"Quero esconder a verdade. Quero abrigar você. Mas com a besta dentro, não há onde nos escondermos."
— Imagine Dragons
7 de Fevereiro, 2009.
Quando Alicia teve certeza de que seu estômago estava vazio e não iria vomitar mais, deitou-se na cama, com o corpo virado para a parede. Ela não iria conseguir esquecer as cenas que presenciara há poucos minutos. Não porque estavam frescas em sua memória, mas porque aquilo era o tipo de coisa que ninguém nunca esquece.
Após algumas horas revirando-se na cama, a garota desistiu de ficar ali. Saiu do quarto e caminhou até a porta do quarto onde Marcus dormia.
– Marcus! – Bateu na porta com força. A porta se abriu e o homem a encarou, irritado. Acabou sorrindo ao notar sua expressão.
– O que foi, bruxinha? Parece que viu um fantasma.
– Precisamos sair daqui.
– Desde quando eu faço suas vontades? – Levantou as sobrancelhas num ato de desafio.
– Desde que essa droga de cidade está enfraquecendo meus poderes e se eu ficar mais uma hora aqui não vou servir de nada para você!
– Wow, deve ser realmente sério, se te deixou tão nervosa. Vá acordar o Henri, não quero lidar com aquele idiota tão cedo, ou tão tarde. – Marcus deu de ombros.
Alicia lançou um olhar para a porta do quarto de Henri, depois olhou para Marcus novamente e cruzou os braços.
– Vou esperar vocês no carro.
Desceu as escadas da pousada e passou pela recepção, passando pela grande porta de madeira e dirigindo-se ao estacionamento. Ao chegar ao carro, notou que estava sem a chave, então encostou-se na porta do mesmo e esperou, os olhos cravando o chão como se quisessem abrir um buraco e enfiar o seu corpo ali, para sempre.
– Vai me dizer por que raios vamos sair assim, no meio da noite? – Henri perguntou enquanto desfazia o emaranhado de nós em seu cabelo.
– A bruxinha não se sente bem aqui. – Marcus deu de ombros e Henri lançou um olhar preocupado para Alicia, que continuou olhando para baixo.
Marcus abriu a porta para o banco passageiro e empurrou Alicia para lá. A menina estava tão horrorizada que nem se incomodou em reclamar.
O homem caminhou até o outro lado do carro e entrou, certificando-se de algemar um dos pulsos de Henri antes de dar a partida.
– Para onde vamos? – Alicia quis saber.
– É uma boa pergunta. Vejamos... – Procurou a cidade mais próxima depois da fronteira no GPS. – Szczecin, Polônia. São três longas horas de viagem e eu não quero ouvir a voz de vocês.
Alicia suspirou e encostou o rosto na janela fria de vidro.
"Liz? Está tudo bem?"
Alicia ouviu a voz de Henri em sua cabeça, lançou um olhar para o garoto através do espelho e expulsou-o de sua mente.
Henri encarou Alicia, confuso. Vasculhou em seus pensamentos algo que havia feito que poderia ter magoado a garota, mas não encontrou nada. Tentou entrar em contato com a garota novamente, mas ela havia bloqueado ele.
Quase uma hora depois, Marcus parou o carro na beira da estrada.
– Alicia, já para o banco de trás.
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Forbidden Lines
CasualeHá 500 anos, na pequena cidade no interior da França, Westwick, Arthur Blackburn fez um pacto com as trevas. Ele prometeu seu corpo e os dos filhos primogênitos de cada geração, em troca de riqueza e poder para a sua família. Então, quando os primog...