Cassandra me dirige até o sofá e me pede para sentar enquanto vejo várias garotas aparecerem e sinto Rodolfo segurar meus ombros por estar em pé atrás de mim.
Cada uma aparece, loiras, morenas, altas, baixas, uma mais gordinha e parecia ser a mais para frente de todas e então vejo as duas meninas que estavam no dia anterior comigo quando fui pega pelo meu pai.
—Aquelas duas eu conheço! - falo apontando para elas que elevam seus olhos e uma delas me fita.
—Sim, foram pegas contigo no aeroporto! - concordo fingindo que aquilo era normal, mas por dentro eu queria ligar para a polícia para liberta-las, e então sinto um aperto em meus ombros como se ele tivesse escutado meus pensamentos. —Todas tem consultas com ginecologista, tomam remédios controlados para não engravidarem e sempre vão ao médico para que não peguem nenhum tipo de doença... - achei justo, era o mínimo que deviam fazer. —E cada uma tem um sócio só delas! - franzi o cenho não entendendo.
—Como assim? - Cassandra solta uma risada. —Cheguei agora, Cassandra, releva! - ela assente e se senta ao meu lado se jogando no sofá como se fôssemos melhores amigas.
—Nossos sócios amam virgens e adoram treinar mulheres para a vida sexual futura delas! - ela fala sorridente e orgulhosa, o que me faz um enjoo surgir ao imaginar a cena e fito cada garota a minha frente.
Muitos olhares mostravam já saberem que nunca sairiam dessa vida e outras até já aceitavam o futuro, me deixando frustrada por estar nesse meio e ter o pai que eu tinha.
—Entendi! - respondo tocando a mão de Rodolfo em meu ombro esquerdo e ele se abaixa. —Preciso de ar... - sussurro o fazendo assentir e se levanta.
—Cassandra, já está na hora do almoço, podemos comer aqui mesmo? É que trouxemos marmita e se não for aqui... - ela sorri se levantando e mandando as garotas embora com um aceno de mão.
—Nem precisava pedir, Rodolfo! - ela rapidamente prende o cabelo. —Rodolfo sempre almoça aqui quando tem que viajar por ser perto do aeroporto! - ela fala baixo fingindo que era uma confissão e balanço a cabeça entendendo, me levanto entrelaçando nossos dedos enquanto voltávamos para a casa da frente.
Adentramos o local e então vamos para a cozinha que era enorme e toda de branco, uma mesa circular ao meio de mármore e bancos altos.
—Vamos buscar o almoço! - ele fala se virando, mas minha irmã nega.
—Por acaso trouxeram um banquete para os dois irem juntos? - ele tranca o maxilar. —Não! Então deixa ela aqui e vai você buscar o almoço de vocês... - seu olhar ficou firme nela. —Sou cobra, mas sei quando não devo apanhar presas de outros ninhos! - ele arqueia uma sobrancelha. —Você quer mesmo que eu te lembre que fui eu que te ajudei com Minnie... - então ele solta minha mão, sai andando e minha mente quase faz um nó.
Meu olhar atinge Cassandra que está negando com a cabeça e aponta para a mesa caminhando até ela, e eu a acompanho me sentado ao seu lado.
—Acho que você já sabe de Minnie... - não me movo e ela não me encara. —Talvez ele te conte, e se não te contar, não fique brava, ou irritada, ele a ama demais e a protege de nosso pai! - ela finalmente me fita. —Também, não é para menos, não é? - solta um suspiro brincando com seus próprios dedos como se conversasse sozinha.
Não digo uma palavra, Cassandra parecia alguém sincera e explosiva, carinhosa mas arredia, porém eu sentia que ela estava tentando obter informações de mim, e isso me deixou ainda mais na defensiva.
—Papai contou sobre o tal do Guilherme que te traiu! - elevo as sobrancelha para ela, e sobre isso eu poderia conversar, todos já sabiam dessa história.
—Sim, o amei bastante, mas me apunhalou pelas costas e me deixou arrasada... - ela me fita.
—Devia ter deixado papai dar um jeito nele... - nego. —Você é boa demais, Isabella! - respiro fundo.
—Posso te pedir algo, Cassandra? - ela assente. —Me chame de Ella! - então ela sorri de lado e confirma.
—Seu noivo voltou, vou deixá-los a sós!
