Pergunta a ser respondida

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ㅡMomo!ㅡ Seulgi chamou no fim do corredor.

Hirai andou até a mesma que estava encostada no armário e de braços cruzados.

ㅡSim?

ㅡFaz uns dias que você mal conversa comigo nem com o Beak... O que aconteceu?

Momo suspirou.

ㅡEu estou tentando conhecer a Dahyun, sabe? Tentando começar de novo.

A coreana balançou a cabeça e riu baixinho.

ㅡSabe que ela é autista, não sabe?

ㅡSei... Mas o que tem?

ㅡO que tem que ela vai te machucar algum momento. Mesmo não sendo de propósito. Ela não conhece limites, muito menos tem compaixão ou empatia por ninguém. Amizade com ela não é uma boa idéia...

Hirai bufou.

ㅡIsso é muito preconceituoso da sua parte.

Kang riu.

ㅡTalvez seja.. Mas, admita, você concorda com o que eu digo, pelo menos um pouquinho.

Momo ficou paralisada. Concordava? Concordava mesmo? Não sabia o que responder.

ㅡEu...

ㅡVamos, seja mulher o suficiente e admita que a acha irritante mesmo. Que queria que ela mudasse para uma escola especial para pessoas como ela!

A mais nova abriu a boca para falar algo, mas absolutamente nada saía.

Como responderia? Queria dar uma resposta politicamente correta. Mas não sabia como falaria.

Só que também não queria mentir. Mas nem sabia se falasse "não concordo" estava mentindo ou só querendo ser legal.

ㅡVamos, Hirai, fale alguma coisa.ㅡsegurou o braço da japonesa.

ㅡ... Eu... E-eu...

O sinal tocou. As pessoas passavam pelas duas e entravam em suas salas.

ㅡFoi o que pensei... Você é a porra de uma hipócrita.ㅡsorriu fracoㅡ Não te culpo, se sente mal em confessar que uma menina é chata apenas por ela não ser normal... Quer se dar bem com todos e não gosta de confusão. Entendo...

Seulgi soltou Hirai e andou alguns passos e olhou por cima de seu ombro para a japonesa ainda paralisada.

ㅡAinda quero ouvir uma resposta concreta.

A mulher saiu de seu transe e seguiu a coreana para a sua sala.

Sentou em sua cadeira e olhou para a menina sentada ao seu lado.

Mordeu os lábios pensando na pergunta de Kang. Estava sendo hipócrita mesmo? Ela não sabia nada sobre Kim. Só sabia do "menos" importante que era o TEA. Não sabia qual era o sobrenome dela nem o nome da irmã. Nem a cor favorita da garota; a comida favorita; quantos anos tinha...

Nada, Momo não sabia nada. E se amaldiçoava por isso.  Então, estava mesmo sendo uma hipócrita?

[...]

Momo chegou em casa e se jogou na cama.  A pergunta de Kang ainda rodava em sua cabeça.


"Vamos, seja mulher o suficiente e admita que acha ela irritante mesmo. Que queria que ela mudasse para uma escola especial para pessoas como ela!"

CrayonsOnde histórias criam vida. Descubra agora