Treze

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— Por que demoraram tanto? — Raíssa pergunta assim que Stefani, Mylenna e Gabriela chegam no hall do hotel.

— Desculpa — Mylenna diz. Seu rosto está vermelho, e suas bochechas parecem estar marcadas por lágrimas secas. — A gente estava conversando.

— Tô vendo — Luciana fala, arqueando uma sobrancelha. — Tinha muito assunto, pelo jeito.

— Cheias de segredinhos, vocês, hein? — eu digo.

— Ai, Letícia — Stefani fala. — Não era nada não.

— Estão todas prontas? — Manoel pergunta, nos interrompendo na hora certa. — Podemos ir?

— Podemos — Gabriela fala. — Chega de enrolar.

Eu me levanto da poltrona onde estou sentada. Paula e Hari fazem o mesmo, e nós nos juntamos às meninas, em volta de Manoel. Ele está segurando oito tickets.

— Meninas, o barco vai sair em alguns minutos. A ideia é vocês ficarem na ilha até o começo da tarde. Lá tem um restaurante ótimo, onde vocês podem almoçar — ele diz. — Entreguem esses tickets antes de entrarem no barco.

— Você não vai com a gente? — Stefani pergunta.

— Não. Vou atrás da sua mala. Já consegui localizar quem pegou por engano. Depois que vocês chegarem, vamos dar uma volta pelo centrinho da cidade.

— Pode deixar que eu cuido de todo mundo — Paula diz.

— Eu não confiaria tanto assim — Hari fala. — Vai acabar perdendo as meninas por aí.

— Ah, é? Esqueceu que chegamos sozinhas na Disney?

— É, mas a gente só não se perdeu porque tinha um H e um P gigantes no meio do aeroporto — Hari comenta com uma risadinha, e parece não ter mais ninguém no saguão além delas mesmas.

— Meninas, agora vocês precisam mesmo ir — Manoel diz. Ele está um tanto vermelho. — O barco sai em quatro minutos.

Nós nos apressamos e seguimos por um caminho apontado por Manoel. Até o fim da viagem, esse homem fica careca.

Um barco enorme surge na nossa frente depois de alguns minutos, apoiado na ponta de um trapiche de madeira. Centenas de turistas aguardam em fila enquanto uma moça com uniforme marítimo chama nomes inscritos em uma lista e passa algumas orientações sobre o passeio.

Eu começo a ficar agoniada ao ver o tanto de gente que ainda está na nossa frente, mas em pouco tempo a fila milagrosamente se esvai e chega a nossa vez. Nós falamos nosso nome à mulher e entregamos os tickets. Ela marca algo na prancheta e faz um sinal positivo para que entremos na embarcação.

Conseguimos nos espremer e sentar todas no mesmo banco. Em pouco tempo, o barco emite um som longo e alto. Sinto os motores trabalharem abaixo dos nossos pés, e ele começa a deslizar pelas águas do canal que liga nosso hotel à Flamingo Beach.

— É tão lindo... — comenta Luciana.

— Vamos tirar uma foto — Hari diz. Ela puxa o celular e tira uma selfie de todas nós.

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