Me viro vendo Rodolfo adentrar o local, se aproximou depositando um beijo no topo da minha cabeça enquanto Cassandra ainda estava dentro da cozinha e quando ela saiu, ele se sentou tirando nosso almoço e colocando a minha frente minha marmita.
—Coma enquanto ainda está quente! - assenti abrindo o alimento e sentindo o cheiro me acertar em cheio.
Comemos em menos de vinte minutos e sempre que o olhava, eu o pegava me analisando, porém não se pronunciava, o que me deixava estranha, pois agora após minha descoberta sobre seu segredo minha relação com ele parece ter regredido e isso me deixou inquieta e frustrada.
—Terminou? - sua pergunta me tira de meus pensamentos e fito minha marmita vazia confirmando a ele que pega tudo e coloca na pia voltando a se sentar ao meu lado. —Vou fazer algo, não se assuste! - arqueio uma sobrancelha.
Então solto um leve grito de susto quando ele me puxa me colocando em seu colo e me fazendo sentar em suas pernas de frente para ele trancando minhas pernas em suas costas.
—O que é isso? - pergunto segurando em seu ombro e me senti equilibrada em seu colo quando sinto suas mãos firmes me segurando pela cintura.
—Há uma câmera posicionada bem atrás de você, e caso conversássemos, iriam saber do que estou falando! - quando vou tentar me virar para ver se era verdade sinto sua mão ir até minha nuca e me puxar contra ele de leve. —Eu digo que há uma câmera e você quer olhar?! - fico séria.
—Cassandra sabe de Minnie? - ele confirma e me puxa mais um pouco colando sua testa na minha. —Como ela soube? - seu olhar atingiu meus lábios e senti seu dedão fazer carinho em minha nuca, e sua mão em minha cintura me aperta de leve me puxando mais.
—Ela descobriu sozinha como você! - sorrio de lado. —Cada vez mais ela se parece comigo e isso mais para frente pode ser um perigo para ela e para quem sabe da verdade... - nego e seus olhos me atingem se dilatando.
—Não se sairmos dessa antes! - meu comentário o faz sorrir e sinto uma sensação estranha no abdômen ao vê-lo sorrir daquela maneira.
—Ainda não sei se posso confiar em ti, Isabella! - então me afasto me apoiando em seus ombros ainda sentada em seu colo, e fito a parede da cozinha ao longe enquanto sinto seu olhar sobre mim.
—Eu sou filha do chefe... - comento e ele confirma. —Mas não é... - me aproximo aos poucos colocando meus braços por trás de seu pescoço e o puxo até estar sentindo sua respiração em mim. —Por ser filha dele que concordo com o que faz, Rodolfo! - ele arqueia uma sobrancelha e o sinto me colar ainda mais nele pela cintura.
O silêncio se faz presente e seus olhos me analisavam com cuidado, se alguém entrasse naquela hora, eu com toda certeza estaria vermelha, mas pelo pouco que o conheço, e pelos anos de fidelidade a meu pai, somente uma coisa o faria ficar naquela vida.
Minnie, sua filha.
—Ainda precisamos buscar seu irmão! - confirmei e vejo que em seus olhos ele planejava algo. —Precisamos ir embora! - sorrio o sentindo me tirar de seu colo e me colocar de volta em meu banco.
—Vamos para a empresa de meu pai? - ele assente se levantando e estica sua mão para mim.
Dessa vez aceitei de bom grado, algo entre nós dois estava crescendo, não sei o que era, mas a cada minuto que conhecíamos um ao outro, confiávamos cada vez mais em nós mesmos e em nós dois como parceiros e a ideia de meu pai nos querer casados agora fazia mais sentido mesmo que fosse para destruí-lo.
Se Rodolfo queria tirar Minnie dessa vida, só tinha uma maneira de fazê-lo.
Teríamos que derrubar a máfia Amaro.
A pergunta que não quer calar. Como?
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Prometi e aqui está!!Amei essa cena em particular!!
Votem e comentem!!
Bjs
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Ella - Escolha a quem proteger
RomanceUm casamento forçado! Uma guarda cedida! Um relacionamento fechado! Uma filha protegida! Tudo o que Rodolfo Guliman não precisava era de uma esposa prometida a ele pelo chefe da máfia Amaro, e muito menos que essa mulher era a filha preferida do h...