15 - Verdades!

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Ao voltarmos ao carro, alguém havia preparado uma bolsa de maternidade e uma cadeirinha para a criança e deixaram dentro do veículo.

—Você irá com ele na parte de trás! - nego me afastando dele quando tenta me entregar a criança. —Tem que me ajudar, pequena! - seus olhos escuros me pediam ajuda e fico frustrada.

—Eu não sei cuidar de criança, Rodolfo! - ele ajeita o bebê em seus braços quando o mesmo se move e analisa a criança voltando a me observar.

—Então só siga o que eu te pedir, tudo bem? - observo o menino em seus braços e o olho nos olhos.

—Okay! - confirmei. —O que quer que eu faça? - seus olhos atingem a porta do carro e o abro.

—Vou colocá-lo na cadeirinha e vou prendê-lo com o cinto, você irá se sentar ao lado dele durante a ida para a consulta com o pediatra que marquei para acertar tudo sobre ele... - assenti entendendo. —Pode fazer isso por mim? - confirmo o vendo ir até a cadeirinha e o vejo ajeitar a criança.

Rodolfo prende a mesma no carro e me sento na parte de trás ao lado do menino que dormia tranquilamente me deixando abismada. Pois sempre imaginei que bebês fossem chorões e irritantes, mas ele era calmo ou tinha algo acontecendo.

Ele se senta no banco do motorista e ajeita o retrovisor para olhar diretamente para mim.

—Está tudo bem, pequena? - assenti. —Qualquer coisa, tem uma bolsa com as coisas dele no chão do carro. - confirmei entendendo o que dizia, mesmo que eu na verdade não soubesse fazer nada se precisasse de mim em alguma emergência.

Aquele papo que mulher nasce sabendo cuidar de uma criança nunca se aplicou a mim, eu não odiava crianças e nem tinha nojo, mas nunca foi o tipo de mulher que conseguia segurar uma criança e nem fazer uma gostar de mim, a maioria tinha medo e fugiam quando eu aparecia, me deixando triste que talvez eu nunca conseguisse ter filhos, mesmo sendo um sonho.

—Você é estéril? - pergunto de repente e me seguro no banco da frente ao sentir ele frear com tudo.

—Jura, Isabella? Você quer falar disso agora? - ele se apoia no banco ao lado e se vira enquanto escutávamos buzinas de outros veículos por estarmos parados ao meio da rua.

—Eu só perguntei, Rodolfo! Não precisava fazer ceninha! - respondo voltando a observar o bebê que se mexeu, mas não acordou. —Eu fiquei pensando sobre sua história e a de Minnie, e muitas coisas passaram pela minha cabeça... - seus olhos se dilataram em minha direção e eu senti como se minha sentença de morte tivesse sido marcada ali naquele momento.

—Eu deveria... - ele para de falar me olhando e nega como se não quisesse realmente dizer aquilo.

—Deveria o que, Rodolfo? - pergunto o vendo voltar a colocar o veículo em movimento. —Me contar a verdade? Sim, você deveria! - então vejo ele entrar em um beco, sai do carro indo até meu lado.

Tira meu cinto me puxa para fora e nos afastamos do carro até estarmos bem longe do veículo. O vejo voltar para o carro deixando ali dentro, armas, telefone, carteira, chaves e finalmente o vejo retirar sua correntinha. Se vira na minha direção e caminha até mim rapidamente.

—Temos dez minutos somente, então não abra a boca até eu terminar, entendeu? - observo o carro ao longe e confirmo. —Minha ex mulher foi morta quando deu à luz a minha filha, e o assassino gostou tanto da criança que resolveu adota-la... - o vejo cruzar os braços enquanto contava o que para mim era um absurdo, porém eu sabia que meu pai realmente era esse tipo de homem.

Gostou, pegou.

—Mas teve o coração amolecido quando viu que eu poderia me tomar um de seus melhores homens pois eu trabalhava para a polícia federal na época, e assim ele me tornou um policial corrupto, me prometendo cuidar bem da criança se eu cooperasse e assim poderia vê-la crescer! - finaliza com os olhos firmes em mim e sua atenção está fixa.

Ella - Escolha a quem proteger Onde histórias criam vida. Descubra agora