"De Paris, traga-me a luz da poesia."
– Rosa Berg
5 de Fevereiro, 2009.
– Não. – Afirmou, com convicção.
– Sim. Você acabou de prometer!
– Por que você deseja tanto visitar a Torre?
– Liz, olhe ao seu redor. Nós estamos em Paris!
– Okay, então. Vamos antes que eu desista.
Henri puxou a garota para um abraço e caminharam juntos até a borda do passeio, onde conseguiram um táxi.
Alicia revirou os olhos quando Henri abriu a porta para que ela entrasse primeiro, mas não proferiu uma palavra.
– Para onde vão?
– Para a torre Eiffel. – Henri respondeu, com um sorriso verdadeiro no rosto.
Alicia olhou de soslaio para ele ao notar o tom de felicidade em sua voz. Acabou sorrindo secretamente e o canto direito da sua boca curvou-se levemente para cima.
– Tem certeza? Estamos no fim do inverno, então a fila estará enorme. Os turistas aproveitam a neve para conseguir fotos fantásticas.
– Claro que vamos. Nem que seja para dar uma olhada e sair. Você sabe, dizem que todos deveriam ir lá antes de morrer.
– Você tem toda razão, rapaz. Beijos no ultimo andar da torre são muito famosos. – o taxista olhou de relance o casal sentado no fundo, ambos ficaram vermelhos e olharam para janelas opostas.
Até o fim da viagem, nenhuma palavra foi dita.
– A fila não esta tão grande, Liz. Vamos logo. – Henri puxou seu braço com leveza, mas um aperto firme, mesmo assim, Alicia lutou contra a vontade dele.
– Temos mesmo que ir lá em cima? – A voz da garota saiu abafada, talvez devido ao medo de altura, ou até mesmo às fortes correntes de ar presentes ali.
– Está com medo de cair de lá? – Henri sussurrou em tom de desafio, desta vez empurrando Alicia para frente.
– Você não? – Alicia se deu por vencida, afinal, como ela disse antes, Henri não tinha pelo que lutar. Então qual seria a diferença entre morrer na Torre Eiffel ou nas mãos de Marcus?
Após horas de fila, além da lenta subida do único elevador, eles foram recompensados com uma vista deslumbrante. Ali em cima, a visão não era muito limpa, o que dava um ar misterioso à cidade. As luzes borradas ao longe e as manchas juntinhas dos casais, aliados ao clima frio, faziam daquele um momento único e romântico.
A expressão de Alicia, que durante a subida era de mais puro terror, foi substituída por admiração.
– Isso tudo é lindo, quase mágico. – Henri sussurrou no ouvido de Alicia, que se esquivou. Ela sabia o que ele queria, ao menos achava que sabia. – O que foi? Por que ficou tão tensa assim, de repente.
– Não importa se você acha que este será o último ano de sua vida, não tente essa conversa comigo. Nós não vamos nos beijar. – Alicia virou-se de costas para ele, e cruzou os braços, Henri não saberia dizer se ela estava realmente zangada ou se era só birra, nem se estivesse virada para ele. –Mas sim, estar aqui é quase mágico, há áreas aqui que são realmente mágicas.
– Seria apenas um beijo, Liz. Não é nada comparado a você invadindo a minha intimidade.
– Se é só um beijo não precisa ser comigo. – Se dirigiu ao outro lado do topo, onde haviam mais três pessoas: um casal gay entre abraços e beijos e uma mulher só, admirando a vista da praça abaixo de onde estavam coberta por neve.
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Forbidden Lines
RandomHá 500 anos, na pequena cidade no interior da França, Westwick, Arthur Blackburn fez um pacto com as trevas. Ele prometeu seu corpo e os dos filhos primogênitos de cada geração, em troca de riqueza e poder para a sua família. Então, quando os primog...