“No homem, o desejo gera o amor.
Na mulher, o amor gera o desejo.”– Jonathan Swift
15 de Fevereiro, 2009.
Henri acordou com a barriga virada para baixo. Estava claro, mas ele não conseguiu identificar o horário, tinha apenas uma certeza: ficou possesso por algum tempo. Após tantos apagões, já se acostumara com o gosto ácido remanescente, assim como a memória confusa. Contra sua vontade, os seus olhos relutavam em se manter fechados à medida que se acostumavam com a claridade do quarto. Pensou em esfregar a mão sobre os olhos para aliviar a ardência, mas não conseguia sentir nenhum dos braços, estavam dormentes, Quando seus olhos já estavam completamente acostumados com a luz, Henri começou a sentir os braços formigarem e reagirem aos seus comandos, mas eles estavam presos, assim como suas pernas.
Ao ouvir a voz de Alicia cantarolando alegremente, a primeira coisa que passou pela mente de Henri foi um agradecimento por ela não ganhar a vida sendo cantora. Ele considerava aquela voz sexy, assim como tudo mais relacionado a ela, mas a garota desafinava com facilidade, o segundo pensamento que passou por sua cabeça foi que ela estava em casa, logo poderia libertar ele.
Henri ficou frustrado ao tentar gritar, sua voz não saia de forma alguma, por mais que se esforçasse nem mesmo urros eram emitidos. Logo desistiu de tentar chamar atenção de Alicia através da fala, precisava tentar algo diferente, mas como emitir som sem falar? Esse era o dilema que preencheu seus pensamentos por alguns minutos.
A solução seria sutil, mas um pouco dolorida. Usando boa parte da força física que sobrava nele, e ignorando o desconforto de estar algemado, Henri esforçou-se para rolar, para que assim que caísse da cama Alicia ouvisse o baque de seu corpo contra o chão.
O rapaz não era gordo, mas o impacto de seu corpo contra o chão fizera um ruído inesperadamente alto. Alicia chegou pouco depois, seu rosto irradiava uma felicidade que Henri sequer imaginara ver algum dia, apesar de estar indignado por Alicia tê-lo deixado naquele estado não conseguiu conter um sorriso, era bom vê-la daquele jeito.
– Então, você já é você de novo? – Alicia estava claramente receosa.
Henri abriu a boca, sem emitir qualquer som.
– Acho que isso é um sim! – Alicia pegou um recipiente transparente de vidro na prateleira, em seguida se agachou, se aproximando do rosto do garoto, abriu o frasco transparente, liberando uma pequena lufada de ar fresco.
– Obrigado por devolver minha voz. Prometa não fazer isto de novo, okay?
– Desculpe, é que você... – A garota interrompeu a frase – O Demônio, não queria se calar.
Enquanto a feiticeira removia a algema e as amarras de Henri, não houve conversa alguma.
– Vamos tomar café da manhã? – Alicia perguntou para o garoto com um sorriso no rosto.
Henri não precisou responder, o seu estômago emitiu sons em aprovação a ideia de Alicia. A felicidade na garota o contagiara de tal forma que ele simplesmente puxou ela para um beijo longo e demorado, ainda que ele precisasse se abaixar um pouco, sentia que de alguma forma eles se encaixavam.
– Sem querer reclamar, – a garota sorriu para Henri, admirando seus olhos escuros, – mas por que isto agora?
– Porque me sinto entusiasmado por te ver bem. Sei lá, porque é bom?
– Você não é muito bom com as palavras, mas é muito bom beijando.
Alicia enlaçou os braços ao redor da nuca de Henri, desferindo um beijo mais intenso, Henri respondeu puxando-a mais para perto de si, com uma das mãos, enquanto a outra passeava sob a roupa da garota. Ele sentia o corpo dela se arrepiar, o toque dos corpos fez o coração de Henri bater mais rápido. Beijou lentamente o pescoço de Alicia, provocando-lhe gemidos baixos. Entusiasmado com que ouvia e sentia, Henri agarrou o cabelo dela puxando-o de leve, mas firmemente, tornando a respiração da garota rápida e irregular. Logo, Henri estava avidamente distribuindo beijos e mordidas breves.
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Forbidden Lines
RandomHá 500 anos, na pequena cidade no interior da França, Westwick, Arthur Blackburn fez um pacto com as trevas. Ele prometeu seu corpo e os dos filhos primogênitos de cada geração, em troca de riqueza e poder para a sua família. Então, quando os primog...