Capítulo 11 - With the beast inside, there is nowhere we can hide

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"Quero esconder a verdade. Quero abrigar você. Mas com a besta dentro, não há onde nos escondermos."

— Imagine Dragons

7 de Fevereiro, 2009.

Quando Alicia teve certeza de que seu estômago estava vazio e não iria vomitar mais, deitou-se na cama, com o corpo virado para a parede. Ela não iria conseguir esquecer as cenas que presenciara há poucos minutos. Não porque estavam frescas em sua memória, mas porque aquilo era o tipo de coisa que ninguém nunca esquece.

Após algumas horas revirando-se na cama, a garota desistiu de ficar ali. Saiu do quarto e caminhou até a porta do quarto onde Marcus dormia.

– Marcus! – Bateu na porta com força. A porta se abriu e o homem a encarou, irritado. Acabou sorrindo ao notar sua expressão.

– O que foi, bruxinha? Parece que viu um fantasma.

– Precisamos sair daqui.

– Desde quando eu faço suas vontades? – Levantou as sobrancelhas num ato de desafio.

– Desde que essa droga de cidade está enfraquecendo meus poderes e se eu ficar mais uma hora aqui não vou servir de nada para você!

– Wow, deve ser realmente sério, se te deixou tão nervosa. Vá acordar o Henri, não quero lidar com aquele idiota tão cedo, ou tão tarde. – Marcus deu de ombros.

Alicia lançou um olhar para a porta do quarto de Henri, depois olhou para Marcus novamente e cruzou os braços.

– Vou esperar vocês no carro.

Desceu as escadas da pousada e passou pela recepção, passando pela grande porta de madeira e dirigindo-se ao estacionamento. Ao chegar ao carro, notou que estava sem a chave, então encostou-se na porta do mesmo e esperou, os olhos cravando o chão como se quisessem abrir um buraco e enfiar o seu corpo ali, para sempre.

–  Vai me dizer por que raios vamos sair assim, no meio da noite? – Henri perguntou enquanto desfazia o emaranhado de nós em seu cabelo.

– A bruxinha não se sente bem aqui. – Marcus deu de ombros e Henri lançou um olhar preocupado para Alicia, que continuou olhando para baixo.

Marcus abriu a porta para o banco passageiro e empurrou Alicia para lá. A menina estava tão horrorizada que nem se incomodou em reclamar.

O homem caminhou até o outro lado do carro e entrou, certificando-se de algemar um dos pulsos de Henri antes de dar a partida.

– Para onde vamos? – Alicia quis saber.

– É uma boa pergunta. Vejamos... – Procurou a cidade mais próxima depois da fronteira no GPS. – Szczecin, Polônia. São três longas horas de viagem e eu não quero ouvir a voz de vocês.

Alicia suspirou e encostou o rosto na janela fria de vidro.

"Liz? Está tudo bem?"

Alicia ouviu a voz de Henri em sua cabeça, lançou um olhar para o garoto através do espelho e expulsou-o de sua mente.

Henri encarou Alicia, confuso. Vasculhou em seus pensamentos algo que havia feito que poderia ter magoado a garota, mas não encontrou nada. Tentou entrar em contato com a garota novamente, mas ela havia bloqueado ele.

Quase uma hora depois, Marcus parou o carro na beira da estrada.

– Alicia, já para o banco de trás.

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