"Eu estou aterrorizada pelo que eu vejo, mas de algum jeito eu sei que tem mais por vir"
- Evanescence
13 de Fevereiro, 2009.
Henri usou toda a sua força restante para arrombar a porta. Entrou na pequena casa e encontrou Alicia sentada no chão, abraçando o corpo de Elizabeth.
- Demorou demais para se juntar ao espetáculo, Henrique. - Marcus sorriu, girando a faca em sua mão direita.
- Você precisava fazer isso, Marcus? - Henri perguntou.
- Não precisava? Veja só, a Alicia me traiu. Eu deixei bem claro para ela quais seriam as consequências de tal ato. Ela me subestimou. Vocês pensam que eu sou tão burro assim? No momento em que ela conjurou aquele feitiço de ligação estúpido, eu soube.
- Você vai queimar no Inferno! - Alicia gritou. Em seguida, envolveu o rosto da mãe com as mãos e começou a sussurrar palavras num idioma desconhecido.
- Agora eu vou sair e espero nunca mais ter que encontrar vocês de novo. Senão, Henri, você pode se considerar um homem morto. Ah, Liz. - Marcus chamou Alicia do mesmo jeito que Henri o fazia, além de colocar um sorriso sarcástico no rosto. - Não tente trazê-la de volta do Mundo dos Mortos, há um preço a pagar.
Marcus saiu da casa e caminhou tranquilamente até seu carro, do outro lado da rua.
Durante meros segundos, Henri pensou em segui-lo e acabar de vez com aquilo, mas lhe partia o coração deixar Alicia sozinha.
- Por que eu não consigo trazer ela de volta? - Alicia gritou, voltando a conjurar o feitiço.
Henri se aproximou e abraçou a garota, que havia desistido e agora observava o corpo da mãe, em silêncio.
Alicia lembrou-se do livro e se desvencilhou dos braços de Henri, correndo para o porão.
Fez todo o esforço mental necessário até que o livro se tornasse visível, pegando-o em seguida e levando-o para a sala, com Henri em seu encalço.
Foi para o jardim que ficava ao fundo da casa, onde poderia pegar energia da natureza, se fosse necessário, e abriu o livro.
Procurou feitiços relacionados à morte, ressurreição, mas não achou nada. Podia sentir Henri atrás dela, provavelmente posicionado de forma favorável para impedi-la de cair, caso ela desmaiasse.
Não achou o que procurava no momento, mas achou um feitiço de identificação de demônios.
- Nicholas. - Alicia sussurrou e puxou o garoto pela borda da camisa. - Tem um feitiço que ajuda a identificar demônios, mas... Eu não sei vou conseguir fazer isso. - Alicia tentou reprimir a ânsia de vômito que surgira no instante em que ela colocara os olhos sobre o ritual que teria que fazer.
- Deixa eu ver. - Henri puxou o livro grosso da mão da garota, que suava frio, delicadamente. - Você não precisa fazer isso. - Fechou o livro decidido e o empurrou para longe, abraçando Alicia com força, tentando transmitir a pouca energia boa que ainda tinha dentro de si para a garota entre lágrimas.
Alicia não se lembrava da última vez que havia chorado, mas ver a mãe tendo a garganta cortada havia expulsado todas as lágrimas, e ela chorava como se uma torneira tivesse sido aberta em seus olhos.
- Mas eu preciso. É o único jeito de te ajudar.
- Não, Liz. - Henri rebateu, com uma convicção que nem sabia ter. - Isso é horrível demais.
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Forbidden Lines
RandomHá 500 anos, na pequena cidade no interior da França, Westwick, Arthur Blackburn fez um pacto com as trevas. Ele prometeu seu corpo e os dos filhos primogênitos de cada geração, em troca de riqueza e poder para a sua família. Então, quando os primog...