Meus olhos ainda estavam irritados e eu somente conseguia observá-lo e lembrar das cenas dele com a menina me provando cada vez mais que eram pai e filha.
—Meu pai... - ele toca meus lábios e nega me deixando confusa.
—Você já sabe demais, pequena! - elevo as sobrancelhas frustradas. —Não pode saber mais do que isso, que já é crucial para que seu pai mate Nina! - engulo em seco. —Peço para não tocar mais nesse assunto, entendido? - fito minhas mãos em minhas pernas e volto a observá-lo que me olhava com medo por talvez eu falar algo.
—Por mim, ninguém saberá! - ele assente se levantando e estica a mão para mim. —Ainda tenho que conhecer Lívia... - me levanto com sua ajuda.
—Você já a conheceu... - seu comentário me deixa intrigada. —E no fim ela não iria dizer nada mesmo! - inclino de leve a cabeça e seu olhar se torna tranquilo. —Ela só confia na Nina e em seu pai para conversar, por isso tome cuidado com o que fala perto dela... - confirmei entendendo o que eu deveria fazer. —Agora temos que ir para a empresa de seu pai e no fim da noite embarcamos! - ele abre a porta.
Porém trava e me viro vendo meu pai com Lívia nos braços que sorria de orelha a orelha abraçada ao seu pescoço.
—Vai levar Lívia junto? - a voz de meu pai sai firme e me faz tremer.
—Sim, senhor! - Rodolfo responde dando espaço para que ele entrasse com a menina no colo. —Ela é apegada a Minnie... - fico em silêncio ao perceber que a frente de meu pai, ele chamava a menina pelo nome conhecido por todos e não por Nina.
—Não precisa, Minnie não irá com vocês! - vejo um nervo em Rodolfo saltar, mas permaneço quieta. —Enquanto estiverem fora, elas vão dormir junto às irmãs como sempre e quando voltarem com meu garoto... - ele para dando um beijo na bochecha de Lívia. —Apronto um berço no seu quarto para você cuidar dele, já que gosta tanto de crianças e nunca o incomodou, não é? - sinto meu sangue ferver de raiva pelo meu pai e me viro para meu noivo que assente. —Ótimo, e mais uma coisa.. - sinto o olhar de meu pai cair sob mim. —Leve Isabella para conhecer a casa de sócios onde Cassandra trabalha...
Fito meu pai que sorri e fecho a cara, com ele nunca consegui esconder o que sinto.
—Sim, senhor! - arregalo os olhos com a resposta dele para meu pai e não acredito que ele aceitou deixar sua filha nas mãos dele enquanto estivéssemos fora. —Venha, Isabella! - o fito indignada por ele me chamar por aquele nome, mas continua parado apontando para fora e cedo o acompanhado.
—Eu não acredito que você... - levo um susto quando o sinto tampar minha boca após estarmos mais distantes do escritório e me prensa na parede com seu corpo enquanto respira bem próximo a mim.
—Preste atenção, pequena! - seu sussurro me dá medo e engulo em seco quando ele retira sua mão de minha boca e aperta minha cintura contra ele. —Se quer permanecer viva e me ajudar, fique calada! - seus olhos me observam com intensidade. —Ou quer ser morta por falar o que não devia? Por que se for o caso... - ele retira seu revólver e encosta na minha cabeça. —Eu resolvo aqui mesmo, pois não vou arriscar a vida de minha filha pela filha do chefe... - sinto o cano da arma na minha cabeça.
—Entendi! - ele se afasta devagar guardando sua arma.
—Se eu precisar falar novamente, puxo o gatilho... - sinto sua mão se entrelaçar na minha e caminhamos para o elevador. —Você sabe demais! - minha mão dói pelo aperto que deu e acionou o botão onde indicava ser a cozinha comunitária.
O silêncio ficou presente e no fundo eu não o culpava, ele somente queria proteger sua filha do que acontecia a sua volta e era obrigado a aceitar todas as regras que meu pai ordenava, deixando tudo mais difícil.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ella - Escolha a quem proteger
RomanceUm casamento forçado! Uma guarda cedida! Um relacionamento fechado! Uma filha protegida! Tudo o que Rodolfo Guliman não precisava era de uma esposa prometida a ele pelo chefe da máfia Amaro, e muito menos que essa mulher era a filha preferida do h...