Capítulo 4 - Life goes by in the blink of an eye

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"Ninguém transforma um demônio em um anjo, mas um anjo pode virar demônio facilmente."

- Autor desconhecido

1° de Fevereiro, 2009.

Após uma refeição e um rápido cochilo, Alicia já se sentia mais forte.

Lice acordou e colocou a mão sobre a boca para impedir-se de gritar. Henri estava sentado no chão ao lado da cama, observando-a enquanto a ela dormia.

– Quer me matar de susto? – Sussurrou.

– Você já tem uma resposta?

– Não. – Admitiu num sussurro.

– Por que estamos sussurrando?

– Não deveríamos estar conversando sobre isso.

– Liz, por favor. Eu não quero machucar ninguém durante uma noite dessas.

Ele havia acabado de dar a ela um apelido carinhoso e nem percebera isso. Alicia suspirou e encarou suas mãos claras durante alguns minutos.

– Quer que eu te conte por quê eu vim para cá?

– Você me disse que veio porque foi obrigada.

– Sim, mas quando eu cheguei aqui, estava decidida a matar você. Não me leve a mal, durante toda a minha vida, eu fui treinada para realizar o feitiço que salvaria os Blackburn. Nós não sabemos como é o processo, só que eu tenho que estar viva para realizá-lo.

"Mas, há dois anos, nossos objetivos mudaram. Minha avó foi morta nas mãos de seu pai. Eu não passei pela iniciação, mas mudaram meu treinamento. Eu tinha que encontrar um feitiço para matar você."

– Justo, considerando que meu pai matou a sua avó. Você vai me matar, não vai? - Perguntou, sem conseguir esconder a pontinha de felicidade na voz.

– Não. Enquanto você, Henri, estiver aí dentro, não há chance alguma de morrer, não pelas minhas mãos.

– Por que?

– Você quer morrer para não machucar as pessoas.

– Okay. – Deu de ombros. – Eu posso mudar a minha resposta.

– Certo, vamos trabalhar. Que horas os apagões começam? – Alicia se sentou com as pernas cruzadas e deu um nó nos cabelos, numa tentativa de domá-los.

Henri a encarou, mas não respondeu. Não estava disposto a cooperar. Ainda estava em choque, como alguém se negava a matar um demônio?

– Hmmm, pelo visto você não está disposto a cooperar. Vou tomar um banho e, se ainda estiver nesse dilema quando eu voltar, terei que arrancar as respostas eu mesma. Onde fica o banheiro?

Henrique se levantou como se estivesse espreguiçando-se.

– Segue no corredor e entra na última porta a direita.

Alicia caminhou até o fim do quarto e foi para o corredor. Precisava urgentemente de um banho. Encontrou o banheiro mas, no caminho, passou pelo quarto de Henrique, ou melhor, o que sobrou do quarto do rapaz, e voltou para observar o estrago que o demônio fizera.

Ela ainda sentia uma presença demoníaca ali, e o cheiro de enxofre era tão forte que fazia seu nariz arder.

Entrou e passou o dedo pela cômoda do quarto, deixando um rastro sobre as cinzas.

– Achei que você estivesse indo para o banheiro.

Alicia deu um pulo ao ouvir a voz rouca atrás de si e o hálito refrescante de menta em seu pescoço.

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