Capítulo 14 - Here we go again

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"Há homens que lutam um dia e são bons, há homens que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida, esses são os imprescindíveis."

– Bertolt Brecht

8 de Fevereiro, 2009.

– Boa noite, senhora. Posso ajudá-la em algo? – A aeromoça perguntou para Alicia.

– Eu gostaria de champagne. – A jovem pediu, rezando secretamente para que a funcionária não resolvesse pedir seu documento de identidade.

Alicia sabia que beber enfraqueceria seus poderes, mas queria se sentir relaxada. Não queria, de jeito algum, pensar em Henri, em Marcus ou no que estaria acontecendo agora.

– Claro. Volto num minuto.

Alicia olhou observou o aeroporto ficar cada vez menor através da janela e tentou acalmar-se.

Em Los Angeles, estaria mais distante do que nunca da Noruega e da sua mãe, mas tudo o que queria era despistar Marcus. Quando chegasse em Arandel, encontraria sua mãe e arrastaria ela para um lugar bem longe dali.

A aeromoça voltou com uma taça de champagne, e Alicia tomou a bebida em longos goles assim que a mulher saiu.

Pegou seu iPod, que estava na mochila com seus pertences, que Marcus havia citado anteriormente, e encaixou os fones em seu ouvido.

Algumas horas depois, Alicia abriu os olhos ao sentir uma forte dor no peito. Arrancou os fones de ouvido e enfiou-os na mochila. Começou a contar sua respiração para ignorar a dor.

– Moça. – O passageiro na poltrona ao lado chamou-a. – Seu nariz está sangrando.

– Er, hm, acontece às vezes. Obrigada por avisar.

Puxou um guardanapo do prendedor que havia na pequena mesa e pressionou-o abaixo do nariz, tentando impedir o fluxo de sangue. Será que isso era consequência da febre? Por instinto, tocou seu pescoço, no local exato onde Henri havia repousado a mão horas atrás, mas sua temperatura estava normal novamente.

Com um suspiro, recomeçou a contagem, mas a dor só parecia piorar. Decidiu ir ao banheiro e lavar o rosto, então levantou-se e o fez. Lavou o rosto duas vezes com água fria. O ato não diminuiu a dor, mas serviu para acalmar a garota. Quando estava no corredor da classe econômica, rumo ao lugar que estava ocupando, sentiu uma pontada no peito e caiu quase inconsciente no chão.

– Está feito. – A garota murmurou de forma quase inaudível, enquanto seu corpo desabava no piso do corredor do avião.

11 de Fevereiro, 2009.

Alicia abriu os lentamente e, enquanto eles se acostumavam com a alta luminosidade, ela distinguiu as paredes verdes e brancas.

Levantou-se, apoiando o corpo nos cotovelos e fechou os olhos repetidas vezes. Ela não se lembrava de muita coisa: após entrar no avião, suas lembranças foram abrangidas por uma neblina. Será que o avião teria caído? Então por que não havia machucado nenhum em seu corpo?

Notou os fios em seu pulso e deduziu que estava em um hospital. Olhou ao redor e achou o botão vermelho, que apertou e aguardou enquanto tentava manter a calma.

Um jovem enfermeiro entrou, uma expressão alarmada grudada em seu rosto. Talvez fosse assim as expressões que as pessoas usavam por ali: alertas e preocupadas o tempo inteiro.

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