O Aconchego

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Anna Prevato

Minha cabeça ainda dói, meu corpo parece que carrega consigo uma tonelada de sujeira, e a tristeza domina cada espaço meu por me sentir culpada eu não deveria ter saído aquela noite, eu deveria ter sentido que tinha alguma coisa errada não sei como mas eu sinto tanta coisa ruim ao mesmo tempo que não me dou conta de onde estou até que ouço o celular tocando o que me tira dos meus devaneios

-É melhor atender, pode ser importante ( digo impaciente e me viro evidenciando seus traços, o rosto está rígido ele parece nervoso não entendo o porque mas deduzo que seja pela ligação insistente )

- Não é importante ( ele me responde com maxilar travado, o que me fez à tona do que estou fazendo aqui no carro dele, com ele.
Só quero ir pra casa e ficar sozinha )

-Certo, pode me levar pra casa? (Pergunto) Foi um dia bem cansativo. (Concluo)

- Claro. Só vou passar no meu apartamento pra pegar uma coisa importante, Você está bem ?
- ok ( digo em afirmação a primeira resposta, eu quero muito responder que estou bem mas.. na verdade nem eu sei o que estou sentindo )

Então logo chegamos ao edifício Liam Palace

O portão logo se abre dando passagem pro carro e chegamos em questão de segundo na garagem o elevador se abre e eu fico abismada ele encosta o dedo no painel, uma espécie de leitor digital e rapidamente entramos em movimento.
O silêncio instalado entre nós é quebrado quando o elevador páramo 18• andar e ele me convida pra entrar

Entro de vagar e ainda temerosa não sei se pelo acontecido da noite ou se é só medo mesmo de estar com ele sozinha eu não sei ao certo o que tá acontecendo comigo, minha mente tá uma confusão...

O apartamento é muito grande e arejado, iluminado por uma parede inteira de vidros, a decoração moderna um grande sofá em L é uma cozinha espaçosa com uma ilha enorme e armários claros tudo muito lindo e de muito bom gosto, mas o que mais me chamou a atenção foi a enorme estante de livros em contraste com a parede de vidro, são incontáveis é tão lindo colorido e organizados por tamanho e cor é realmente incrível.

- Você já leu todos ? (A pergunta sai espontaneamente)

-Já , mas aí só guardo os que mais gostei!

-Não é tão idiota como parece(murmuro para pra mim)

- Eu ouvi isso Senhorita Prevato. Quer alguma coisa quem sabe um suco, algo pra comer ?

-Desculpa. Não obrigada, eu estou  bem!

-Pode se sentar um minuto.

-Obrigada.

Ele sai e em minutos está de volta com algo em mãos que reconheço de longe

- Esse é meu celular ? ( pergunto intrigada e irritada)

-Pensei que tivesse dito que não haveria outra vez, seu eu continuar achando seu celular por aí vou acabar acreditando que está fazendo de propósito (risos)

-Droga, onde eu deixei ? Aliás obrigada de novo !

- Esqueceu no hospital, tranquiliza esse coração, está tudo bem agora. ( ele diz encostando a mão em meu pulso e eu não sei o que acontece mas meu corpo reage imediatamente o empurrando)
num surto momentâneo grito:

-Não encosta em mim!!

-Anna tudo bem calma sou eu Ricardo

Suas palavras caem como chuva em mim e meu corpo desmonta, eu começo a chorar incontrolavelmente e meu peito se fecha num ardor, os meus olhos eles se contraem assim como meu estômago e a sensação aquela sensação que eu já não lembrava com tanta clareza volta num rompante de força me dilacerando, é como se as imagens ficassem passando e passando na minha cabeça e eu não consigo enxergar mais nada além do medo a agonia e a dor que aquele toque me trouxe de volta

Direito de Amar  ( CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora