Fantasmas do passado

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Sra.Kim não gostava de sair de casa
com Dahyun. Mas não por conta da menina, e sim por conta das pessoas e de seus olhares maldosos ou comentários inconvenientes como: "Você devia ter educado melhor sua filha" que ouvia desde sempre.

Mas Dahyun fez muito progresso desde os sete, consegue manter-se calma por um tempo maior do que aquela época, agora sabe fazer várias coisas sozinha e consegue ir à escola.

Um acontecimento despertou grande desespero na coreana mais velha. Era o aniversário de oito anos da filha mais velha, e foi ao shopping comprar a boneca que a mesma tanto queria.

ㅡVem, Dahyun.ㅡ segurou a mão da menina que à puxou de volta e tapou os ouvidosㅡ Não, não começe. Hoje é aniversário da sua irmã, tente se comportar.

Andou na frente e olhou para trás vendo que não estava sendo seguida. Bufou e segurou o pulso da menor puxando-a para uma loja de brinquedos mas logo soltou ao ouvir o grito da mesma fazendo olhares de pessoas da loja e até as que passavam pelos corredores do local focar nas duas.

ㅡKim Dahyunㅡ inclinou-se para ficar da mesma altura da filhaㅡ, nos vinhemos aqui para comprar o presente da Sana, pare com suas cenas

Dahyun olhava o teto da loja observando o enorme arco-íris ursinhos e unicórnio desenhados. Não dava a mínima para mãe. Era como se Dahyun falasse coreano e a mãe grego.

ㅡDahyunㅡchamouㅡ, Dahyun, olhe para mim quando eu estou falando contigoㅡ segurou o queixo da menor com uma certa força e forçou à olha-lá.

A criança empurrou a mulher e olhou ao redor, várias informações passaram em sua cabeça. Então correu. Desceu a escada rolante empurrando todas as pessoas que estavam em seu caminho e finalmente saiu do shopping e tudo piorou. Correu entre ruas e dobrou esquinas até estar totalmente perdida. Sua última escolha foi se jogar no chão e chorar. Em um lugar completamente diferente e com pessoas estranhas que tentaram ajudar a menina

ㅡVocê está bem?

ㅡCadê a mamãe, menininha?

ㅡVem aqui que a tia te ajuda a encontrar sua mãe.

Uma mulher ligou para a polícia para que buscassem a criança perdida. Não demorou tanto para que chegassem e a levassem.

Junto com uma assistente social, tentaram arrancar algo da boca de Kim.

ㅡQual é seu nome?ㅡ um homem perguntou sentando do lado do corpinho de Kimㅡ Talvez ela seja surda, ela não parece nos escutar.

ㅡTalvez esteja apenas nervosa.

Depois de horas que pareciam séculos para a pequena Kim, sua mãe finalmente a encontrou.

Naquele dia não teve mais aniversário nem presente para Minatozaki

ㅡTudo é a Dahyun, papai! Ela sempre estraga tudo, até meu aniversário.ㅡ dizia a japonesa enquanto chorava no colo de seu paiㅡ Eu odeio ela.

[...]

Kim tomou um banho e colocou uma roupa confortável. Olhou pela janela do quarto e viu a irmã sair da casa da frente e acenar para si. Ela realmente achava que a caçula não sabia de sua amante.

Ficou observando os carros passarem pela pista. Observou os cinzas, cada vez que um passava ela anotava em um caderninho. 23 carros cinzas no total

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