Começando de novo

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Momo estava parada em frente do portão da escola.  Estava decidida em tentar ser legal com Kim daqui para frente.

Foi direto para a sala, sem falar com ninguém.

Quando chegou, Dahyun estava exatamente como imaginou: sentada em sua carteita com seus olhos fechados e batendo seu dedo na mesa

Andou lentamente para o lado da garota. Sentou em sua cadeira e olhou para a coreana.

ㅡOi, Dahㅡ sorriuㅡ posso te chamar de Dah?

ㅡChamar de Dah.

A maior riu baixinho.

ㅡLegal. Hmm, desculpe por ontem, ok? Eu não sabia que você não gostava que você...

Dahyun murmurou alguma coisa.

ㅡUh? O que disse?ㅡ disse animadaㅡ Eu acho você uma fofa, sabia?

Kim parou de bater o dedo na mesa. O que não passou despercebido por Hirai. A japonesa sorriu de orelha a orelha.

ㅡPois é, você é muito fofinha!

O sinal tocou, logo a sala estava cheia de pessoas.

Momo estava sendo o mais compreensiva que podia em relação a Dahyun imitando falas dos professores ou fazendo barulhos.

No intervalo, Momo queria ficar na sala e tentar conversar com Kim. Mas Saulgi insistiu para que fosse com ela.

ㅡTudo que eu queria era um pouco de silêncio na sala.

ㅡCom a Dahyun lá, sabe que não é possível.

Hirai bufou.

ㅡPelo amor de Deus, pessoal. Ela é autista.

ㅡE você só descobriu agora?ㅡ Beakhyun ironizou.

ㅡNão... Fiquei sabendo ontem quando eu encostei nela e ela surtou!ㅡ suspirouㅡ A irmã dela apareceu e disse pra mim.

Saulgi balançou a cabeça.

ㅡA irmã dela exagera em cuidar delaㅡ começouㅡ Aposto que Kim nem precisa de tanta atenção assim.

ㅡConcordo, Dahyun é apenas irritante e estranha.

ㅡIsso não está sendo preconceituoso da parte de vocês?

Momo levantou-se em um pulo.

ㅡAonde vai?

ㅡPra salaㅡ disse ríspida.

Andou apressada até conseguir ver Dahyun sentada em sua cadeira com um semblante tranquilo.

ㅡOi, Dahㅡ disse gentilmente.

Oi, Dah.

Momo sentou.

ㅡVocê sempre, fica aqui, certo? Não acha um pouco chato ficar sozinha?

Kim começou a bater o dedo no ritimo de uma música que adorava.

ㅡEi... Eu conheço esse toqueㅡ sorriuㅡ É dance of the swans, certo?

A coreana abriu os olhos e olhou para Momo do canto de seus olhos.

ㅡGosta de Tchaikovsky?

Por um momento, parecia que todos os sons do mundo pararam. Dahyun respirou fundo e deixou a boca entreaberta.

ㅡAham.

Hirai arregalou os olhos. Aquilo a surpreendeu.

ㅡVocê me respondeu mesmo! Nossa... Eu não esperava que fosse me responder. Na verdade eu nem esperava que você estivesse prestando atenção no que falavaㅡfalou animadaㅡ Você tem alguma música favorita? A minha é dance of the sugar plum fairy.

Momo continuou a falar com a menor, prestando atenção em cada sorrisinho da mesma. Mas em nenhum momento a coreana abriu os olhos ou respondeu Hirai novamente.

ㅡQual é sua comida favorita? Eu amo risoto de frango.

ㅡRisoto de frango.

A japonesa ficou extremamente feliz por saber que agora tinha recomeçado e se dado bem com Dahyun desta vez.

Mas não entendia o por que de querer tanto fazer amizade com aquela coreana. Sabia que talvez elas nunca seriam amigas ou nunca trocariam palavras carinhosas. Mas mesmo sabendo de tudo isso, não parava de pensar na garota.

Dahyun também não estava tão diferente. Mesmo não sabendo o que sentia, queria ficar mais tempo com a japonesa, mesmo não respondendo-a, queria ouvir sua voz. A voz de Momo trazia um relaxamento para Kim.

Hyun finalmente abriu os olhos e deu uma olhada rápida em Momo o que a fez rir.

Momo não achava Kim irritante e nem inconveniente como todos ( pelo menos não mais) achava a garota super fofa e divertida.

Hirai passou o resto das aulas falando com a menina ao seu lado. As vezes os professores a repreendia pela conversa.

No final da aula. Estava sentada no banco junto de Kim. Tudo estava bem, Dahyun estava tão tranquila com a presença da maior.

Mas nem tudo é perfeito.

Uma ambulância passou em frente do colégio. Isso Dahyun não pode ignorar. A sirene junto com as luzes à fizeram perder a calma.

ㅡDah, tá tudo bem.ㅡ passou a mão pelas costas da garota.

A voz de Hirai saía calma independente de seu nervosismo. Não sabia o que fazer no momento, mas como saberia? Para falar a verdade, tudo que sabia sobre TEA eram coisas as superficiais.

ㅡVocê de novo?

Era Sana que, ao ver a irmã daquela maneira outra vez, entendeu tudo errado.

ㅡPor que não deixa minha irmã em paz?ㅡesbravejou.

ㅡVocê entendeu tudo errado... Eu não fi-

ㅡFez nadaㅡ interrompeuㅡ sei, seiㅡ colocou a irmã de péㅡ Tá tudo bem, pequena. Já podemos ir agoraㅡ começou a andar ao lado da menor mas parou e olhou para trásㅡ Não quero mais ver seu rosto perto da Dahyun, entendeu?

CrayonsOnde histórias criam vida. Descubra agora