"A morte é a queda da flor, para que o fruto possa avolumar-se."
– Henry Ward Beecher
– Se aproxime, minha criança. – Uma voz doce e feminina que parecia vir de lugar algum chamava por alguém. – Vejo que tem fé, para chegar até aqui.
Alicia estava de pé, e de um momento para o outro o mundo ficou mais frio e escuro. Ela não sabia onde estava, o luar iluminava as casas simples, as poucas luzes artificiais eram amareladas e fracas e vinham das brechas de algumas habitações.
Alicia seguiu caminhando sob um céu estrelado como ela nunca havia visto e sobre a areia macia que estava por toda a parte. Não haviam pessoas ao seu redor, apenas um vulto distante. Como não sabia para onde ir, ela decidiu seguir o vulto. Caminharam por horas, mas Alicia não sentia qualquer fadiga ou cansaço.
– Você não é a primeira da sua família a chegar aqui. – A voz vinha do vulto distante, que parou de caminhar, por alguma razão. – Você sabia que todo conhecimento traz consigo um preço?
– Já ouvi isto diversas vezes. – Ela disse, sem se abalar com a suposta ameaça.
– Você sabe qual foi o preço que sua avó pagou?
Por um curto instante, o corpo de Alicia tremeu, mas logo ela prosseguiu caminhando. Estava com pressa para sair dali, mesmo não sabendo onde seria “ali”.
– Você pode até achar que não houve relação, mas se ela não viesse aqui, ela ainda estaria viva. – A voz se tornou fria, o que deixou Alicia apreensiva. – Eu estou disposta a te dar uma escolha, porque te admiro, como mulher.
– Qual tipo de escolha? – Alicia soou muito mais interessada do que realmente estava.
– Você vai precisar fazer uma escolha muito difícil, ainda mais considerando que você não pode ficar muito tempo aqui e continuar viva.
Alicia se lembrou vagamente de onde estava antes, e apesar de muito real, percebeu que nada ali era real, mas não conseguiu se convencer.
– Eu te contarei sobre mim, antes de prosseguir.
Naquele instante Alicia já estava muito próxima do vulto feminino, que estava coberto por roupas escuras e um véu, também de tonalidade escura. Ao remover o véu, Alicia pode ver uma senhora de pele morena e cabelos escuros não muito cuidados, com linhas de expressão que concediam ao seu rosto um aspecto sábio e simpático.
– Sua mãe já deve ter lhe contado a verdadeira história da humanidade e de Deus, mas não faz mal ouvir novamente.
“Deus, criou primeiro o universo espiritual, um enorme vazio, Deus imaginou que poderia criar vida para não se sentir tão só, então o recente universo foi povoado por anjos, que criaram, com a ajuda de Deus todo o reino espiritual. Eles foram criados para serem obedientes, e obedecerem a hierarquia, sempre, à medida que desenvolveram aptidões eles se auto hierarquizaram.
“Apenas seguindo as regras pré-estabelecidas por Deus, surgiram de imediato mais dois universos, vazios e inabitados. O criador se sentiu tão realizado e contente com o que aconteceu no primeiro universo que, em um deles, ele criou vida. Desta vez, ele criou um representante de si, atribuiu para o mais antigo uma mínima parte de seu conhecimento, mas limitou esta vida a se mover e evoluir a um passo muito curto. Deus voltou a se concentrar nos anjos, permitindo que a mais recente criatura criasse vida.
“Algumas eras mais tarde, todo o novo universo estava habitado. As criaturas não se assemelhavam em nada com os anjos, eram retorcidas e lutavam entre si por poder, apenas respeitando o criador, que atribuíram o nome de Rejhyls, a criatura não havia crescido ou se modificado muito, mas gerava e absorvia a vida, adquirindo mais conhecimento, Deus não se sentia mais tão orgulhoso, mas daria mais tempo para ver como prosseguiria.
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Forbidden Lines
NezařaditelnéHá 500 anos, na pequena cidade no interior da França, Westwick, Arthur Blackburn fez um pacto com as trevas. Ele prometeu seu corpo e os dos filhos primogênitos de cada geração, em troca de riqueza e poder para a sua família. Então, quando os primog...