Capítulo 1

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"Estou em uma floresta com árvores grandes, Está escuro, vozes desconhecidas e sombrias, risadas medonhas ao longe que se aproximava cada vez mais de mim. Eu estou com muito medo, sede, fome, uma sombra negra vinha em minha direção. Tentei levantar da cadeira onde eu estou sentada mas eu não consigo me mexer, minha respiração está ofegante. A escuridão está se aproximando... Eu sou a escuridão, Esses demônios... EU SOU UM DEMÔNIO..."

Cortes, Sangue, Morte, Realidade...

O que eu fiz ? Como posso ser tão idiota ? Minha família... Meus amigos... Estão mortos ! Eu os matei... Eu deixei a escuridão tomar conta de mim.

- Demetria, o jantar está pronto - Grita minha mãe do andar de baixo. Minha mãe é patética, sempre quis ter uma família perfeita mas infelizmente a vida dela não é como ela queria que fosse: tem uma filha de 17 anos, rebelde que só faz merda, isso é o que ela sempre diz. Outra filha de 10 anos que sofreu um trauma pois foi ela que encontrou o corpo do meu pai. Ele cometeu suicido quando eu tinha 12 anos e ela 5, não sabemos o motivo, não encontramos nenhuma carta ou algo do tipo.

Desculpa nem me apresentei, Olá meu nome é Demetria mais "conhecida" como Demi, tenho 17 anos e me considero uma garota estranha que tem poucos amigos, não sou muito próxima da minha mãe, Lori, parece que depois da morte do pai ela ficou louca, literalmente. Tem dia que ela bebe até apagar e não para com um homem. Minha irmã mais nova se chama Estela, não tenho muito o que falar dela, é só mais uma menininha chata e mimada.

- Já vou - Grito já descendo as escadas, me mudei faz pouco tempo para uma casa velha e estranha, um pouco isolada e distante.

Mas sinceramente, tenho me sentido estranha ultimamente, distante. Amo e ao mesmo tempo odeio há todos que estão ao meu redor. Tudo tem me estressado, me irritado, principalmente as pessoas.
Minha mãe diz que a morte do meu pai me afetou psicologicamente, e que herdei a bipolaridade dele. Meu pai era meu melhor amigo, sempre fui mais apegada a ele, quando a Estela chegou, sentia ele se afastando, ou eu mesma me afastava.
Enfim, nos primeiros 5 anos de vida da Estela, eu a odiava profundamente, ela me incomodava e o jeito perfeitinho dela me irritava ao extremo.
Com a morte de nosso pai, ela começou a ficar mais parecida comigo quando tinha sua idade, mas admito que as vezes, ou sempre, sinto como se fôssemos inimigas.

- Amanhã não tenho aula, irei sair - Dou uma pausa, bebo um pouco do suco e continuo - vou dar uma volta no shopping - tento encarar-la, mas parece não notar minha presença - não que você se importe. - olho para o chão e depois volto a encarar Lori, que continua mexendo no celular. Depois de uns segundo me ignorando, solta um suspiro, revira os olhos e me encara.

- Tanto faz, mas primeiro tem que levar sua irmã na escola porque trabalho cedo amanhã e é para voltar antes das 21:00. - Fala seria e volta sua atenção para o celular.

- Tudo bem - Termino de comer e me levanto para me retirar.

- Não saia essa noite, tenho um encontro e não quero deixar Estela sozinha.

- Problema seu, não sou obrigada a aturar essa garota sozinha - Lori me lança um olhar de raiva, mas apenas me retiro a ignorando.

- Então vai a merda, não preciso de você. Ninguém precisa - fala em um tom alto e depois escuto a risada irritante de Estela. Sinto um aperto em meu peito, esse tipo de comentário é tão comum, por que ainda me importo ?

Sinto que sou um problema para ela.

A EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora