do silêncio que se fez.

A Isa fez menção de vir ao meu encontro, mas o Lucas a impediu, olhei para ela questionando, mas ela fez um aceno de cabeça, indicando que contaria mais tarde.

Repentance is killedOnde histórias criam vida. Descubra agora