Revelações

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ㅡA Dahyun estava insuportável hojeㅡBeakhyun bufou

ㅡSó hoje?

ㅡHoje ela tava mais, entende?

No intervalo, um grupo de amigos estavam sentados em uma das mesas do refeitório. Entre eles tinha Momo.

ㅡPor que ela fica repetindo e fazendo barulhos na sala?ㅡ a japonesa perguntou.

Olharam para ela como se ela tivesse falado algo idiota.

ㅡVocê não sabe?ㅡ Seulgi perguntou.

ㅡSaber o que?

ㅡEla tem retardo.

Momo balançou a cabeça.

ㅡQue tipo de retardo, Beakhyun?

Ele riu.

ㅡRetardo, ué. Ela é retardada, tem um parafuso à menos.

ㅡMas que tipo de retardo?

ㅡIsso terá que descobrir sozinha.

Momo suspirou.

ㅡOlha, nós devíamos parar de reclamarㅡ Byun disseㅡ, não é a gente que senta do lado dela, né, Seulgi?

ㅡVerdade.ㅡ riuㅡ Como é sentar perto dela, Momo?

Hirai fez um bico.

ㅡUm pouco chato... Ela tira minha concentração com os barulhos. Ela é... Um pouquinho irritante.

ㅡIsso irrita todos, você não é a única.

ㅡPois é! Aquela garota é mais irritante que uma criança mimada.

O sinal tocou para todos voltassem para suas salas.

Momo sentou em sua cadeira e olhou por um momento para Kim.

A menina estava de olhos fechados enquanto estralava os dedos.

O professor de química entrou na sala. Era um senhor de meia idade e um pouco careca e baixinho.

Dahyun, particularmente, gostava dele. Gostava de como ensinava experiências com cores legais.

O homem propôs uma atividade em dupla. Mas ele iria escolher quem ficaria com quem.

Todos rezavam para não ficar com a pobre Dahyun, achavam que ela iria atrapalhar em alguma coisa.

Momo ficou com Kim. Não sabia se isso era sorte ou azar.

O professor explicou tudo, em detalhes cuidadosos para que todos entendessem depois mostrou o resultado.

ㅡEntão, Dahyun... Você entendeu?

Kim pegou frascos aleatórios, não foram os que o professor sugeriu.

ㅡEi, não são esses.

Dahyun fez mais coisas. Toda vez que Momo tentava impedi-lá, se encolhia e cobria suas orelhas.

A garota parou tudo que estava fazendo e sorriu.

Hirai arregalou os olhos. Tinha o mesmo resultado do professor mas.... Ela havia feito de outra maneira completamente diferente.

ㅡ...Como fez isso?

O homem parabenizou as duas. Mas Momo sabia que só Dahyun tinha feito algo.

As aulas seguiram normal.

Hirai não tirava aquela coreana da cabeça.

O que será que ela tem?, pensou.

Queria perguntar, mas ninguém falaria e seria inconveniente perguntar isso para Dahyun. Não podia chegar e simplesmente falar "Oi, qual é seu retardo?" Pensou que talvez ela nem tivesse um. Talvez aquele era simplesmente o jeito dela e pronto. Talvez todos estivessem apenas exagerando.

Quando todos já estavam de saída. Momo viu Kim sentada em um banco esperando por alguém.

Sorriu e andou em passos apressados até ela.

ㅡOi, Dahyun!ㅡfalouㅡ Olha, sei que ontem não nos conhecemos bem, mas podemos tentar de novo.

Sentou do lado da menor que não tirou os olhos do portão.

ㅡEntão... O que você faz no seu tempo livre.

ㅡ Tempo livre.

Momo fez uma careta

ㅡFoi o que eu disse...

Hirai colocou a mão sobre o ombro da coreana, balançando um pouco.

ㅡAh, qual é, Kim? Ainda está brava por ontem. Poxa, eu já pedi desculpa.

Dahyun não gostou do toque. Colocous as mãos no rosto e começou a balançar seu corpo.

ㅡ.... mas o quê..?

Kim fazia barulhos com a boca sem parar. Aquilo assustou a japonesa.

ㅡOlha, se eu fiz algo, me perdoa!ㅡ disse nervosaㅡ E-eu não fiz de propósito.

Toda vez que Hirai tentava ajudar, só piorava.

ㅡO que está acontecendo aqui?

Momo olhou para frente.

ㅡO que fez com minha irmã?ㅡ a mulher sentou do outro lado de Kimㅡ calma, Dah...

ㅡD-desculpe, eu juro que não fiz nada. Que eu saiba não...ㅡ sussurrou a última parteㅡ Eu só falei e toquei no ombro dela e quando percebi-

ㅡChegaㅡ a outra japonesa interrompeuㅡ vai pro carro, Dada, a mamãe está esperando.

A coreana levantou-se em um pulo e correu para sua mãe deixando as duas japonesas para trás.

ㅡO que fez com ela?ㅡ Sana disse ríspida.

ㅡN-nada, eu juro. Eu só encostei nela.

ㅡJura? Pois saiba de uma coisa: eu odeio que incomodem minha irmãㅡ ficou de péㅡ Não mexa com ela de novo.

ㅡEu não mexi. Eu só falei e.... Eu não sei o que ela tem! Eu só-

ㅡEla é autista!ㅡparou de andar e olhou para trás.

Momo parou de falar e abriu a boca em um perfeito "O". Isso foi uma enorme surpresa.

ㅡ... Sério...?

Sana revirou os olhos.

ㅡNão se faça de desentendida. Todos sabem.

ㅡEu não! Cheguei na escola ontem.

ㅡ Pois bem, está sabendo agora. Não à incomode outra vez. Ou melhor, não chegue perto dela outra vez.

Hirai observou a loira caminhar em passos apressados até o carro onde podia ver, pela janela, que a menina ainda estava nervosa.

[...]

" Ela é autista"

A mente de Momo não parava de pensar nessa frase.

Se sentiu culpada por ter falado que ela era irritante e que atrapalhava a aula. Ela não fazia de propósito.

ㅡ Merda, merda, merda.ㅡbufouㅡ Eu sou uma babaca...ㅡ gruniuㅡ E estou falando sozinha de novo!

Colocou o travesseiro no rosto para abafar seu grito.

ㅡO que aconteceu, Momo?ㅡ o irmãozinho de Hirai abriu a porta.

ㅡVai embora, Minseok.

ㅡVocê está brava?ㅡ o menino se aproximou e sentou na cama da irmã.

ㅡEu disse pra você se mandar!ㅡ jogou o travesseiro no pequeno.

Minseok começou a chorar.

ㅡEu vou dizer pra mamãe!ㅡ correu.

Momo não se moveu. Apenas afundou a cabeça em seu travesseiro.

CrayonsOnde histórias criam vida. Descubra agora