Epílogo

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"Cortes profundos deixam cicatrizes, independente do que se tente fazer para cura-las."

– Kami Garcia

20 de Outubro, 2009.

– Liz. – Henri pousou a mão sobre a bochecha da mulher, acariciando-a delicadamente. – Eu sempre imaginei encontrar uma mulher que me trouxesse paz, que me trouxesse conforto e que me aceitasse exatamente como eu sou. Aí você apareceu. E você não era nada disso. Ao invés de paz, você trouxe sensações novas para a minha vida, me fez acreditar que eu era capaz. Ao invés de conforto, você trouxe um novo modo de pensar, novos lugares para conhecer. E ao invés de me aceitar como eu sou, você fez eu descobrir que poderia ser muito melhor. Nós somos muito diferentes. Mas somos diferentes de um jeito que eu acho perfeito porque a gente se complementa. Você é tudo que estava faltando na minha vida. E eu espero, sinceramente, poder ser o mesmo para você. Agora, o normal seria eu dizer: nunca mude e continue a sendo essa mulher que eu amo. Mas na verdade eu vou dizer: continue mudando, porque assim você continua mudando a minha vida. Eu te amo cada vez mais e cada vez de um jeito novo. – Henri colocou a aliança de prata no dedo anelar de Alicia e beijou a mão da garota em lágrimas.

Alicia sorriu e enxugou as lágrimas com o polegar. Olhou discretamente ao redor e notou os sorrisos de felicidade dos habitantes de Giverny ao verem a felicidade do casal.

Quando Henri e Alicia se mudaram para Giverny, comuna no interior da França, foram acolhidos pelos moradores. Na pequena cidade de pouco mais de quinhentos habitantes, qualquer pessoa era novidade. E com eles não foi diferente.

– Minha vez – sorriu para Henri, arrancando risos dos convidados. – Nicholas Henrique Blackburn, eu prometo estar ao seu lado sempre. Prometo defender o nosso amor e estimá-lo acima de qualquer coisa. Prometo ser compreensiva, tolerante e paciente. Prometo cuidar de cada uma das suas necessidades. Prometo respeitá-lo e amá-lo completamente. Não importam quais obstáculos enfrentemos, o meu amor por você se manterá intacto, forte e perfeito. Enfrentamos tantas coisas juntos, que não existem maneiras de um dia chegarmos ao fim. Nosso amor é eterno e se eternizará na vida do nosso bebê que está vindo. Eu amo você. – Alicia limpou novamente as lágrimas e também as de Henri, que a encarava incrédulo. Segurou sua mão e colocou a aliança prata também em seu dedo anelar, como ele havia feito com ela.

– Alicia Kühn e Nicholas Henrique Blackburn, eu os declaro marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva – o pastor avisou.

Henri puxou Alicia para perto de si, agora com bem mais delicadeza do que antes, pois agora ela carregava uma vida dentro de si. Ele encostou sua boca na dela e a beijou lenta e profundamente durante alguns segundos, antes de se afastar e a encarar, ainda com os olhos repletos de lágrimas.

– Nós vamos mesmo ter um filho? – Sussurrou. Apesar de estar feliz, temia que a criança tivesse o mesmo destino que ele. Temia tantas coisas... O esquecimento.

– Sim. E ele está livre, eu posso sentir isso. – Alicia acrescentou, ao perceber a hesitação de Henri.

– Meu Deus, Liz. Você nunca vai parar de me surpreender?

9 de Julho, 2010.

Era uma manhã que como qualquer outra quando Henri acordou, ao seu lado, ainda dormindo, estava a mulher que amava e com quem lutara com todas as forças contra tudo o que os impediu de ficar junto.

Ele sorriu de forma espontânea ao observar o rosto amável de Alicia em sua frente, imaginando e lembrando de todos os bons momentos do último ano.

Como em todas as manhãs, deixou escapar um suspiro preocupado ao lembrar-se do pacto. Quase um ano e meio já havia se passado e Henri simplesmente não conseguia falar para Alicia sobre o pacto que fizera.

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